São Paulo - Cientistas da Alemanha descobriram que algumas florestas podem estar contribuindo para o aquecimento global, em vez de diminuir o ritmo de mudança do clima. Experiências relatadas na revista científica Nature, divulgadas nesta quarta-feira, revelaram um processo desconhecido dos cientistas, no qual plantas em crescimento liberam metano, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Um dos responsáveis pelo estudo, o cientista Frank Keppler, do Instituto Max Planck, de Heidelberg, Alemanha, afirmou que a descoberta é totalmente inesperada.
"Os livros afirmam que o metano é produzido apenas em condições em que os níveis de oxigênio são baixos. Agora estamos observando fontes totalmente novas de gás no ambiente", afirmou.
O metano é conhecido por ser um dos grandes contribuintes para o efeito estufa, perdendo apenas para o dióxido de carbono em grau de importância dentro do processo de prender o calor do Sol.
Se as descobertas forem confirmadas, o fato poderá forçar uma reavaliação da maneira como a questão da preservação das florestas é tratada no Protocolo de Kyoto, o acordo que prevê medidas para frear as mudanças climáticas. Até agora, acreditava-se que o metano era produzido principalmente por bactérias em ambientes como pântanos, plantações de arroz e dentro do estômago de bovinos.
Mas na pesquisa descrita na Nature, cientistas dizem ter concluído que o metano também é produzido em quantidades significativas por uma série de vegetais comuns crescendo em condições normais.
Mark Kenber, da ONG internacional Grupo Clima, que promove ações contra o aquecimento global, afirma que é preciso fazer mais pesquisas.
"No futuro, se esta pesquisa for corroborada, teremos que equilibrar os efeitos benéficos de árvores absorvendo o dióxido de carbono contra os efeitos prejudiciais das emissões de metano", disse.
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