Para britânicos, ambientalistas precisam enfrentar a questão já |
Em artigo publicado no site da BBC em inglês, Rapley argumenta que o combate dos problemas ambientais tem que ser sinônimo do combate à superpopulação.
"Se acreditamos que o tamanho da 'pegada' (ecológica) humana é um problema grave, e há muitas provas de que isso é fato, então a visão racional seria que ao lado de um pacote de medidas para reduzir as pegadas por pessoa, a questão da administração da população também fosse enfrentada", escreve o cientista.
Para o professor Rapley o tamanho da população atual da Terra, acima de 6,5 bilhões de pessoas, já é insustentavelmente grande. Ele afirma ainda que a uma taxa de 76 milhões de pessoas a mais por ano, em média, não há como combater os atuais problemas ambientais apenas com propostas para o controle de emissão de gases e a racionalização do consumo.
Rapley afirma que a questão da população, porém, é um assunto muito difícil, uma espécie de tabu, para os movimentos ambientais.
Bem-estar em jogo
No entanto, Rapley acredita que a não ser que ele seja enfrentado, o bem-estar e a qualidade de vida das gerações futuras vão sofrer conseqüências.
O artigo de Rapley é o primeiro de uma série de opiniões sobre o meio ambiente em uma sessão especial do site da BBC em inglês, chamada The Green Room ou O Quarto Verde, em tradução literal.
Vários estudos indicam que a humanidade está esgotando os recursos naturais da Terra muito rapidamente. Mesmo assim, a questão da população dificilmente entra na pauta das reuniões ambientais ou das organizações não-governamentais "verdes".
O professor Rapley, diretor do Levantamento Britânico da Antártida, admite que a questão é espinhosa, porque envolve considerações sobre o controle de natalidade compulsório e até eugenia (na definição do dicionário Houaiss: "teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas").
No entanto, Rapley evita fazer recomendações sobre como controlar a atual tendência de crescimento que deve elevar a população da Terra a oito ou nove bilhões até 2050.
Ele argumenta, porém, que a discussão do problema da superpopulação precisa ser alçado a prioridade nos meios ambientais.
"A não ser e até isso mudar, reuniões como a de Montreal (sobre as mudanças climáticas), que enfrentam apenas parte do problema, terão na melhor das hipóteses um sucesso limitado, com o bem-estar e a qualidade de vida das gerações futuras como vítima inevitável."
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