sábado, fevereiro 25, 2006

Soldados gaúchos que estiveram no Haiti têm depressão

Soldados gaúchos que estiveram no Haiti têm depressão

No Estado, pelo menos quatro homens apresentam problemas psicológicos

O sonho de representar o Brasil como um integrante das Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti converteu-se em pesadelo para alguns soldados gaúchos. Mais de um ano e meio após o regresso ao país do primeiro contingente, pelo menos quatro soldados apresentam problemas psicológicos e estão fora dos quartéis.
Pouco depois de voltar da operação, eles começaram a apresentar crises de choro e depressão. Tailon Rupental, que se licenciou do 19º Batalhão de Infantaria, de São Leopoldo, diz que as lembranças da violência ainda são fortes. A mãe do ex-soldado, Marileusa Rupental reclama da falta de atendimento psicológico do Exército.
De acordo com o Comando Militar do Sul, antes de ser liberado o ex-soldado passou por uma inspeção de saúde que não constatou problemas psicológicos. O Comando do Exército em Brasília esclarece que nos outros três casos, os militares estão em tratamento de saúde em função dos distúrbios psicológicos. Se a cura for diagnosticada, eles serão liberados. Caso contrário, os soldados devem ser reformados.

Fenômenos

Fenômenos

Os fenômeno naturais muitas vezes trazem consigo um grande poder de destruição. Confira a formação e a extensão de algumas dessas ocorrências:

Erupção vulcânica

Furacão

Terremoto

Tornado

Tsunami

INMET - Sensação Térmica

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia

Informações sobre o tempo - INMET



Temperatura:
A maior temperatura registrada no mundo foi 58 graus Celsius em Alaziziyah, Líbia, em 15 de Setembro de 1922. A menor temperatura foi -88,5 graus Celsius em Vostok, Antártida, em 24 de Agosto de 1960.

No Brasil, a temperatura máxima foi registrada na cidade do Rio de Janeiro, em 14 de Janeiro de 1984, chegando a 43,2º C. A temperatura mínima foi na cidade de Xanxerê, Estado de Santa Catarina, chegando a -11,6º C, em 25 de Julho de 1945. O menor índice de umidade relativa do ar registrada no Brasil foi de 10%, nas cidades de Uberaba-MG, em setembro de 1994 e em Brasília-DF, em 07 de agosto de 2002. A região mais fria é o continente antártico, onde já foram registradas temperaturas do mundo.

A década de 1990 teve as maiores temperaturas registradas do planeta terra desde o período de 1860. O ano mais quente foi de 1998, com aquecimento de 0,58ºC e o segundo ano mais quente foi o de 2002, com 0.5ºC a maior que a média de 1961-1960. Os 7 anos mais quentes da Terra correram na década de 1990 são 2002, 1998, 1997, 1995, 1990, 1999 e 1994 (ordem descendente).

Análise de indicadores climáticos dos últimos 400 anos mostram que os anos da década de 1990 foram os mais quentes do milênio, e que o século XX foi o mais quente. O ano mais quente do milênio foi 1998 e o mais frio, provavelmente foi 1601.

Chuvas:
A maior precipitação (quantidade de chuva) em 24 horas na última década foi na cidade de Florianópolis, chegando aos 404,8 mm em 15 de Novembro de 1991. Nesta localidade no mês de Novembro, normalmente chove o equivalente à 129mm, que é a média de climática mensal de 30 anos.

O lugar do planeta onde mais chove é o encontro Waialeale, situado numa Ilha do Havaí, no Pacífico. A média anual de precipitação é de 11700mm, quase três vezes maior que o índice do lugar mais úmido do Brasil que raramente passa de 3000mm/ano.

Queimadas:
Confira o período mais propício à ocorrência de queimadas:
Hemisfério Norte: Novembro à Março
Hemisfério Sul: Junho à Setembro

Grandes Queimadas:
1982/1983 - Em conseqüência do El Niño (este fenômeno causa uma ausência de chuvas, ocorrendo um período de estiagem. Sendo assim, o clima fica bem seco e com temperaturas elevadas), verifica-se um incêndio na Costa do Marfim em uma área de 12 x 106 hectares.

1987/1988 - Em conseqüência do El Niño, outro incêndio. Desta vez na União Soviética em uma área de 14,5 x 106 hectares e na China em uma área de 1,3 x 106 hectares.
1997/1988 - Novamente em conseqüência do El Niño, verifica-se um incêndio na Mongólia em uma área de 23,1 x 106 hectares e na Indonésia em uma área de 4,5 x 106 hectares

.Nas fumaças formadas por incêndios florestais estão contidos o monóxido de carbono, precursores livres e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos - HAP.

Conheça alguns efeitos que a fumaça de incêndios florestais podem causar sobre a saúde:

- Enfermidades respiratórias em crianças e adultos;
- Mudança aguda e crônica nos pulmões;
- Sistema respiratório: asma;- Enfermidades Pulmonares Crônicas Obstruidoras;
- EPCO;- Enfermidades Cardiovasculares;
- Mortalidade Diária;- Garganta seca;- Nariz irritado;
- Olhos dolorosos;- Edema e inflamação;
- Mudanças nas membranas mucosas.

Tempo de permanência que alguns compostos químicos ficam na atmosfera, emitidos durante fogos florestais.


Compostos
Permanência (anos)
CH4
7,3
C2H2
0,04
C2H6
0,19
CH3CI
1,26
CO
0,25
NO
0,1/0,2
O3
0,3
Aerosóis
0,02

CICLONE CATARINA

CICLONE CATARINA


Animações e imagens do Catarina.

INMET - Fases da Lua

INMET - Fases da Lua

INMET - Glossário Meteorológico

INMET - Glossário

INMET - Atlas de Nuvens

Atlas de nuvens

Nuvens

Nuvem é um conjunto visível de partículas minúsculas de água líquida ou de gelo, ou de ambas ao mesmo tempo, em suspensão na atmosfera.

Este conjunto pode também conter partículas de água líquida ou de gelo em maiores dimensões, e partículas procedentes, por exemplo, de vapores industriais, de fumaças ou de poeiras.

O aspecto de uma nuvem depende essencialmente da natureza, dimensões, número e distribuição no espaço das partículas que a constituem. Depende também da intensidade e da cor da luz que a nuvem recebe, bem como das posições relativas do observador e da fonte de luz (sol e a lua) em relação à nuvem.

Os principais fatores que intervém na descrição do aspecto de uma nuvem são suas dimensões, sua forma sua estrutura e sua textura, assim como sua luminância e cor.

Estes fatores serão levados em consideração na descrição de cada uma das formas características das nuvens.

As nuvens são a umidade do ar condensada. São constituídas por gotículas d'água e/ou cristais de gelo. Quanto ao seu aspecto podem ser:

  • Estratiformes - desenvolvimento horizontal, cobrindo grande área; de pouca espessura; precipitação de caráter leve e contínuo.
  • Cumuliformes - desenvolvimento vertical, em grande extensão; surgem isoladas; precipitação forte, em pancadas e localizadas.
Podem ser líquidas (constituídas por gotículas de água), sólidas (constituídas por cristais de gelo) e mistas (constituídas por gotículas de água e cristais de gelo). De acordo com o Altas Internacional de Nuvens da OMM (Organização Meteorológica Mundial) existem três estágios de nuvens:
  • Nuvens Altas: base acima de 6km de altura - sólidas.
  • Nuvens Médias: base entre 2 a 4 km de altura nos pólos, entre 2 a 7 km em latitudes médias, e entre 2 a 8 km no equador - líquidas e mistas.
  • Nuvens Baixas: base até 2km de altura - líquidas.
Tipos de Nuvens
  • Cirrus(CI): aspecto delicado, sedoso ou fibroso, cor branca brilhante.
  • Cirrocumulus(CC): delgadas, compostas de elementos muito pequenos em forma de grânulos e rugas. Indicam base de corrente de jato e turbulência.
  • Cirrostratus(CS): véu transparente, fino e esbranquiçado, sem ocultar o sol ou a lua, apresentam o fenômeno de halo (fotometeoro).
  • Altostratus (AS): camadas cinzentas ou azuladas, muitas vezes associadas a altocumulus; compostas de gotículas superesfriadas e cristais de gelo; não formam halo, encbrem o sol; precipitação leve e contínua.
  • Altocumulus (AC): banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, tendo geralmente sombras próprias. Constituem o chamado "céu encarneirado".
  • Stratus (St): muito baixas, em camadas uniformes e suaves, cor cinza; coladas à superfície é o nevoeiro; apresenta topo uniforme (ar estável) e produz chuvisco (garoa). Quando se apresentam fracionadas são chamadas fractostratus (FS).
  • Stratocumulus (SC): lençol contínuo ou descontínuo, de cor cinza ou esbranquiçada, tendo sempre partes escuras. Quando em vôo, há turbulência dentro da nuvem.
  • Nimbostratus (NS): aspecto amorfo, base difusa e baixa, muito espessa, escura ou cinzenta; produz precipitação intermitente e mais ou menos intensa.
  • Cumulus (Cu): contornos bem definidos, assemelham-se a couve -flor; máxima freqüencia sobre a terra de dia e sobre a água de noite. Podem ser orográficas ou térmicas (convectivas); apresentam precipitação em forma de pancadas; correntes convectivas. Quando se apresentam fraccionadas são chamadas fractocumulus (FC). As muito desenvolvidas são chamadas cumulus congestus.
  • Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo nuvens do tipo Cirrostratos (CS).
Formação de Nuvens
As nuvens são constituídas por gotículas ou cristais de gelo que se forma em torno de núcleos microscópicos na atmosfera. Há vários processos de formação das nuvens e das suas conseqüentes formas e dimensões.

As nuvens são formadas pelo resfriamento do ar até a condensação da água, devido à subida e expansão do ar. É o que sucede quando uma parcela de ar sobe para níveis onde a pressão atmosférica é cada vez menor e o volume de ar se expande. Esta expansão requer energia que é absorvida do calor da parcela, e, por isso, a temperatura desce. Este fenômeno é conhecido por resfriamento adiabático. A condensação e congelamento ocorrem em torno de núcleos apropriados, processos que resultam ao resfriamento adiabático, o qual, em troca, resulta de ar ascendente.

Uma vez formada a nuvem poderá evoluir, crescendo cada vez mais, ou se dissipar. A dissipação da nuvem resulta da evaporação, das gotículas dágua que compõem motivada por um aumento de temperatura decorrente da mistura do ar com outra massa de ar mais aquecida, pelo aquecimento adiabático ou, ainda, pela mistura com uma massa de ar seco.

Uma nuvem pode surgir quando uma certa massa de ar é forçada a deslocar-se para cima acompanhado o relevo do terreno. Essas nuvens, ditas de “origem orográfica” também decorrem da condensação do vapor dágua devido ao resfriamento adiabático do ar.
Constituição das Nuvens
Após formadas as nuvens podem ser transportadas pelo vento no sentido ascendente ou descendente. No primeiro caso a nuvem é forçada a se elevar e, devido ao resfriamento, as gotículas d'água podem ser total ou parcialmente congeladas. No segundo caso, como já vimos, a nuvem pode se dissipar pela evaporação das gotículas d'água.

Pelo que acabamos de explicar, as nuvens podem ser constituídas por gotículas d'água e cristais de gelo ou, ainda, exclusivamente por cristais de gelo em suspensão no ar úmido. Assim, a constituição da nuvem vai depender da temperatura que apresenta a esta, da altura onde a nuvem se localiza.

INMET - Meteorologia Básica

Meteorologia Básica

A meteorologia é definida como a ciência que estuda os fenômenos que ocorrem na atmosfera, e está relacionada ao estado físico, dinâmico e químico da atmosfera, as interações entre elas e a superfície terrestre subjacente.

A Meteorologia básica, como o próprio nome sugere, nos fornece uma visão mais simples dos fenômenos atmosféricos que ocorrem em nosso dia a dia. Baseados em observações, os elementos meteorológicos mais importantes do ar, a velocidade e direção do vento, tipo e quantidade de nuvens, podemos ter uma boa noção de como o tempo está se comportando num determinado instante e lugar.

As leis físicas aplicadas à atmosfera podem explicar o "estado" dela. Mas o estado ou o tempo é o resultado, desses elementos e outros mais com a influência dos fatores astronômicos e fatores geográficos, podem estar distribuídos em um número infinito de padrões no espaço e no tempo e em constante modificação.

A meteorologia engloba tanto tempo como clima, enquanto os elementos da meteorologia devem necessariamente estar incorporados na climatologia para torná-la significativa e científica. O tempo e o clima podem, juntos, ser considerados como conseqüência e demonstração da ação dos processos complexos na atmosfera, nos oceanos e na Terra.

A Meteorologia no seu sentido mais amplo, é uma ciência extremamente vasta e complexa, pois a atmosfera é muito extensa, variável e sede de um grande número de fenômenos.

INMET - Previsão do Tempo

Previsão do Tempo

Saiba os passos para a elaboração da previsão do tempo

A previsão do tempo está baseada, entre outros, em dados observados de hora em hora nas estações meteorológicas de superfície, convencionais ou automáticas, espalhadas por todo o território nacional.

No Brasil, o INMET administra mais de 400 estações. Possui 10 Distritos Regionais que recebem, processam e enviam estes dados para a Sede, localizada em Brasília-DF. A sede, por sua vez, processa estes dados e os enviam por satélite para todo o mundo.

Após esta coleta de dados (precipitação, ventos, umidade relativa do ar, pressão, etc) com o auxílio de supercomputadores faz-se uma simulação, através de modelos numéricos, de como se comportará o tempo num intervalo de 24, 48, 72 e 96h à frente. Porém, só as informações do modelo numérico não são suficientes para a realização da previsão do tempo, contamos também com o auxílio das imagens de satélites para elaborar a Previsão em curto prazo. Estas imagens podem ser geradas a cada 30mim, de hora em hora ou a cada 3h. Elas estão disponíveis em 3 canais:


1) infravermelho;
2) visível e;
3) vapor d´água.

Também existe o Radar Meteorológico, que fornece as condições meteorológicas reinantes num espaço de tempo menor e também para uma área menor.

No INMET, há uma seção própria para a recepção e tratamento destas imagens de satélites. Então, os meteorologistas mapeiam e analisam estas informações e, só depois de feitas todas estas análises (cartas de superfície, modelos numéricos, imagens de satélites, etc) tem-se maior segurança em elaborar a previsão do tempo para todo o Brasil.

Quem utiliza estas informações sobre o tempo?

São inúmeras as pessoas, físicas ou jurídicas, que delas se utilizam, por exemplo:

a) Agricultura: garantia de uma boa colheita;
b) Marinha: proteção aos seus marinheiros, navios e passageiros;
c) Aeronáutica: proteção e segurança de seus pilotos, aeronaves e passageiros;
d) Pescadores: condições favoráveis à pesca;
e) Turismo: garantia de um passeio e/ou viagem feliz e tranqüila.

Observação Meteorológica:

Uma observação meteorológica consiste na medição, registro ou determinação de todos os elementos que, em seu conjunto, representam as condições meteorológicas num dado momento e em determinado lugar, utilizando instrumentos adequados e valendo-se da vista. Estas observações realizadas de maneira sistemática, uniforme, ininterrupta e em horas estabelecidas, permitem conhecer as características e variações dos elementos atmosféricos, os quais constituem os dados básicos para confecção de cartas de previsão do tempo, para conhecimento do clima, para a investigação de leis gerais que regem os fenômenos meteorológicos, etc. As observações devem ser feitas, invariavelmente, nas horas indicadas e sua execução terá lugar no menor tempo possível.

É de capital importância prestar atenção a estas duas indicações porque o descuido das mesmas dará lugar, pela constante variação dos elementos, à obtenção de dados que, por serem tomados a distintas horas, não podem ser comparáveis. A definição acima, por si mesma, exclui qualquer possibilidade de informação com caráter de previsão de condições futuras do tempo por parte do observador. Com isso, deve ficar claro que o observador, ao preparar uma observação meteorológica, deverá se retringir a informar as condições de tempo reinantes no momento da observação. Não lhe é facultado informar o tempo que ocorrerá em momento futuro, mesmo que sua experiência e conhecimento profissionais lhe permita prever mudanças importantes no tempo.

Finalidade e Importância:

Nos serviços meteorológicos, estas observações têm a finalidade, entre outras, de informar aos meteorologistas nos centros de previsão, a situação e as mudanças de tempo que estão ocorrendo nas diferentes estações meteorológicas; obter dados unitários para fins de estatísticas meteorológicas e climatológicas; fazer observações meteorológicas para cooperação com outros serviços de meteorologia e difusão internacional. Só pelas finalidades acima, notamos a importância de se fazer às observações com o máximo de precisão e de honestidade.

Não é maravilhoso poder contar com estas informações a qualquer hora, dia ou a qualquer momento! Pois, no INMET você encontra todas estas informações. Consulte nossos profissionais!


Instrumentos Meteorológicos

Instrumentos Meteorológicos

A aquisição de conhecimentos relativos ao tempo é um objetivo do ramo da ciência denominada meteorologia. Os fenômenos meteorológicos são estudados a partir das observações, experiências e métodos científicos de análise. A observação meteorológica é uma avaliação ou uma medida de um ou vários parâmetros meteorológicos. As observações são sensoriais quando são adquiridas por um observador sem ajuda de instrumentos de medição, e instrumentais, em geral chamadas medições meteorológicas, quando são realizadas com instrumentos meteorológicos.

Portanto, os instrumentos meteorológicos são equipamentos utilizados para adquirir dados meteorológicos (termômetro/temperatura do ar, pressão atmosférica/barômetro, higrômetro/umidade relativa do ar etc).

A reunião desses instrumentos em um mesmo local, é denominada estação meteorológica. E o conjunto dessas estações distribuídas por uma região, é denominado rede de estações meteorológicas.

Anemógrafo - Registra continuamente a direção (em graus) e a velocidade instantânea do vento (em m/s), a distância total (em km) percorrida pelo vento com relação ao instrumento e as rajadas (em m/s).

Anemômetro - Mede a velocidade do vento (em m/s) e, em alguns tipos, também a direção (em graus).

Barógrafo - Registra continuamente a pressão atmosférica em milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em milibares (mb).

Barômetro de Mercúrio - Mede a pressão atmosférica em coluna de milímetros de mercúrio (mm Hg) e em hectopascal (hPa).

Evaporímetro de Piche - Mede a evaporação - em mililitro (ml) ou em milímetros de água evaporada - a partir de uma superfície porosa, mantida permanentemente umedecida por água.

Heliógrafo - Registra a insolação ou a duração do brilho solar, em horas e décimos.

Higrógrafo - Registra a umidade do ar, em valores relativos, expressos em porcentagem (%).

Microbarógrafo - Registra continuamente a pressão atmosférica - em milímetros de mercúrio (mm Hg) ou em hectopascal (hPa), numa escala maior que a do Barógrafo, registrando as menores variações de pressão, o que lhe confere maior precisão.

Piranógrafo - Registra continuamente as variações da intensidade da radiação solar global, em cal.cm­².mm­¹.

Piranômetro - Mede a radiação solar global ou difusa, em cal.cm­².mm­¹.

Pluviógrafo - Registra a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em milímetros (mm).

Pluviômetro - Mede a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em milímetros (mm).

Psicrômetro - Mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em porcentagem (%). Compõe-se de dois termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo seco, e outro com o bulbo envolvido em gaze ou cadarço de algodão mantido constantemente molhado, denominado termômetro de bulbo úmido.

Tanque Evaporimétrico Classe A - Mede a evaporação - em milímetros (mm) - numa superfície livre de água.

Termógrafo - Registra a temperatura do ar, em graus Celsius (°C).

Termohigrógrafo - Registra, simultaneamente, a temperatura (°C) e a umidade relativa do ar (%).

Termômetros de Máxima e Mínima - Indicam as temperaturas máxima e mínima do ar (°C), ocorridas no dia.

Termômetros de Solo - Indicam as temperaturas do solo, a diversas profundidades, em graus Celsius (°C).

INMET - Fenômenos Adversos

Fenômenos Adversos

Os fenômenos meteorológicos adversos são:

Granizo - precipitação que se origina de nuvens convectivas, como cumulunimbus, e que cai em forma de bolas ou pedaços irregulares de gelo, quando os pedaços têm formatos e tamanhos diferentes. Pedaços com um diâmetro de cinco milímetros ou mais, são considerados granizo; pedaços menores de gelo são classificados como bolas de gelo, bolas de neve, ou granizo mole. Bolas isoladas são chamadas de pedras. É referido como "GR" quando está em observação e pelo Metar. Granizo pequeno ou bolas de neve são referidas como "GS" quando estão em observação e pelo Metar.

Enchente repentina - inundação que acontece muito rapidamente, com pouca ou nenhuma possibilidade de um alerta antecipado e que, em geral, resulta de chuva intensa sobre uma área relativamente pequena. Enchentes repentinas podem ser causadas por chuva súbita excessiva, pelo rompimento de uma represa, ou pelo descongelamento de uma grande quantidade de gelo.

Geada - depósito de gelo cristalino, em forma de agulhas, prismas, escamas, dentre outros, resultante da sublimação do vapor d'água do ar adjacente, sobre a superfície do solo, das plantas e dos objetos expostos ao ar.

Neve - precipitação de cristais de gelo translúcidos e brancos, em geral em forma hexagonal e complexamente ramificados, formados diretamente pelo congelamento do vapor de água que se encontra suspenso na atmosfera. É produzida freqüentemente por nuvens do tipo estrato, mas também pode se originar das nuvens do tipo cúmulo. Normalmente os cristais são agrupados em flocos de neve. É informado como "SN" quando está em observação e pelo Metar.

Onda de Calor - período de tempo desconfortável e excessivamente quente. Pode durar vários dias ou várias semanas. The Weather Channel usa os seguintes critérios para definir uma onda de calor: a temperatura deve estar acima de 90 F (32º C) em pelo menos 10 estados e, pelo menos, cinco graus acima do normal em partes daquela área durante pelo menos dois dias, ou mais.

Tornado - Coluna giratória e violenta de ar que entra em contato com a extensão entre uma nuvem convectiva e a superfície da Terra. É a mais destrutiva de todas as tempestades na escala de classificação dos fenômenos atmosféricos. Pode acontecer em qualquer parte do mundo, desde que existam as condições certas, mas é mais freqüente nos Estados Unidos numa área confinada entre as Montanhas Rochosas (a oeste) e os Montes Apalaches (a leste).

Seca - clima excessivamente seco numa região específica. Deve ser suficientemente prolongado para que a falta de água cause sério desequilíbrio.



INMET - Tempo e Clima

Tempo e Clima

Na meteorologia existe uma diferença entre o tempo e o clima. O tempo é o estado físico das condições atmosférica em um determinado momento e local. Isto é, a influência do estado físico da atmosfera sobre a vida e as atividades do homem. O clima é o estudo médio do tempo para o determinado período ou mês em uma certa localidade. Também, se refere às características da atmosfera inseridas das observações contínuas durante um certo período. O clima abrange maior número de dados e eventos possíveis das condições de tempo para uma determinada localidade ou região. Inclui considerações sobre os desvios em relação às médias, variabilidade climática, condições extremas e freqüências de eventos que ocorrem em determinada condição do tempo.

A Meteorologia é a ciência que estuda as condições e o comportamento físico da atmosfera. Enquanto que a Climatologia é uma sub-área da meteorologia que estuda o comportamento médio da atmosfera para um determinado período, através de métodos estatísticos. Quando às observações atmosféricas contínuas inseridas durante um período de longo de tempo de 30 anos, para uma localidade, é conhecido como a normal climatológica.

O meteorologista previsor do tempo aplica as leis da física clássica, a sinótica, a dinâmica e as técnicas matemáticas que rege o domínio do movimento da atmosfera, para o estudo das condições de tempo. O climatologista utiliza as técnicas estatísticas para inserir e concluir informações sobre o estudo do clima. Portanto, a Climatologia dependente da Meteorologia.


sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Paris prepara fórum idealizado por Brasil e França


24/02/2006 18h41

PARIS, 24 fev (AFP) - Representantes de 95 países e de 60 ONGs e empresas se reunirão na próxima terça e quarta-feira em Paris, num fórum internacional patrocinado por Brasil e França, com o objetivo de avançar na busca de novas formas de financiamento do desenvolvimento.

Segundo autoridades francesas, o encontro será inaugurado pelo chanceler Celso Amorim, o presidente da França, Jacques Chirac, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e autoridades da União Africana. O fórum faz parte do programa de ação internacional contra a fome e a pobreza, uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos colegas francês e chileno, entre outros, que o apoiam há mais de três anos.

O encontro deverá criar um "grupo piloto" de países que desejam colocar em prática uma taxa especial sobre as passagens aéreas, como a França fará a partir de julho. "Sairemos do fórum com um grupo de países, entre cinco e 10, que colocarão em prática imediatamente esse sistema de taxas sobre as passagens aéreas, e outro grupo, que aplicará essa medida a médio prazo", afirmaram os organizadores.

O dinheiro arrecadado irá para um fundo comum e será destinado, a princípio, à compra de remédios contra a Aids e outras doenças, como malária e tuberculose, principais pandemias da atualidade.

O processo de financiamento do desenvolvimento com métodos inovadores recebeu um impulso considerável na Assembléia Geral da ONU de 2005, quando 79 países assinaram uma proposta dos presidentes Lula e Chirac sobre esse tema.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Mundo vive maior fase de calor dos últimos 1.200 anos

Folha Online - BBC - Mundo vive maior fase de calor dos últimos 1.200 anos - 10/02/2006

OMS minimiza risco de gripe aviária em humanos

Folha Online - Mundo - OMS minimiza risco de gripe aviária em humanos - 22/02/2006

Sítios pré-históricos seqüestram carbono

Folha Online - Ciência - Sítios pré-históricos seqüestram carbono - 21/02/2006

Mais da metade dos idiomas está ameaçada, diz Unesco

Folha Online - Ilustrada - Mais da metade dos idiomas está ameaçada, diz Unesco - 21/02/2006

Satélite japonês de observação astronômica entra em órbita

Folha Online - Ciência - Satélite japonês de observação astronômica entra em órbita - 22/02/2006

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Fazenda tenta criar novo privilégio para especuladores estrangeiros



NILSON ARAÚJO DE SOUZA (economista)

As equipes do Ministério da Fazenda e do Banco Central, em seu afã de servir aos especuladores estrangeiros, sacaram mais um coelho da cartola: alegam que, para baixar os juros, deve-se ofertar aos aplicadores internacionais em títulos brasileiros a isenção total de imposto de renda. É essa a proposta incorporada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e pelo secretário do Tesouro, Joaquim Levy. E, da mesma maneira que tentaram com o “superávit primário crescente por 10 anos”, também neste caso armaram, com o apoio da mídia, para empurrar goela abaixo do Presidente Lula e da sociedade brasileira esse novo privilégio aos banqueiros. Felizmente, parece que não se deram bem no primeiro round.

Esses tecnocratas subservientes são useiros e vezeiros em apresentar como benefício à sociedade aquilo que engendram ou copiam para beneficiar seus amos banqueiros. Como sabem que todos os setores da sociedade, dos trabalhadores aos empresários, com a única exceção dos banqueiros, clamam pela redução da taxa de juros para um patamar compatível com o crescimento auto-sustentado da economia, vivem apresentando arremedos de idéias cuja implementação acarretaria mais privilégio aos banqueiros, mas que disfarçam como favoráveis à maioria da sociedade.

ARROCHO

Foi assim quando, no começo do governo Lula, sob a batuta do então secretário de Política Econômica da Fazenda, Marcos Lisboa, elucubraram que se teria que gerar um gigantesco superávit primário, isto é, uma enorme economia nas contas públicas, a fim de pagar uma parcela maior dos juros e assim reduzir, progressivamente, a relação dívida pública/PIB. Segundo eles, assim os banqueiros passariam a confiar mais no País e aceitariam taxas de juros menores. Nestes três anos de governo, o setor público produziu um monstruoso superávit primário de R$ 240,78 bilhões (registre-se que, nestes três anos, o investimento orçamentário da União mal chegou a R$ 25 bilhões e o gasto no principal programa social do governo, o Fome Zero, a R$ 15 bilhões) e ainda assim a dívida líquida do setor público aumentou de R$ 881,1 bilhões em dezembro de 2002 para R$ 1,002 trilhão em dezembro de 2005. Isso porque, apesar do enorme esforço fiscal, os juros continuaram altos e assim prosseguiam pressionando a dívida para cima. Sua relação com o PIB diminuiu um pouco no período, de 55,5% para 51,6%, mas isso ocorreu graças ao crescimento do PIB em 2004, puxado pelas exortações, e não devido ao volumoso pagamento dos juros. No último ano, o de 2005, quando foi pago o maior volume de juros do período – só a parte resultante do superávit primário foi de R$ 93,5 bilhões, contra R$ 81,11 bilhões em 2004 e R$ 66,17 bilhões em 2003 -, a relação dívida/PIB não caiu um milímetro. Aliás, para ser preciso, caiu um milímetro: de 51,7% para 51,6%.

MAIS PRIVILÉGIOS

Depois, inventaram que, se fosse aprovado o projeto da Lei de Falências que, engendrado pela equipe de Fernando Henrique, dormia nos escaninhos do Congresso, os juros baixariam. O projeto propunha que, nos casos de falência, os primeiros a serem pagos seriam os débitos junto aos bancos, e não os créditos tributários e trabalhistas, como estava na lei anterior. Alegavam que, dessa forma, diminuiria o risco bancário, levando os bancos a cobrarem juros menores. O projeto foi um pouco alterado no Congresso – os créditos trabalhistas até R$ 39 mil ou 150 salários mínimo à época da aprovação da lei teriam precedência, mas, a partir daí, a vez seria dos banqueiros -, mas, na sua essência, redundou em mais um privilégio para os bancos. A própria Febraban declarou na época que não se deveria esperar uma queda dos juros tão cedo; que isso só poderia ocorrer no longo prazo. Mas, como a longo prazo todos estaremos mortos, como dizia Keynes, a entidade dos banqueiros estava com isso querendo dizer que os bancos deveriam usar essa vantagem, não para baixar os juros, mas para apropriar-se de recursos que, originalmente, seriam trabalhistas ou públicos, isto é, do povo. O projeto foi aprovado e os juros seguem elevados. Os juros básicos baixaram um pouco, em termos nominais, de setembro para cá – de 19,75% ao ano para. 17,5% -, mas os juros reais praticamente não declinaram, em face da queda da inflação, continuando o Brasil como campeão do mundo nessa área.

Agora, inventaram essa nova artimanha. Alegam que, com a isenção de impostos sobre a aplicação em títulos públicos, os aplicadores estrangeiros, diante desse ganho extra, aceitariam juros menores por suas aplicações. Dizem os sertanejos que um sujeito, quando começa com muitos rodeios, é porque está com más intenções (neste espaço, em respeito aos leitores, tivemos que adaptar um pouco o adágio). E esse é mais um rodeio. Quem quer baixar os juros enfrenta o problema de frente. Como temos as maiores taxas reais do mundo, como nossas contas externas estão mais do que equilibradas (levando a equipe da Fazenda a dar-se ao luxo de, ao invés de formar reservas cambiais como forma de neutralizar eventuais turbulências internacionais, resgatar antecipadamente títulos da dívida externa), como até os banqueiros internacionais se dispõem a aceitar juros menores (como demonstra a queda para os menores patamares do chamado “risco-País”, que mede seu ânimo especulativo de aplicar dinheiro num país), há um espaço muito grande para baixar a taxa básica de juros (selic), mesmo dentro da “lógica” criada pelos financistas.

MAIORES GANHOS

Mais ainda. Com as contas externas equilibradas, não estamos precisando de dinheiro de fora para seu financiamento. Quanto às contas públicas, se os juros forem rebaixados para patamares civilizados, elas podem ser refinanciadas com os recursos disponíveis no mercado financeiro interno. Não haveria necessidade de novos recursos externos para isso. Neste caso, o que se precisa é que não haja fuga em massa de capitais para não perturbar nossas reservas cambiais e a taxa de câmbio. E não há a menor razão econômica para isso. Como nossos juros estão muito altos, há bastante espaço para reduzi-los sem que os capitais encontrem outros países que lhes ofereçam maior rentabilidade. E, de reserva, o governo pode contar com a arma da centralização do câmbio como forma de evitar uma eventual fuga em massa.

Nessa situação, a isenção de impostos sobre as aplicações financeiras vindas do exterior, em lugar de viabilizar a redução dos juros, ensejaria maiores ganhos para os especuladores estrangeiros, estimulando sua maior entrada no País. Ora, um dos maiores problemas da atualidade no Brasil é precisamente a excessiva entrada de dólares, estimulada pela combinação perversa entre juros altos, superávit primário elevado e moeda supervalorizada. Essa grande oferta de moeda estrangeira força ainda mais nossa moeda para cima (em termos reais, já está mais valorizado do que à época do estouro de 1998/9), o que tende a sabotar, em algum momento, o esforço do Presidente Lula, em sua diplomacia realista, de aumentar as exportações brasileiras e ajudar no crescimento da economia.

IMORALIDADE

Não bastasse isso, essa isenção tributária seria mais um privilégio imoral aos especuladores estrangeiros, que já são cevados pelos juros, o superávit primário e o real elevados. A prevalecer essa posição, os que produzem e trabalham no País continuariam penalizados com uma carga tributária de cerca de 38% do PIB, enquanto os que especulam com nosso dinheiro seriam agraciados com a isenção. Essa injustiça tributária, por sua vez, além de atrair mais dólares e forçar o aumento da sobrevalorização do real e assim prejudicar nossas exportações (declaração desta semana do ministro Furlan, do Desenvolvimento, indica que isso já começou a ocorrer neste começo de ano), estimula mais ainda a já grande volatilidade do capital especulativo, criando novas fontes de vulnerabilidade externa da nossa economia. Essa volatilidade do capital especulativo engendra uma volatilidade semelhante na taxa de câmbio. Como essa é uma variável importante no comportamento da economia, na medida em que interfere nos volumes de exportação e de importação, sua oscilação tende a provocar igual comportamento na economia real. Foi por isso que Keynes, já nos anos 1930, propunha taxar, em lugar de isentar, os movimentos internacionais de capitais especulativos. Essa questão tornou-se tão importante depois das desregulações financeiras dos anos 1990 que surgiu uma organização internacional com o objetivo de lutar pela taxação desses capitais, liderada pelo jornal Le Monde Diplomatique, da França. Os tecno-dinossauros do BC estão indo na contramão da história.

Haitianos repudiam fraudes e exigem Préval na Presidência

O comandante das tropas das Nações Unidas no Haiti, general José Elito Siqueira, afirmou que as manifestações da população haitiana em favor do candidato vitorioso René Préval “têm sido pacíficas e não podem ser evitadas”

O candidato presidencial do partido A Esperança, René Préval, vitorioso por larga margem nas eleições ocorridas no último dia 7 de fevereiro denunciou “fraudes maciças e erros grosseiros que denigrem o processo eleitoral”, horas antes da descoberta de pilhas de votos, a maioria seus, no meio de um lixão perto da capital. René conclamou o povo do Haiti a manter a mobilização contra o resultado, ainda que parcial, divulgado pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP) e apoiou o movimento da população “em defesa de seus direitos, mas mantendo a ordem. Não devemos permitir que se aproveitem da nossa justa revolta para nos prejudicar”. No momento em que multidões já ocupavam as ruas condenando as fraudes e exigindo que a declaração da vitória de Préval, Pierre Richard Duchemin, representante da Conferência Episcopal da Igreja Católica e integrante do CEP, declarou que “sem dúvida, houve uma manobra insana com os dados do resultado eleitoral”.

O comandante das tropas militares da ONU, general brasileiro José Elito Sique-ira, afirmou que as manifestações dos haitianos em favor do candidato favorito René Préval não podem ser evitadas. “Essas reações não são desejadas, mas não podem ser evitadas, porque houve atraso na divulgação dos resultados”, afirmou em entrevista à Radiobrás na terça-feira, 14. “As manifestações foram pacíficas e não resultaram em nenhum incidente grave em todo o país”, acrescentou o general Siqueira referindo-se às manifestações da segunda, dia 13.

FRAUDE EXPLODE NA TV

Apesar das evidências de roubo escancarado mostradas pela TV local Telemax e da elevada e suspeita - para as condições do Haiti, com voto não obrigatório - ocorrência de cerca de 5% de votos brancos, Condoleezza Rice, secretária de Estado de Bush pediu que “se respeitem os resultados das eleições”, ou seja, pediu que a população se conforme diante de tantas evidências do roubo, manobrando para não reconhecer a derrota da agressão de Bush ao país e apostando num segundo turno em 19 de março. A atitude de Leslie Manigat, candidato sustentado pelos EUA, de manter a candidatura depois de obter menos de 12% dos votos, também revela qual a direção em que os ianques estão jogando.

Enquanto isso, em nome do governo brasileiro, Marco Aurélio Garcia, assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, defendeu o reconhecimento da vitória de René Preval e que ele seja declarado presidente do Haiti. “Propomos que os outros candidatos reconheçam sua derrota e a vitória de Préval”, afirmou Marco Aurélio Garcia, acrescentando que esta “seria a melhor solução” levando em conta “o clima existente no país”. Ele reiterou a proposta por um acordo político “pelo qual os demais candidatos reconheçam a vitória de Preval”. “Agora, evidentemente, isso é uma coisa que não podemos impor, isso é um problema que só os haitianos podem resolver”, declarou. O assessor da Presidência disse que esta proposta tem a “unanimidade da comunidade internacional”, manifestando que o Brasil rejeita “uma deterioração da situação” naquele país. Marco Aurélio Garcia advertiu que pode “haver uma comoção popular” caso se protele o reconhecimento da vitória de Preval. O embaixador brasileiro no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, constatou que a proposta brasileira de declarar o candidato René Préval vencedor foi “muito bem recebida” no Haiti. Para o embaixador Andrade Pinto, um dos fatos suspeitos é o elevado número de votos brancos, quase 5% do total. “É um número muito elevado e isso não é comum aqui no Haiti”, enfatizou.

Depois do golpe perpetrado contra o presidente Aristide, no início de 2004, o governo Bush nomeou um certo Gerard Latortue como “primeiro-ministro”, preposto que morava em Boca Raton, na Flórida e há muitos anos não botava os pés no Haiti. Latortue adiou o quanto pôde as eleições, mesmo depois de ter formado uma Comissão Eleitoral que, apesar da presença de alguns representantes de intituições do país, colocou as decisões sobre a preparação da eleição nas mãos dos americanos. “A Comissão foi composta por técnicos norte-americanos e alguns outros estrangeiros que escolheram os locais de votação e controlaram as eleições, mantendo o trabalho deles sob total sigilo”, conforme denunciou Anselme Remy, ex-presidente do Conselho Eleitoral Nacional. Mesmo assim não houve com evitar a acachapante derrota.

“GANHAMOS NO 1º TURNO”

“Não estamos de acordo com as cifras que são divulgadas neste momento. Eu digo ao povo haitiano e ao mundo que estamos seguros de ter ganho no primeiro turno e vamos demonstrar isso às autoridades eleitorais”, declarou René Préval, ex-primeiro-ministro do governo de Jean Bertrand Aristide, em coletiva de imprensa, realizada em sua residência de Porto Príncipe, na terça-feira, dia 14. Com uma esmagadora preferência no eleitorado mais humilde - mais de 80% da população do país vive na pobreza - reconhecida até pelos seus adversários, os primeiros resultados dados a conhecer mostravam que Préval tinha obtido mais de 61% dos votos. Porém, passaram os dias e o CEP, infestado por funcionários a serviço de interesses antinacionais e enrolado em contas turvas e inexplicáveis, anunciou no domingo, dia 12, à noite, que o percentual tinha diminuído para 49%. Sem acordo entre os próprios funcionários da organização, a página do CEP na web divulgava 52% a favor de Préval.

Beirando o ridículo, o candidato sustentado pelos EUA, Leslie Manigat, que tirou mesmo nessa apuração fraudada só 11,83% dos votos, com 90,02% das urnas já apuradas e o empresário Charles Baker, um dos poucos brancos no Haiti, é o lanterninha da disputa.

SUSANA SANTOS

“2005 foi o melhor ano desde a criação do Calha Norte em 1985”



Coronel Roberto Avelino, gerente do Programa:

“2005 foi o melhor ano desde a criação do Calha Norte em 1985”

Em entrevista à Hora do Povo, o coronel Roberto de Paula Avelino, Gerente do Programa Calha Norte, destacou o apoio dado pelo atual governo ao programa, assim como as ações das Forças Armadas em defesa da Amazônia. O atendimento das FFAA às populações ribeirinhas também foi ressaltado pelo coronel Avelino, mostrando a importância da ação para integrar cada vez mais a região ao restante do país. A seguir, a íntegra da entrevista

HP - Qual sua avaliação sobre o resultado do Programa Calha Norte em 2005?

Cel. Avelino – O ano de 2005 foi o melhor desde a criação do Programa Calha Norte, em 1985. Em termos quantitativos de recursos, até o dia 31 de dezembro, foram liberados R$ 132 milhões. Com esses recursos nós estamos em condições de fiscalizar cerca de 200 obras civis conveniadas entre o Calha Norte e estados e prefeituras, como construção de escolas, instalações elétricas, pavimentação e drenagem de ruas, bibliotecas, creches, terraplanagem, células habitacionais, projetos de apicultura, entre outras.

HP - E as obras direcionadas às Forças Armadas?

Cel. Avelino - Nós estamos fazendo obras de infra-estrutura ao longo de nossas fronteiras amazônicas, nos estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. 2005 foi um ano muito bom e esperamos que esse ano também seja, apesar de ser um ano complicado para se realizar os convênios por ser ano eleitoral e temos um prazo até junho. Além das obras civis do Programa, vamos continuar as de manutenção de nossa soberania, repassando recursos para o Exército, Marinha e Aeronáutica. Nós temos feito uma série de obras que visam a segurança de nossas fronteiras amazônicas, como a transferência da Brigada de Infantaria de Selva de Niterói para São Gabriel da Cachoeira (AM), contando já com a presença do general Boabaide e alguns batalhões, o aquartelamento já está todo pronto e estamos iniciando a construção de um batalhão em Barcelos (AM) e em Santa Isabel do Rio Negro (AM), que vão compor uma brigada na Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia. No caso da Marinha, por exemplo, foi repontencializado os motores de três navios que já estavam operando há quase 30 anos na Amazônia, o que dará uma vida útil de mais dez anos. A Aeronáutica tem aplicado recursos em pistas de pouso e na construção da base aérea de São Gabriel da Cachoeira e já existe um estudo para a construção de uma base aérea em Vilhena (RO), na fronteira com Mato Grosso.

HP – E o apoio do governo federal para o Calha Norte?

Cel. Avelino – Consciente da sua importância, em 2005 nós tivemos o maior apoio do governo federal para o Programa, inclusive para a liberação de emendas de parlamentares - individuais, de bancada e de comissão -, que vinham sofrendo muito contingenciamento, e foi espetacular para nós. Com isso pudemos dar continuidade a uma série de projetos, como a manutenção de nossos Pelotões Especiais de Fronteira. Estamos reformando todos os pelotões, adquirindo equipamentos, reformando pequenas centrais hidrelétricas, para melhorar as condições de vida do nosso pessoal na fronteira. Aliás, não só do pessoal dos pelotões de fronteira, mas também da população civil que vive em volta e que tem aumentado muito. É um trabalho de repotencialização dessas pequenas hidrelétricas que tem sido feito junto com o Ministério de Minas e Energia, Eletronorte e Comando Militar da Amazônia para levar “Luz para Todos”, dentro do programa do governo federal. Também temos trabalhado longo da fronteira com recursos advindo do Fundo Social do BNDES, há dois anos, em convênio principalmente com prefeituras, como São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga (AM), no Alto Solimões, e Oiapoque (AP), fronteira com a Guiana Francesa.

HP – Tem sido feito algum trabalho junto às comunidades indígenas?

Cel. Avelino – Dentro do Programa, temos ações de “Apoio às Comunidades”, como as realizadas com os índios Tikunas, próximo à Tabatinga, no Amazonas, recuperando escolas, fazendo pontes, recuperando o ramal rodoviário. Temos trabalhado com os Tucanos, próximo a São Gabriel da Cachoeira, apoiando a comunidade ao longo da BR 307, também na região do Tiquié, próximo à Yauaretê. Não temos problemas nenhum e contamos com o apoio da Funai. São feitos poços artesianos, fornecemos equipamentos e combustíveis, entre outras ações.

HP – Como são distribuídos os recursos do Programa Calha Norte?

Cel. Avelino – As duas vertentes do Programa, militar e civil, caminham juntas. Ultimamente nós temos mais recursos para obras civis em função das emendas dos parlamentares, o que tem sido muito importante para as pessoas que vivem na região. Temos feitos repasses também para os batalhões de engenharia do Exército, que têm realizado também obras em proveito de populações civis. A companhia de engenharia de São Gabriel da Cachoeira tem feito a manutenção da BR 307, no trecho que liga este município a Cucuí. A mesa coisa com as companhias de engenharia Santarém, de Rio Branco e de Porto Velho.

HP – O Programa Calha tem cumprido os objetivos para o qual foi criado?

Cel. Avelino - Nós estamos vivendo um momento muito bom. Temos um apoio muito grande do governo federal, do Ministério da Defesa, do Congresso Nacional e, principalmente, das populações que vivem lá. O Programa Calha Norte tem contribuído para a manutenção da nossa soberania, para a inclusão social, para uma melhor distribuição de renda, para geração de empregos e para melhorar a vida das pessoas que vivem nas fronteiras amazônicas e que precisam muito de obras de infra-estrutura.

VALDO ALBUQUERQUE

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Cientistas questionam teoria de Darwin sobre origem da vida - 14/02/2006 - Folha Online - BBC

Cientistas questionam teoria de Darwin sobre origem da vida - 14/02/2006

Folha Online - BBC - Mundo vive maior fase de calor dos últimos 1.200 anos - 10/02/2006

Mundo vive maior fase de calor dos últimos 1.200 anos

PAUL RINCON

da BBC Brasil

O hemisfério norte experimentou as ondas de calor mais freqüentes dos últimos 1.200 anos, de acordo com uma pesquisa publicada na revista "Science". A constatação dá mais força aos que defendem que o aquecimento global está ligado à atividade humana no planeta.

Uma equipe da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, mediu mudanças em anéis de troncos de árvores, em conchas fossilizadas e no gelo, que permitem descobrir temperaturas máximas através do tempo.

Eles também estudaram diários pessoais dos últimos 750 anos, escrito por moradores de países como Holanda e Bélgica, e relatando o congelamento dos canais. Os pesquisadores concluíram que há um aquecimento inédito e recente.

Pequena Idade do Gelo

Os pesquisadores Timothy Osborn e Keith Briffa analisaram medidas de temperatura tomadas por instrumentos desde 1856, para definir quando o aquecimento começou. Em seguida, compararam também evidências de outras fontes, datando até o ano 800 d.C.

As análises confirmaram período de aquecimento significativo no hemisfério norte dos anos 890 a 1170 , o chamado período de aquecimento medieval. E constataram períodos de esfriamento, como o que ocorreu entre 1580 e 1850 --a pequena Idade do Gelo.

Mas apesar dos períodos anteriores de oscilação, a equipe mostrou que o atual aquecimento do planeta é mais freqüente e a mais longa anomalia de temperatura de qualquer tempo desde o século 9.

"Os últimos 100 anos são mais surpreendentes que os períodos de grandes flutuações anteriores. O aquecimento é global e afeta quase todos os registros analisados", afirmou Timothy Osborn.

Em novembro, a mesma publicação divulgou um estudo demonstrando que os níveis de gás carbônico e metano na atmosfera eram os mais altos dos últimos 650 mil anos.

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  • sexta-feira, fevereiro 10, 2006

    Blog, Blog, Blog: Afogados na informação

    Blog, Blog, Blog: Afogados na informação


    Afinal, por quê tanto “auê” em torno da chamada “sociedade da informação”? A tal ponto que entidades regulatórias máximas como a ONU e a International Telecomunications Union (ITU) puxam, em escala planetária, uma Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação.
    A primeira rodada de oficinas aconteceu em dezembro de 2003, em Genebra. O cume da cúpula (ou cumeeira, como dizem em Portugal quando se trata de eventos organizados por lideranças internacionais) acontecerá em 2005, em Túnis. Curiosa localidade “oriental” que marca geograficamente o desafio de produzir num horizonte de tempo relativamente curto (uns poucos anos) um consenso sobre o que, afinal, é a tal “sociedade da informação”. E, principalmente, como “devem” comportar-se indivíduos, empresas, organizações e governos para que essa nova forma de organização social seja mais virtuosa e não apenas virtual (no sentido de ser formada por uma “imaterialidade” digital).
    Há vários conflitos ideológicos, políticos, militares e econômicos em torno da disputa pelo controle dessa futura sociedade organizada com base em mídias digitais, alta capacidade de processamento de dados, ampla e capilarizada rede de canais de acesso, recepção, produção e distribuição de informações, criando novas possibilidades de trocas simbólicas.
    Assim como as organizações terroristas, as redes digitais por onde circula a informação e se formam as redes têm flexibilidade, potencial anárquico e criativo, ao mesmo tempo em que produzem impactos altamente destrutivos. A automação criou novas formas de desemprego estrutural, com a dispensa em massa de trabalhadores em setores de serviços, a robotização das fábricas e, ao mesmo tempo, o surgimento de novas barreiras ao emprego. Na sociedade da informação, o nível de renda e as oportunidades de emprego são mais dinâmicas justamente para indivíduos com habilidades no acesso e gestão dessas mídias digitais: computadores, celulares, PDAs, GPSs, terminais inteligentes em bancos e serviços públicos, equipamento enfim associado, sobretudo, ao gerenciamento de processos em todos os setores da economia.
    A cultura digital, pop e movida a blogs da sociedade de consumo capitalista, tem na internet a sua mais vistosa vitrine, mesmo depois do estouro da bolha especulativa da “nova economia”. De fato, há uma nova economia: mas o acesso aos seus benefícios depende de esforços e inteligência coletivos. Ressurge, na sociedade da informação, a velha questão política sobre os meios e os fins da organização de uma inteligência coletiva.
    Há dilemas clássicos: no Brasil, a mídia gira os canhões contra o Gil porque o ministro-artista colocou o dedo na ferida, apontando para os riscos que a concentração oligopólica e corporativa dos meios de comunicação – os conglomerados “globais” – apresentam para a criação e a cultura de identidades nacionais e locais.
    A agenda da regulação do sistema de comunicação social é o tema de fundo que se expressa em escala planetária com a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, mas com efeitos e agendas nacionais e locais. O pessoal ortodoxo, do mercado financeiro, pode ser comparado àquela turma que tem mais banda larga e pode brincar com os jogos de guerra mais poderosos e violentos: operam online em tempo real, especulando num videogame ideológico global sobre o destino de trilhões de moedas que não passam de dígitos na memória de uma rede de alta segurança, uma intranet dos ricos, o sistema SWIFT – o nome já diz tudo
    O mesmo governo Lula que propõe a regulação dos mamutes da mídia, aliás, investe na CPI do Banestado contra a elite que ao longo de vários anos brincou nesse videogame de verdade enquanto os outros setores da economia, o chamado “lado real”, eram submetidos a uma significativa deterioração, sobretudo da infra-estrutura, por falta de investimentos de longo prazo feitos “espontaneamente” pelo mercado.
    Para os mais radicais, há uma ligação umbilical entre os interesses da grande mídia global corporativa e a elite financeira igualmente global. Essa elite opera um dos mais longos processos de privatização da história humana. Trata-se de uma deterioração do espaço público que, em termos de redes de comunicação, sistemas de informação e processos colaborativos vai armando a mesma elite e provocando formas ainda mais perversas de exclusão, baseadas no conhecimento e no relacionamento (o chamado “networking”).
    É possível agir sobre essa dinâmica de redes, que em muitos aspectos lembram máfias ou grupos terroristas, (re)criando pelos mesmos meios uma nova superestrutura pública mundial, um direito público internacional, um sistema de proteção às liberdades individuais e aos direitos sociais que seja capaz de impor-se à lógica financista?
    A música brasileira tem chance na rede frente à música produzida e distribuída digitalmente pelos Estados Unidos? No Orkut, espaço de socialização criado pela empresa Google (do mecanismo de buscas na internet), pouco antes do lançamento de suas ações em Wall Street, os brasileiros ocuparam mais espaço que os próprios americanos. Não dá, obviamente, para dizer que são todos acionistas de Wall Street ou filhos daqueles que já têm acesso a fundos de investimento, cadernetas de poupança ou ações mesmo. Mas, sem dúvida, fazem parte da mesma “cadeia de valor”, ajudaram a criar valor para a empresa na véspera do seu lançamento público de ações. Assim como uma planta faz parte da cadeia alimentar dominada pelos carnívoros.
    A Cúpula da Sociedade da Informação é um espaço de negociação de direitos, normas, padrões de regulação, orientações sobre formas de realizar comércio eletrônico ou desenvolver “e-government”. Em escala global e envolvendo a elite que governa os países do mundo, trata-se de criar o contraponto possível ao processo de privatização que tem predominado na mídia planetária. Um sistema em que mais de 90% das imagens veiculadas por todas as televisões do mundo são fornecidas por uma só fonte: a Reuters.
    Mas se a rede mundial é de fato uma realidade transfonteiras, marcada por padrões de consumo de bens materiais e imateriais cada vez mais multiculturais, haverá governo mundial possível para essa Babel digital?
    A julgar pelo estágio atual da regulação e da inteligência coletiva, predomina a geléia geral onde todos se afogam ao som de blogs e videoclipes, com a duração média de um comercial televisivo e a profundidade mediana de uma comunidade Orkut.

    Wilson Schwartz é criador e diretor da Cidade do
    Conhecimento, professor do Departamento de
    Cinema, Rádio e Televisão da ECA-USP e autor
    de O capital em jogofundamentos filosóficos da
    especulação financeira
    (Campus, 2000)

    Quem se importa com o Zimbábue?

    Quem se importa com o Zimbábue?

    Prof° Edu Silvestre de Albuquerque/UEPG-PR

    Se verdadeira a afirmação de que ninguém se importa com o continente africano, é duplamente verdadeira em relação a República do Zimbábue, governada por Robert Mugabe desde a autodenominada “revolução socialista” de 1980, data em que também a Grã-Bretanha reconhece a independência de sua ex-colônia. A desinformação da opinião pública internacional sobre a África Austral foi longamente orquestrada pela mídia internacional, por governos e por organizações não-governamentais, sempre mais preocupados em “enfrentar” as políticas discriminatórias sul-africanas ou os efeitos da Guerra Fria nas ex-colônias portuguesas de Angola e Moçambique.

    Em realidade, a África do Sul não foi o único país africano que elevou a discriminação racial à condição de política oficial de Estado (o “apartheid”), experimento hediondo perpetrado pelos colonizadores europeus entre as décadas de 1960 e início de 90. Da antiga federação da Rodésia (nome em homenagem ao colonizador britânico Cecil Rhodes), a maioria negra da Zâmbia e de Malaui alcançou sua independência política ainda na década de 1960. Mas o governo branco logrou permanecer no poder na Rodésia do Sul (atual Zimbábue) através de uma manobra política ardilosa: declarando uma independência unilateral da Grã-Bretanha, mas mantendo a segregação racial da maioria negra. O adiamento do desfecho político para o conflito racial instalado a partir da colonização européia viria a cobrar pesados tributos no futuro da nova nação africana.

    A conturbada situação política do Zimbábue atual gera pequenas notas de canto de página nos grandes jornais brasileiros, geralmente reproduzindo a opinião das agências européias de notícia. Evidentemente que estas destacam o sentimento de horror dos antigos colonizadores e descendentes que permanecem no Zimbábue em relação à política de reforma agrária (lei de nacionalização de terras de 1992) e ao revanchismo político. Londres já declarou oficialmente que descarta qualquer ajuda econômica enquanto as ocupações de terra persistirem. Aliás, diga-se de passagem, que o temor quanto a represálias aflige, ainda que em menor escala, também a elite branca que permanece na vizinha África do Sul.

    No imaginário ocidental forma-se a idéia de que a bandeira de democracia está desfraldada nas mãos do partido do Movimento por Mudanças Democráticas (MMD), formado por militantes e populares das vastas periferias urbanas (o que equivale a dizer que as cidades estão dominadas pela oposição), e que conta com o apoio da elite branca (cerca de 1% dos quase 13 milhões de habitantes). Nessa visão, o governo de Mugabe e sua coalizão de apoio formada pela União Nacional Africana do Zimbábue (ZANU) e União Popular Africana do Zimbábue (ZAPU) em torno da ZAPU-FP (Frente Patriótica), representam o bastião do autoritarismo na região.

    A situação política local tornou-se dramática porque os grupos de ex-revolucionários ligados a Mugabe perceberam que a manutenção do poder político exigiria também combater o poder econômico dos brancos que detinham mais de 60% da produção nacional e 85% das exportações. Além disto, mais de um terço das melhores terras das zonas férteis e a maior parte da produção agrícola estavam em mãos de apenas 4.500 fazendeiros brancos. Para manter acesa a chama revolucionária foram eleitos como bode expiatório os brancos, acusados de tentativa de neocolonialismo. Com a garantia de omissão do governo, grupos liderados pelos veteranos da guerra de independência passaram a ocupar centenas de fazendas de brancos, numa complexa mistura de desejo pela terra com revanchismo racial.

    Contudo, a desorganização da economia agrícola acaba repercutindo nas cidades, cuja população já se sentia decepcionada com os rumos do processo revolucionário e totalmente alijada do poder político. Ainda que a maior parte da população zimbabuana viva no campo, a inflação e o desemprego (cerca de 60% da população) atinge principalmente a população urbana da capital Harare e das cidades menores. Ali, as propostas de modernização econômica e política (apoiadas pela elite branca) conseguem rivalizar em número de adeptos com o movimento de reforma agrária consentida pelo governo e sua proposta de ruralização.

    Certamente, Mugabe não é o mocinho desse filme manjado, acusado de ter fraudado e intimidado a oposição nas últimas eleições presidenciais de 2002. Mas a conservação das estruturas jurídico-econômicas coloniais está, sem dúvida, na raiz das desigualdades sociais e conflitos políticos no Zimbábue atual.


    PARA NAVEGAR
    http://www.sergiosakall.com.br/africano/materia_zimbabue.html
    http://www.tamandare.g12.br/Aulafrica/Zimb%C3%A1bue280605.htm
    http://www.diplo.com.br/aberto/0005/17.htm

    "Nova Ordem" de Bush Provoca Cisma no Ocidente

    “Que tipo de ordem mundial nós queremos?”, indagou Joschka Fischer, ministro do Exterior da Alemanha, na iminência da invasão americana do Iraque, em março de 2003. (...) Como interpretou Dominique de Villepin, ministro do Exterior da França, o conflito foi menos sobre o Iraque que sobre “duas visões de mundo”. (...) Um grande cisma filosófico abriu-se no interior do Ocidente e o antagonismo mútuo ameaça debilitar os dois lados da comunidade transatlântica. Para a Europa e os Estados Unidos, a divisão estratégica é suficientemente ruim. Mas, e se as suas divergências sobre a ordem mundial infectarem o restante do que conhecemos como o Ocidente liberal? Continuaria o Ocidente a ser ainda o Ocidente? (Robert Kagan, “America’s crisis of legitimacy”, Foreign Affairs, march/april 2004, p. 65-66)

    "Nossos exércitos não chegaram a suas cidades e terras como conquistadores ou inimigos, mas como libertadores (...). Não é a vontade de nosso governo impor-lhes instituições estrangeiras (...). Nossa vontade é que vocês possam prosperar tanto quanto no passado, quando suas terras eram férteis e seus ancestrais ofereceram ao mundo a literatura, a ciência e a arte, e quando Bagdá foi uma das maravilhas do mundo. (...) É nossa esperança que se realizem as aspirações dos seus filósofos e escritores e que uma vez mais o povo de Bagdá floreça, experimentando a riqueza e desenvolvendo o espírito sob instituições compatíveis com suas leis sagradas e os ideais de sua raça.”
    George Bush, dirigindo-se aos iraquianos após a ocupação americana de 2003, certo? Errado: o discurso, proferido em 19 de março de 1917, é do general F. S. Maude, comandante das forças britânicas que conquistaram a Mesopotâmia.
    O paralelo entre a Grã-Bretanha imperial – que emergiu vitoriosa das Guerras Napoleônicas, em 1815, e, por mais de um século, expandiu a sua influência mundial – e os Estados Unidos do pós-guerra não é novo, mas tornou-se cada vez mais discutido após o 11 de setembro de 2001. A Doutrina Bush deflagrou uma estratégia unilateralista, sustenta o direito à guerra preventiva e prega a mudança de regimes nos países que desafiam a hiperpotência. Ela aparece como a visão de mundo de um poder imperial capaz de impor uma “nova ordem” no sistema internacional.
    A “ordem britânica” do passado estabeleceu, por meio do padrão ouro, uma moldura para a expansão do comércio e dos investimentos internacionais. A “ordem americana” do presente sustenta, por meio do dólar e das instituições econômicas multilaterais, um ambiente propício aos negócios das corporações transnacionais. A “Pax Britânica” garantiu um século inteiro sem conflagrações gerais entre as potências, até a Primeira Guerra Mundial. A “Pax Americana”soldou a unidade estratégica do Ocidente, derrotou sem guerra o desafio soviético e elegeu o terrorismo internacional como nova ameaça a ser combatida. Os neoconservadores republicanos, que dão as cartas da política externa americana, interpretam a Doutrina Bush como um desenvolvimento da Doutrina Truman de 1947 e enxergam o Império Americano como sucessor do Império Britânico.
    A república americana nasceu rejeitando as monarquias européias e desprezando a complexa e cínica “política de poder” do Velho Mundo. Por um lado, a relativa segurança proporcionada pelo oceano manifestou-se sob a forma de uma forte tendência ao isolacionismo, que era uma das expressões dessa rejeição da Europa. Por outro, os valores republicanos da Revolução Americana traduziram-se, de tempos em tempos, como um projeto de “reforma do mundo” destinado a difundir as idéias da liberdade e da igualdade. Sob o influxo dessas tendências contraditórias, a política externa dos Estados Unidos oscilou entre os extremos do isolacionismo e do cruzadismo (veja o texto A política externa como cruzada).
    O presidente Woodrow Wilson (1913-21) combateu o isolacionismo até conseguir engajar os Estados Unidos ao lado da Grã-Bretanha e da França na Primeira Guerra Mundial (1914-18). No fim do conflito, seu célebre discurso dos Quatorze Pontos traçou o caminho de uma “paz sem vencedores ou vencidos”, sem anexações territoriais ou reparações, coroada por uma organização mundial que impedisse a eclosão de novas guerras. A onferência de Paz de Paris e o Tratado de Versalhes frustraram esses ideais. O Senado americano, sob uma maioria isolacionista, vetou a participação dos Estados Unidos na Liga das Nações, esvaziando-a de sentido. Mas Wilson deixou um legado internacionalista que seria retomado por Franklin Roosevelt e resultaria, após a Segunda Guerra Mundial (1939-45), na criação da ONU.
    O internacionalismo wilsoniano bebe na fonte do projeto cruzadista de “reforma do mundo” e proclama o princípio da difusão da liberdade mas, no fim das contas, move-se no campo do realismo. A Liga das Nações imaginada por Wilson era um diretório de potências investido da missão de zelar pela paz mundial. A ONU de Roosevelt foi moldada com a mesma argamassa, tanto que seu Conselho de Segurança refletia as realidades geopolíticas do pósguerra. Essa versão do internacionalismo americano baseava-se no multilateralismo, isto é, na noção de que o sistema de Estados funcionaria a partir de princípios comuns e decisões coletivas.
    A Guerra Fria removeu o terreno para o funcionamento da visão de Roosevelt, de um “diretório de potências” – o Conselho de Segurança – que asseguraria a paz e a estabilidade internacionais. Mas o multilateralismo expressou-se, sob forma diferente, no bloco geopolítico liderado por Washington. A OTAN soldou a unidade estratégica entre os Estados Unidos e a Europa Ocidental. O Plano Marshall deflagrou a reconstrução européia.
    A Comunidade Européia (atual União Européia) substituiu as rivalidades nacionais pela fusão de soberanias entre os aliados ocidentais dos Estados Unidos. As instituições de Bretton Woods – o FMI, o Banco Mundial e o GATT (atual OMC) – conferiram ordem ao sistema econômico do Ocidente.
    Os neoconservadores republicanos são herdeiros devassos da tradição de Wilson. Eles adotam o internacionalismo mas rejeitam o multilateralismo. Desde que o 11 de setembro de 2001 proporcionou-lhes a oportunidade de conduzir a política externa da hiperpotência, os Estados Unidos engajaram-se numa cruzada de “reforma do mundo” que se traduz nos termos da expansão imperial e militar (veja a matéria Hiperpotência promove uma revolução no seu dispositivo militar global).
    Os três anos de Doutrina Bush afetaram profundamente as relações internacionais. O cisma entre Estados Unidos e Europa, apenas disfarçado pelas “relações carnais” de Londres com Washington, ameaça deteriorar de vez a OTAN e coloca em risco o próprio futuro da ONU. A “guerra ao terror” proclamada por Bush estimula Israel a sabotar qualquer processo de paz no Oriente Médio e fornece o pretexto para a Rússia identificar falsamente o separatismo na Chechênia ao terrorismo global de Osama Bin Laden. A presença de tropas americanas no Afeganistão e a prolongada ocupação do Iraque desestabilizam o mundo muçulmano, alimentando o fundamentalismo islâmico.
    A “nova ordem” de Bush é rejeitada praticamente no mundo inteiro. Carente de legitimidade, ela se baseia apenas no poder militar global da hiperpotência. Mas um edifício não pode se equilibrar sobre um único pilar.


    HIPERPOTÊNCIA PROMOVE UMA REVOLUÇÃO
    NO SEU DISPOSITIVO MILITAR GLOBAL


    Discursando em Cincinnati perante uma platéia de veteranos das forças armadas, George Bush revelou o projeto de transferir de volta para os Estados Unidos até 70 mil militares, dos mais de 200 mil que servem no exterior. É verdade que o anúncio tinha nítida finalidade eleitoral e que o processo deve ocorrer gradualmente, ao longo da próxima década, mas ele não é mera promessa de campanha.
    Desde que a administração Bush se instalou, o Pentágono dedica-se ativamente ao que Donald Rumsfeld, o secretário da Defesa, denomina “transformação militar”. Os atentados de 11 de setembro de 2001 e a “guerra ao terror” conferiram um novo sentido de urgência à “transformação”, que se destina a adaptar a máquina de guerra da hiperpotência aos desafios do pós-Guerra Fria. A drástica redução quantitativa das tropas no exterior é uma das conseqüências da “transformação”. Mas, ao contrário do que parece, a finalidade do empreendimento não é diminuir a presença militar global dos Estados Unidos.
    O atual dispositivo militar americano é, essencialmente, uma herança da geopolítica da Guerra Fria. A doutrina da contenção da União Soviética, elaborada a partir de 1947, orientou a implantação das bases militares no exterior e explica a concentração de tropas e meios de combate em dois grandes teatros: a Europa Ocidental e a Ásia/Pacífico (veja o Mapa Grandes Bases Militares nos Estados Unidos).
    Na Europa Ocidental ainda se encontram 114 mil militares americanos, de um efetivo que atingia mais de 300 mil no fim da Guerra Fria. A Alemanha, que era atravessada pela Cortina de Ferro e seria o primeiro alvo de uma hipotética ofensiva convencional soviética, hospeda quase dois terços das tropas baseadas na Europa. O restante distribui-se na Grã-Bretanha, Bélgica, Islândia e nas bases navais e aéreas da Europa meridional.
    A implantação militar na Ásia/Pacífico repousa sobre a rede de bases no Alasca e nos arquipélagos americanos do Havaí e Guam, que configuram o suporte estratégico para os meios de combate concentrados no Japão e na Coréia do Sul. O Japão, o principal aliado dos Estados Unidos na Ásia, que devia ser protegido da dupla ameaça de soviéticos e chineses, ainda hospeda 45 mil militares americanos. Na Coréia do Sul, que permanece tecnicamente em estado de guerra com a Coréia do Norte desde o armistício de 1954, estão baseados 37 mil soldados, marinheiros e pilotos americanos.
    O Golfo Pérsico, com suas imensas reservas de petróleo, e o Caribe, uma esfera de influência imediata, eram teatros importantes mas não centrais na geopolítica da Guerra Fria. Atualmente, o dispositivo do Golfo Pérsico estrutura-se sobre as bases navais do emirado do Bahrein e da ilha de Diego Garcia e a grande base aérea de Incirlik, na Turquia. No Caribe, a implantação militar americana assenta-se em Porto Rico e na célebre base naval de Guantánamo, cedida indefinidamente por Cuba muitas décadas antes da revolução de Fidel Castro. A ausência de qualquer grande base americana no hemisfério sul reflete a situação periférica da África Subsaariana e da América do Sul na rivalidade estratégica da Guerra Fria.
    Sob Rumsfeld, o Pentágono elabora uma nova visão dos desafios à hegemonia dos Estados Unidos e desenha um dispositivo militar global adaptado às “guerras do futuro”. O núcleo estratégico das mudanças consiste em integrar mais estreitamente o dispositivo global e proporcionar condições para a concentração rápida de meios de combate nos focos de novas ameaças.
    Na Europa, isso significa um firme movimento rumo ao leste. De um lado, trata-se de reduzir as tropas e equipamentos blindados estacionados na Alemanha: em dez anos, os militares americanos no país devem cair dos atuais 70 mil para cerca de 40 mil, um número ainda excepcional. A mudança não afetará as bases navais na Islândia e Grã-Bretanha e na Itália e Grécia, que são indispensáveis para as redes logísticas do
    Atlântico Norte/Mar do Norte e do Mediterrâneo. As bases aéreas na Grã-Bretanha, Alemanha, Portugal e Itália também devem ser conservadas ou até ampliadas.
    De outro lado, trata-se de implantar uma rede de bases na Europa centrooriental, a fim de soldar os laços entre os Estados Unidos e os novos integrantes da OTAN. A Polônia, situada estrategicamente no centro do corredor de planícies que conecta a Rússia à Alemanha, é óbvia candidata a receber uma grande base. A Bulgária e a Romênia podem ser escolhidas como sedes de bases destinadas a projetar o poder militar americano no Mar Negro.
    Na Ásia, a idéia é reduzir as vastas concentrações de tropas no Japão e na Coréia do Sul e desenhar uma implantação militar de tipo radicalmente diferente. O Japão, hoje, não enfrenta ameaças convencionais e possui amplos recursos bélicos próprios. O Pentágono trabalha com o cenário de forte redução das forças de marines estacionados em Okinawa, que são fonte de ressentimentos nacionalistas no país, mas pretende conservar as bases da Marinha e da Força Aérea. Já as tropas na Coréia do Sul serão reduzidas em um terço no horizonte de um ou dois anos, com a completa retirada das forças americanas estacionadas na Zona Desmilitarizada junto à fronteira. Os planejadores americanos sustentam que o país dispõe de 690 mil soldados bem treinados para enfrentar a ameaça norte-coreana e que a guerra moderna não depende da presença permanente de forças blindadas mas do predomínio aéreo e da capacidade de mover tropas rapidamente até o campo de batalha.
    A nova implantação militar asiática estará estruturada em torno de uma rede de bases flexíveis, servidas por contingentes mínimos mas adaptadas para ampliação rápida em caso de necessidade. Essas “plataformas quentes” seriam instaladas na orla da Ásia meridional, em países como as Filipinas, a Tailândia, a Malásia e Cingapura, funcionando como postos avançados de grandes bases de infra-estrutura como as do
    Havaí, Guam e Diego Garcia, além da base naval de Yokosuka e da base aérea de Mizawa, no Japão. Um esquema semelhante de “plataformas quentes” poderia ser instalado na Europa centro-oriental, tendo por retaguarda a grande base aérea de Ramstein, na Alemanha.
    O teatro do “Grande Oriente Médio” tornou-se prioridade estratégica máxima de Washington desde o 11 de setembro de 2001. Na região do Golfo
    Pérsico está em curso uma reorganização geral das forças americanas. O Pentágono prepara-se para retirar todos os seus militares da Arábia Saudita, pois a presença americana no país que guarda os lugares mais sagrados do Islã serve de bandeira para os fundamentalistas. Uma nova base aérea, no Catar, já começa a substituir a base saudita de Príncipe Sultan. No Iraque, tudo é incerto, mas os planejadores americanos alimentam a esperança de instalar uma grande base do Exército ou dos marines.
    A principal novidade, contudo, está reservada para a região da Ásia Central. O Pentágono já dispõe de pequenas bases instaladas para sustentar as operações no Afeganistão. A idéia é implantar um grande centro militar regional, possivelmente no Quirguistão ou Tajiquistão, que serviria de retaguarda para a perseguição a terroristas no Afeganistão e ainda para manter vigilância direta sobre as rotas que conectam a Ásia Central à China.
    O hemisfério sul permanece periférico, na época da “guerra ao terror”. A exceção notável é a região caribenho-amazônica da América do Sul, onde se desenvolve o conflito militar na Colômbia e se consolida o regime nacionalista de Hugo Chávez na Venezuela. Nesse teatro, o planejamento militar americano considera a hipótese de ampliação da pequena base colombiana, implantando um centro de operações capaz de aprofundar a “guerra ao narcotráfico” e, eventualmente, assegurar o acesso dos Estados Unidos ao petróleo venezuelano.