segunda-feira, janeiro 16, 2006

Portos escoam 81% das exportações brasileiras em 2005

Os portos brasileiros foram responsáveis pelo escoamento de 81% das exportações brasileiras no ano passado. É o que mostram dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Do total de US$ 118 bilhões vendidos para o exterior no ano passado, US$ 96 bilhões foram por via marítima, US$ 8,1 bilhões por via terrestre e US$ 7,6 bilhões por via aérea O porto de Santos foi o que mais destinou mercadorias para o mercado internacional.

Em 2005, o porto de Santos respondeu por US$ 32 bilhões das exportações brasileiras, devido, principalmente ao embarque de café não torrado (US$ 1,785 bilhão), soja em grão (1,754 bilhão) e açúcar de cana (US$ 1,5 bilhões). Além de produtos básicos, também foram embarcados por Santos automóveis (US$ 1,042 bilhão) e tratores (US$ 461 bilhões). No mesmo período de 2004, o porto de Santos era responsável por US$ 26 bilhões das exportações brasileiras.

Depois de Santos, os portos de Vitória (ES) e Paranaguá (PR) foram os que mais embarcaram produtos brasileiros para o exterior. No ano passado, essas duas vias venderam para o mercado internacional US$ 11,3 bilhões e 8,5 bilhões, respectivamente. No caso de Vitória, minérios de ferro aglomerados (US$ 2,5 bilhões) e celulose (US$ 1,4 bilhão) se destacaram na pauta de exportação. Já em Paranaguá, soja em grão (US$ 1,2 bilhão) e bagaços da extração do óleo de soja (US$ 1,130 bilhão) foram os principais produtos.

A rodovia de Uruguaiana (RS) foi a principal via rodoviária de escoamento das exportações do Brasil. No ano passado foram US$ 4,5 bilhões vendidos ao exterior via Uruguaiana, contra US$ 3,6 bilhões em 2004. E produtos com alto valor agregado foram embarcados nesta rodovia, com destaque para automóveis (US$ 308 milhões), chassis (US$ 141 milhões) e carrocerias (US$ 133 milhões).

No caso dos aeroportos, São Paulo (SP), Campinas (SP) e Manaus (AM) foram os que mais embarcaram mercadorias brasileiras em 2005. Os principais produtos escoados por via aérea foram terminais portáteis de telefonia celular (US$ 2,4 bilhões), ouro em barras (US$ 458 mil), máquinas para geração de energia (US$ 264 mil) e calçados (US$ 199 mil).

Férias

Vou ficar uns dias de férias por isso os posts vão ser meio escassos!
Mas em fevereiro volta ao ritmo normal!

sábado, janeiro 14, 2006

ISTOÉ Dinheiro - A dívida externa ontem e hoje

Em dezembro de 2002(FHC)
Total: US$ 210 bilhões (A)
Pública: US$ 100,3 bilhões
Privada: US$ 110,4 bilhões
Reservas: US$ 37,8 bilhões (B)
Dívida líquida: US$ 172,9 bilhões (A-B)

Em setembro de 2005(LULLA)
Total: US$ 169,9 bilhões (A)
Pública: US$ 111,58 bilhões
Privada: US$ 55,126 bilhões
Reservas: US$ 55,3 bilhões (B)
Dívida líquida: US$ 114 bilhões (A-B)


Fonte:
ISTOÉ Dinheiro

Google coloca obras raras na rede

Livro aberto Google coloca obras raras na rede, incomoda mercado editorial e atiça concorrentes como Microsoft e Yahoo

O grande irmão americano- Isto É

Matew Cavanaugh/EFE
Pior que o KGB: Bush autorizou a Agência de Segurança Nacional a fazer escutas clandestinas nos EUA
EUA
O grande irmão americano
Em meio à indiferença generalizada do público e
às vezes com o conluio da mídia, o governo avança
sobre a Constituição e o direito dos cidadãos
Osmar Freitas Jr. – Nova York

Os cartunistas costumam acentuar as orelhas de abano do presidente George W. Bush. Como sempre, os desenhistas encostam o dedo na ferida. W. faz bom uso de sua concha auricular. Em dezembro último, o The New York Times revelou que a Agência Nacional de Segurança (NSA, órgão de inteligência com maior aparato de monitoramento eletrônico) recebera autorização especial presidencial para fazer, sem mandado judicial, escutas telefônicas e interceptar mensagens via internet ou fax, com origem ou destinadas ao território dos EUA. A arapongagem, iniciada logo depois do 11 de setembro de 2001, fere a Constituição – que, em sua quarta emenda, proíbe “procura e apreensão não razoáveis” –, além de uma lei especial de 1973 que coloca limites às espionagens domésticas. A Casa Branca alega que adquiriu direitos extraordinários para as bisbilhotices, desde que o Congresso aprovou os Poderes de Guerra ao Executivo no combate ao terrorismo, há quatro anos. A controvérsia está longe de terminar e provavelmente acabará na Suprema Corte. Deste modo, cidadãos da maior democracia do planeta constatam que as paredes têm ouvidos e que sua privacidade está sendo ameaçada pela ampliação do poder bisbilhotador do Estado.

O pior é que Times ficou sentado sobre a denúncia por mais de um ano, atendendo a pedidos do governo para que não fossem reveladas suas ações. Mas o autor da reportagem, James Risen, estava para lançar o livro State of war, em que fala deste e de outros abusos. Não havia como o jornal segurar mais a notícia. Bush chegou a implorar à direção do diário para que não mandasse o texto às impressoras. Alegava que a divulgação comprometeria a guerra ao terrorismo, dando-lhes informações sobre técnicas de combate. “Como se Osama Bin Laden não soubesse que o governo americano faz escutas telefônicas”, retruca o senador republicano John McCain.

Na semana passada, outra aula de direitos civis foi administrada ao povo, quando um cientista de Seattle descobriu surpreso que sua correspondência havia sido aberta pelos correios. Trata-se de um aprendizado tardio, pois os estrangeiros do país já sabiam da existência deste procedimento há anos. “Aos poucos, os americanos vão tomando conhecimento das dimensões reais de seus direitos à privacidade. E o que vêem não é o ambiente cor-de-rosa pintado nas aulas de educação cívica”, diz o professor de direito constitucional Albert Travino, de Nova York. “Na opinião da maioria dos constitucionalistas, as escutas telefônicas domésticas são ilegais. Trata-se de abuso do Poder Executivo.” O governo Bush alega que a xeretice eletrônica só é feita contra quem é suspeito de ligações com terroristas. Pegue-se um exemplo daqueles que suscitam inquietação: Edward Allen foi impedido de embarcar num avião da Continental, há duas semanas, porque seu nome consta da lista de radicais vigiados pelo governo. O perigoso meliante, na ocasião, declarou: “Eu não quero estar nesta lista. Eu só quero ver a vovó.” Edward tem quatro anos de idade.

“Quem é realmente um terrorista? Todos somos suspeitos. Mas um fato permanece: a Constituição não foi abolida com a cláusula de Poderes de Guerra ao presidente, autorizada pelo Congresso”, diz Mark Lindberg, da União por Liberdades Americanas. Sobre estes poderes extraordinários, o ex-líder democrata no Senado Tom Daschle esclareceu que na época em que a legislação foi aprovada a Casa Branca pediu ao Congresso a autorização para as escutas sem mandado. O requerimento foi negado. “Eis a demonstração de que o governo Bush sabia de que precisava de autorização especial. Como recebeu negativa, resolveu agir secretamente”, diz Daschle.

O pior é que cidadãos americanos parecem estar cedendo seus direitos. Uma pesquisa do instituto Rasmussen mostrou que 64% deles acham que a escuta pode e deve continuar. Por outro lado, ninguém consegue comprar uma única cueca nos EUA sem que o governo saiba exatamente o tipo, tamanho, data e preço da transação. Nem o KGB, o temido serviço de inteligência soviético, tinha tantos poderes.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Florestas ´produzem gás que causa efeito estufa´, diz estudo :: Ciência e Meio Ambiente :: www.estadao.com.br

Florestas ´produzem gás que causa efeito estufa´, diz estudo

São Paulo - Cientistas da Alemanha descobriram que algumas florestas podem estar contribuindo para o aquecimento global, em vez de diminuir o ritmo de mudança do clima. Experiências relatadas na revista científica Nature, divulgadas nesta quarta-feira, revelaram um processo desconhecido dos cientistas, no qual plantas em crescimento liberam metano, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa.

Um dos responsáveis pelo estudo, o cientista Frank Keppler, do Instituto Max Planck, de Heidelberg, Alemanha, afirmou que a descoberta é totalmente inesperada.

"Os livros afirmam que o metano é produzido apenas em condições em que os níveis de oxigênio são baixos. Agora estamos observando fontes totalmente novas de gás no ambiente", afirmou.

O metano é conhecido por ser um dos grandes contribuintes para o efeito estufa, perdendo apenas para o dióxido de carbono em grau de importância dentro do processo de prender o calor do Sol.

Kyoto

Se as descobertas forem confirmadas, o fato poderá forçar uma reavaliação da maneira como a questão da preservação das florestas é tratada no Protocolo de Kyoto, o acordo que prevê medidas para frear as mudanças climáticas. Até agora, acreditava-se que o metano era produzido principalmente por bactérias em ambientes como pântanos, plantações de arroz e dentro do estômago de bovinos.

Mas na pesquisa descrita na Nature, cientistas dizem ter concluído que o metano também é produzido em quantidades significativas por uma série de vegetais comuns crescendo em condições normais.

Mark Kenber, da ONG internacional Grupo Clima, que promove ações contra o aquecimento global, afirma que é preciso fazer mais pesquisas.

"No futuro, se esta pesquisa for corroborada, teremos que equilibrar os efeitos benéficos de árvores absorvendo o dióxido de carbono contra os efeitos prejudiciais das emissões de metano", disse.

Folha Online - Mundo - Ex-premiê espanhol critica Chávez e elogia Lula - 13/01/2006

Folha Online - Mundo - Ex-premiê espanhol critica Chávez e elogia Lula - 13/01/2006


A que ponto chegamos olhem aí não sou eu quem está falando é o direitoso do Felipe González que falou!!!!!!

Prova da UFRGS com Gabarito

Prova da UFRGS com Gabarito

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Folha Online - "programa nuclear iraniano"

"programa nuclear iraniano"

Furacões têm cinco categorias de força e destruição

da Folha Online
Furacões são classificados em cinco categorias, dentro de uma escala chamada Saffir-Simpson, que considera a pressão medida no centro do fenômeno, velocidade dos ventos e tempestades provocadas pelo furacão. Um furacão considerado categoria 1 é o mais fraco, e causa pequenos danos materiais, e o de categoria 5, o mais forte, com ventos que ultrapassam os 249 km/h, pode destruir tudo o que estiver pelo seu caminho. Veja quais são a velocidades dos ventos e os estragos causados por furacões, de acordo com sua categoria:

Categoria 1 -
um furacão de categoria 1 pode causar vários danos em casas, principalmente aquelas que contam com uma infra-estrutura precária. Os ventos também podem chegar a derrubar árvores e áreas baixas podem sofrer inundações. Nessa categoria, um furacão chega a ter ventos com velocidade entre 119 km/h e 153 km/h.

Categoria 2 - um furacão com categoria 2 causa danos de médio porte, e seus ventos podem alcançar o mínimo de 154 km/h, e ir até 177 km/h. Geralmente, furacões dessa categoria conseguem arrancar telhados das casas, portas, e estourar janelas. Árvores podem ser arrancadas e embarcações pequenas --que estiverem ancoradas em áreas na rota do furacão também sofrem danos.

Categoria 3 - um furacão com categoria 3 pode causar grandes danos e mortes em uma região densamente habitada. Seus ventos podem ter o mínimo de 178 km/h, chegando até 209 km/h. O fenômeno provoca grandes tempestades, que podem aumentar em intensidade, de acordo com a velocidade do furacão: quanto mais lento ele se move, maior será a quantidade de chuva que o fenômeno pode precipitar. Nesses casos, o Centro Nacional de Furacões de Miami já recomenda a retirada de todas as pessoas dos locais por onde o furacão passar.

Categoria 4 - um furacão de categoria 4 causa grandes danos em áreas habitadas. Casas e até mesmo prédios podem ser derrubados pelos ventos, que chegam a ter o mínimo de 210 km/h, e o máximo de 249 km/h. Grandes tempestades provocam alagamentos em enormes áreas. Rotas de saída das áreas atingidas que estejam localizadas em áreas muito baixas, suscetíveis a enchentes, devem ser fechadas cinco horas antes da chegada do furacão, e há necessidade de retirada em larga escala de pessoas que morem em regiões por onde o furacão pode passar.

Categoria 5 - furacões de categoria 5 têm ventos superiores a 249 km/h. Fenômeno considerado "raro" pelos meteorologistas, pode destruir tudo que estiver no seu caminho. Áreas costeiras podem ser invadidas em até 10 km pelo mar. É obrigatória a retirada de todas as pessoas que morem perto da costa.

Saiba mais sobre tipos de ventos e tempestades

da Folha Online

Conheça o significado e a forma utilizada pelos meteorologistas para classificar os ventos de acordo com sua intensidade:

Vento: termo genérico que identifica o ar em movimento, independente da velocidade.

Brisa: é um vento de pouca intensidade, que geralmente não ultrapassa os 50 km/h.

Monção: começa no início de junho no sul da Índia. São ventos periódicos, típicos do sul e do sudeste da Ásia, que no verão sopram do mar para o continente. A monção geralmente termina em setembro, caracterizando-se por forte chuva associada a ventos.

Ciclone: é o nome genérico para ventos circulares, como tufão, furacão, tornado e willy-willy. Caracteriza-se por uma tempestade violenta que ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, produzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação. Evidencia-se quando ventos superam os 50 km/h.

Furacão: vento circular forte, com velocidade igual ou superior a 119 km/h. Os furacões são os ciclones que surgem no mar do Caribe (oceano Atlântico) ou nos Estados Unidos. Giram no sentido horário (no hemisfério sul) ou anti-horário (no hemisfério norte) e medem de 200 km a 400 km de diâmetro. Sua curva se assemelha a uma parabólica.

Tufão: é o nome que se dá aos ciclones formados no sul da Ásia e na parte ocidental do oceano Índico, entre julho e outubro. É o mesmo que furacão, só que na região equatorial do Oceano Pacífico. Os tufões surgem no mar da China e atingem o leste asiático.

Tornado: é o mais forte dos fenômenos meteorológicos, menor e mais intenso que os demais tipos de ciclone. Com alto poder de destruição, seus ventos atingem até 490 km/h. O tornado ocorre geralmente em zonas temperadas do hemisfério norte.

Vendaval: vento forte com um grande poder de destruição, que chega a atingir até 150 km/h. Ocorre geralmente de madrugada e sua duração pode ser de até cinco horas.

Willy-willy: nome que os ciclones recebem na Austrália e demais países do sul da Oceania.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Hidrelétricas do Rio Madeira vão abastecer quatro estados

Usinas do Rio Madeira anunciadas esta semana por Lula colocarão no mercado brasileiro novos 6.450 MW - mais da metade da energia gerada por Itaipu -, e abastecerão quatro estados, inaugurando um novo ciclo de desenvolvimento e de industrialização na Região Norte do país

O governo federal anunciou na última semana a criação de um grupo de trabalho interministerial para incluir a construção das duas Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira nas licitações que, este ano, irão selecionar as empresas para construir seis usinas previstas para entrar em funcionamento em todo o país.

Com um investimento estimado em R$ 20 bilhões, as duas Usinas do Rio Madeira, que nasce na Bolívia e desemboca no Rio Amazonas cortando o estado de Rondônia, deverão colocar no mercado brasileiro mais 6.450 MW - mais da metade da energia gerada por Itaipu, a maior do mundo - se somando ao esforço para reduzir o déficit energético acumulado nos anos de FHC no Planalto.

Durante os 8 anos do governo anterior, o país viveu uma crise energética sem precedentes. A população foi obrigada a reduzir o consumo de energia, pagou mais caro e ainda conviveu com frequentes apagões em função da ausência completa de investimentos federais no aumento da geração energética brasileira.

Para evitar que isso aconteça novamente, o governo Lula começa a investir no imenso potencial hidrelétrico do Brasil. No caso do Rio Madeira, com grande potencial de navegação e integração regional, o projeto energético foi unido ao projeto de transporte, e congrega duas obras de energia com a Hidrovia do Rio Madeira.

DUAS USINAS

O projeto para a construção das Hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, no Rio Madeira, conduzido por Furnas Centrais Elétricas S/A em conjunto com a construtora Odebrecht contém, entre outras coisas, estudos de impacto ambiental e um inventário que elenca os recursos disponíveis e as possibilidades abertas pela obra.

Segundo Furnas, a construção das usinas viabilizará a navegação plena do Rio Madeira pois prevê a instalação de duas eclusas (portas que permitem a passagem de embarcações), liberando 260 km para o transporte de cargas e pessoas.

As hidrelétricas servirão ainda para integrar a infra-estrutura energética e de transporte entre o Brasil, Bolívia e Peru e a interligar o sistema elétrico dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e oeste do Mato Grosso.

Com esse aumento de geração de energia na Região Amazônica, municípios de quatro estados da Região Norte passarão a ser abastecidos pelas usinas do Rio Madeira. Com isso, deixarão de depender da energia e das redes de transmissão da Região Sudeste, inaugurando um novo ciclo de desenvolvimento, que possibilitará a instalação de indústrias e a geração de milhares de novos empregos.

ENERGIA DA ÁGUA

Ao contrário do parque energético norte-americano, baseado em termelétricas altamente prejudiciais ao meio ambiente pela emissão de gases de tóxicos e de efeito estufa, o sistema brasileiro é o mais avançado do mundo. Constituído basicamente de hidrelétricas, energia limpa, renovável e ambientalmente menos ofensiva, o parque energético brasileiro se utiliza de tecnologia de ponta para reduzir os impactos ambientais.

No caso do projeto do Rio Madeira, o tipo de turbina utilizada será a bulbo, uma das mais modernas em utilização no mundo, que não exige grandes reservatórios, mas sim grandes volumes e velocidade de água. Com isso, a área a ser inundada pela represa pode ser reduzida para aquela que já sofre cheias todos os anos. "Os estudos de engenharia adotaram cuidados para que os impactos na construção das usinas hidrelétricas sejam os menores possíveis", afirma Furnas.

MARIANA MOURA - Hora do Povo

Presos em São Sebastião 7 clandestinos que fugiam da África :: Últimas Notícias :: www.estadao.com.br

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Folha Online - Dinheiro - Pessoas de boa aparência ganham salários maiores, diz estudo - 12/01/2006

Pessoas de boa aparência ganham salários maiores, diz estudo - 12/01/2006

Microsoft ganha patente que pode ameaçar Linux

Quinta-feira, 12 de janeiro de 2006 - 12h30

SÃO PAULO – O Escritório de Patentes e Marcas dos EUA concedeu à Microsoft duas patentes sobre a FAT, usada para organizar arquivos em discos.

Criado no início dos anos 1980 para o PC-DOS, a FAT (sigla em inglês para tabela de alocação de arquivos) foi mantida nos outros sistemas operacionais da empresa, como MS-DOS e a maioria das versões do Windows. O sistema acabou sendo incorporado em dispositivos de outras empresas, como flash cards, e em outros sistemas operacionais, como algumas distribuições do Linux.

A decisão termina um debate de dois anos e reverte duas decisões preliminares contrárias à Microsoft. O escritório de patentes afirma que o sistema de arquivos é "inovador e não-óbvio", sendo, portanto, merecedor de uma patente.

A decisão tem implicações sérias porque a Microsoft pode vir a exigir royalties de sistemas de código-aberto, como o Linux. Esses sistemas são, por definição, livres de patentes. A empresa não fez comentários sobre o caso.
Paulo Silvestre, do Plantão INFO

Crescimento de China e Índia ameaça ambiente, diz instituto

BBC
A China comprou participação na indústria do petróleo da Nigéria
O forte crescimento econômico na China e na Índia é potencialmente uma das ameaças mais sérias ao meio ambiente no mundo, de acordo com o Worldwatch Institute, uma organização sediada nos Estados Unidos.

O planeta não terá suprimentos de energia, água e terras aráveis suficientes para atender à demanda global se o consumo de recursos nos dois países chegar aos níveis dos países ocidentais, segundo o instituto.

Em seu relatório anual, o Worldwatch institute afirma que as escolhas feitas por China e Índia nos próximos anos vai determinar se o mundo caminha para um futuro de crescente instabilidade política e ecológica ou desenvolvimento sustentável baseado em tecnologias eficientes e melhor gerenciamento de recursos.

O instituto recomenda que os Estados Unidos, que continuam sendo o maior consumidor de recursos do planeta, cooperem com a China e a Índia para ajudar a desenvolver práticas e tecnologias menos danosas ao meio ambiente.

"Nós ficamos encorajados ao descobrir que um número cada vez maior de formadores de opinião na China e na Índia agora reconhecem que um modelo de exploração intensiva de recursos para fomentar crescimento econômico não pode funcionar no século 21", disse o presidente do instituto, Christopher Flavin.

A China já tem um sistema de aquecimento a energia solar que fornece água quente a 35 milhões de residências, enquanto a Índia criou um sistema de obtenção de água a partir da chuva, afirma o relatório.

Moeda dos EUA muda tradição de quase cem anos

Fonte: INVERTIA

Nesta quinta-feira os 12 Bancos regionais dos Estados Unidos receberão 80 milhões de novas moedas de cinco centavos que mudam uma tradição de quase cem anos. Elas são as primeiras de uma leva de cerca de 1 bilhão de novos nickels (como são chamadas as moedas de cinco centavos) a entrar em circulação até o próximo ano.

Desde 1909, quando Abraham Lincoln foi retratado, as moedas sempre exibiram os presidentes de perfil. Mas esse nickel traz um Thomas Jefferson que olha diretamente para você, em uma imagem tirada de um retrato pintado por Rembrant em 1800.


Moeda quebra tradição centenária de retratar
presidentes de perfil


A moeda traz ainda a palavra "Liberdade", com a caligrafia de Jefferson, e a frase "Em Deus confiamos". O verso apresenta Monticello, a casa de Jefferson na Virginia.

Os oficiais do Tesouro americano prevêm que as novas moedas começarão a circular entre as próximas quatro e seis semanas. Os norte-americanos que não quiserem esperar tanto tempo podem pedir sacos ou rolos dos novos nickels no site do Tesouro.

EUA querem impedir venda da Embraer à Venezuela, acusa Brasil

Fonte: Agência EFE
Com Reuters

O governo brasileiro vê sinais de que os Estados Unidos estão tentando impedir a venda de aviões militares, fabricados no Brasil, para a Venezuela e vai tentar convencer Washington a não tomar esta medida, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

"O Brasil é contra esse tipo de restrição, sobretudo quando não há nenhum tipo de sanção (contra a Venezuela) prevista em acordos internacionais", afirmou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, ao ser consultado por jornalistas sobre o suposto veto.

Amorim disse que a venda de aviões da Embraer à Venezuela ainda está em negociação, mas esclareceu que o Brasil recebeu "indicações" de que a aquisição estaria sendo travada pela negativa dos Estados Unidos a que a Venezuela tenha acesso a aviões brasileiros que utilizem, em parte, tecnologia americana.

"Recebemos algumas indicações (sobre o veto); fizemos algumas consultas e obtivemos uma resposta que não foi plenamente satisfatória", afirmou o ministro.

"Uma negativa (dos EUA) seria contraproducente. Os aviões que vendemos não são de poder ofensivo, que possam ameaçar a segurança da maior potência do mundo" acrescentou Amorim.

As restrições americanas foram denunciadas na terça-feira em Caracas pelo próprio presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O líder venezuelano, em pronunciamento em uma cerimônia militar, afirmou que os EUA "tentam evitar" as compras venezuelanas de armamentos a outros países em uma tentativa de "manter a Venezuela dependente".

Segundo Amorim, os EUA não autorizam a Embraer a fabricar e vender os aviões à Venezuela pelo fato de a empresa brasileira utilizar tecnologia americana. O chanceler, que disse ainda esperar uma possível resolução do problema, acrescentou que o Governo Brasileiro tentará conversar com as autoridades americanas sobre o assunto e mediar um acordo entre ambos os países.

"Tentamos melhorar o tipo de diálogo entre a Venezuela, que é um país próximo, amigo do Brasil e agora membro do Mercosul, com os Estados Unidos, que também é um país amigo", disse o chanceler, ao referir-se ao papel de mediador desempenhado pelo Brasil em outras oportunidades.

Amorim ressaltou que os aviões que a Venezuela deseja adquirir à Embraer são do tipo defensivo, semelhantes aos que a Colômbia encomendou recentemente, que não ameaçam a ninguém.

Segundo Chávez, os Estados Unidos também tentaram, sem sucesso, "impedir" a compra venezuelana de equipamentos militares à Espanha e à Rússia. A Venezuela adquiriu à Rússia 10 helicópteros e 100 mil fuzis. Da Espanha, adquiriu 12 aviões e oito navios patrulheiros de costa e litoral.

Polícia francesa deteve 4,7 mil durante distúrbios - Terra - Distúrbios na França

Polícia francesa deteve 4,7 mil durante distúrbios - Terra - Distúrbios na França

Software brasileiro faz descoberta sobre galáxias

IDG Now!

Software desenvolvido no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, o BUDDA (Bulge Disc Decomposition Algoritm), possibilitou que astrônomos brasileiros constatassem, pela primeira vez, que as barras de algumas galáxias podem durar até cerca de 1 bilhão de anos.
O BUDDA foi primeiro software brasileiro a permitir a visualização de imagens detalhadas de galáxias e o conhecimento da contribuição de cada um de seus componentes.
O professor Ronaldo Eustáquio de Souza diz que as barras têm papel importante numa galáxia. "Elas capturam gases concentrados na região central e auxiliam na formação de novas estrelas. Chegam a modificar a estrutura de uma galáxia, sendo um importante componente em sua evolução", explica.
As galáxias possuem, em média, 14 bilhões de anos e evoluíram independentemente umas das outras. "Daí a importância das barras em suas estruturas", avalia o pesquisador.

Observações e constatações como estas puderam ser feitas somente a partir da utilização do BUDDA e com a análise de dados espectroscópicos.

"As imagens são capturadas normalmente por um telescópio. Em seguida, são analisadas no programa que simula a ação de todos os componentes da estrutura", descreve Eustáquio.

Ao todo, foram observadas e analisadas 18 galáxias. "Estes estudos nos permitem dar respostas a questões comuns da astronomia, como a que questiona se as barras seriam ou não permanentes numa galáxia", garante o pesquisador. Segundo ele, em todas as galáxias observadas que continham barras, comprovou-se sua transitoriedade.
Além das galáxias analisadas com o BUDDA, os pesquisadores do IAG possuem outras 50 estruturas que ainda deverão ser estudadas.
"Possuímos apenas dados obtidos com a fotometria destas galáxias. Em breve começaremos a estudá-las mais profundamente, utilizando o software e a espectroscopia", antecipa o pesquisador.
Os estudos estão sendo feitos a partir de observações feitas no telescópio SOAR, instalado em Cerro Pachon, no Chile.
O Brasil possui 30% do tempo de utilização do equipamento, de acordo com um consórcio estabelecido com as universidades de Michigan e da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
De acordo com o pesquisador, o BUDDA é uma importante ferramenta para estudos futuros da formação das galáxias. "O objetivo é buscar mais indicadores sobre a ação das barras nestas estruturas e comparar galáxias de idades diferentes", diz.
O BUDDA começou a ser desenvolvido há dez anos, com a participação de professores e alunos do instituto, encabeçado pelos professores Ronaldo Eustáquio de Souza, Dimitri Alexei Gadotti e Sandra dos Anjos.
Segundo Eustáquio, um similar foi desenvolvido, na mesma época, na Universidade do Arizona, nos EUA.

Agência USP

BBCBrasil.com | Reporter BBC | Estudo liga mudança climática a extinção de sapos

BBCBrasil.com | Estudo liga mudança climática a extinção de sapos

Folha Online - BBC - Proposta de reconstrução causa revolta em Nova Orleans - 12/01/2006

Folha Online - BBC - Proposta de reconstrução causa revolta em Nova Orleans - 12/01/2006

terça-feira, janeiro 10, 2006

Parlamento decide afastar governo na Ucrânia

Parlamento decide afastar governo na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko
Votação surpreendeu o presidente Viktor Yushchenko
O Parlamento da Ucrânia aprovou nesta terça-feira a dissolução do governo do primeiro-ministro Yuri Yekhanurov, em condenação ao acordo feito com a Rússia que prevê um aumento no preço pago pelo país pelo gás russo.

Na votação, 250 deputados, dos 450 que integram o Parlamento, aprovaram o voto contra o governo, que não tem efeito vinculante. Ou seja, o atual gabinente de governo pode continuar no poder de forma interina.

Pelo acordo fechado com a Rússia, que encerrou uma crise de três dias na semana passada em que o governo russo chegou a suspender o fornecimento de gás para a Ucrânia, o governo de Yekhanurov concordou em duplicar o preço pago pelo gás russo.

A disputa começou com a ameaça russa de quadruplicar o preço cobrado pelo gás natural exportado para o país vizinho.

Consumo

Ao chegar à capital do Cazaquistão nesta segunda-feira, durante uma visita oficial, o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, disse que acredita que a votação do Parlamento para afastar o gabinete de governo foi inconstitucional.

No entanto, segundo a agência de notícias Associated Press, uma nova lei ucraniana estabelece que os parlamentares do país podem de fato afastar o gabinete de governo se pelo menos 226 dos 450 deputados aprovarem a medida.

Os ucranianos consomem cerca de 78 bilhões de metros cúbicos de gás ao ano e importam cerca de 60 bilhões de metros cúbicos.

O acordo fechado pela Ucrânia com a Rússia amplia de US$ 50 para US$ 95 (R$ 113 para R$ 215) o preço médio que os ucranianos vão passar a pagar por cada mil metros cúbicos de gás, principal fonte de energia no país.

Apesar de ter aceitado pagar mais pelo gás russo, a Ucrânia pretende diminuir as importações da Rússia e ampliar as importações mais baratas da Ásia Central. Por outro lado, os ucranianos vão pagar pelo transporte do gás asiático.

Com as mudanças, a conta de importação do gás ucraniano vai aumentar pelo menos US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 6,5 bilhões), de US$ 2,8 bilhões (R$ 6,3 bilhões) em 2005 para US$ 5,7 bilhões (R$ 12,9 bilhões) em 2006.

EUA reúnem lobby contra metas de Kyoto

da Folha de S.Paulo

Seis dos maiores poluidores do mundo se reúnem nesta semana na Austrália para promover novas tecnologias de energia como uma maneira de mitigar a mudança global do clima sem sacrificar o crescimento econômico. O encontro é classificado por especialistas como um sinal de que o debate sobre o efeito estufa está se deslocando para o lado defendido pelos Estados Unidos --medidas voluntárias, sem compromisso de redução de emissões de gases.

O grupo, chamado Parceria da Ásia-Pacífico para Desenvolvimento Limpo e Clima, é liderado pelo país de George W. Bush e tem seu primeiro encontro a partir de amanhã, em Sydney. Também integram o bloco Austrália, Índia, China, Coréia do Sul e Japão --países que, juntos, produzem quase metade dos gases causadores do aquecimento global.

Fontes do governo australiano disseram à agência de notícias Reuters que a parceria pretende criar um fundo para ajudar a desenvolver tecnologias limpas, que seria iniciado pela Austrália com US$ 75 milhões. O bloco ainda conta com apoio privado para desenvolver e comercializar essas tecnologias, e seus representantes se encontrarão com líderes de empresas como a ExxonMobil durante a reunião.

O grupo afirma que seu objetivo é complementar, não minar, o Protocolo de Kyoto, acordo internacional que estabelece metas compulsórias de redução nas emissões de dióxido de carbono e outros gases-estufa para os países industrializados. O acordo foi rejeitado pelos Estados Unidos e pela Austrália sob alegação de que seu cumprimento --que implica em reestruturar o sistema energético de ambos os países, baseado em combustíveis fósseis- seria caro demais.

A China e a Índia são isentas de reduções por Kyoto, mas já sinalizaram que não aceitarão metas compulsórias num segundo período de compromisso do protocolo, previsto para 2013.

"Isso significa que os países em desenvolvimento nunca aceitaram que metas seriam algo que fosse funcionar para eles", disse Alan Oxley, que dirige o Centro de Estudos Apec Austrália, um instituto de pesquisas sobre livre comércio. "Acho que [a parceria] irá atrair países que querem demonstrar que estão fazendo algo mas que não gostam de Kyoto", afirmou. "Tem apelo político."

Ainda segundo Oxley, a abordagem das medidas voluntárias --que incluem pesquisa de novas tecnologias energéticas, como motores movidos a petróleo mais eficientes, carvão "limpo", energia solar e geotérmica-- "produzirá resultados e dá tempo de entender melhor a ciência".

"Grupo dos EUA"

A parceria liderada por Washington foi criada em meados do ano passado, como uma reação dos EUA ao movimento pró-Kyoto liderado pelo premiê britânico Tony Blair durante a reunião de cúpula do G8 (grupo das nações mais ricas do mundo).

A idéia de Blair era fazer com que as nações industrializadas e os gigantes do Terceiro Mundo (Brasil, China, África do Sul, Índia e México) reconhecessem que o aquecimento global é um problema grave e se comprometessem a atacá-lo --o Reino Unido defende metas obrigatórias de redução tanto para nações ricas quanto para as pobres. Com o anúncio da formação do "grupo dos EUA", concentrado em medidas voluntárias, o tiro saiu pela culatra.

O ministro do Ambiente da Austrália, Ian Campbell, disse que é preciso novas tecnologias para obter as reduções que os cientistas afirmam serem necessárias para lidar com o efeito estufa.

"O consenso entre os cientistas é que nós precisamos de emissões 50% a 60% menores neste século", disse Campbell. "O objetivo é chegar lá e sabemos que não temos ainda a tecnologia para isso."

"Feira"

Ambientalistas classificaram o encontro em Sydney como uma "feira de negócios" para os interesses das indústrias. Eles afirmam não esperar resultados significativos do encontro --que o Partido Verde australiano qualificou de "passo na direção errada".

"Como seria de esperar de um encontro entre seis dos principais exportadores e consumidores de carvão mineral do mundo, esse parece ser um encontro para não fazer nada", disse Catherine Fitzpatrick, porta-voz do grupo ambientalista Greenpeace.

Aborto seletivo "elimina" 10 milhões de mulheres na Índia


da BBC Brasil

A preferência dos pais por meninos na Índia provoca cerca de 500 mil abortos de fetos do sexo feminino todos os anos, de acordo com um estudo publicado recentemente. Nos últimos 20 anos, este número ficou por volta dos 10 milhões.

A pesquisa foi realizada por cientistas do hospital St. Michael, da Universidade de Toronto, no Canadá, e do Instituto de Pós-Graduação em Pesquisa Médica de Chandigarh, na Índia.

"Se essa prática vem sendo comum por boa parte das últimas duas décadas, desde a popularização da ultra-sonografia, então uma estimativa de 10 milhões de abortos não seria exagerada", disse o médico Prabhat Jha, do hospital canadense.

Na maioria dos países, nascem mais meninas do que meninos. Mas na Índia, de acordo com um estudo de 2001, para cada 1.000 meninos nascem 933 meninas.

No novo estudo, publicado na última edição da revista especializada "The Lancet", os pesquisadores descobriram que, em famílias que já têm uma menina, a proporção de partos é de 759 meninas para cada 1.000 meninos.

"Fardo"

A proporção é ainda menor quando a família já tem duas meninas: para cada 1.000 partos de meninos, ocorrem 719 partos de meninas.

O "déficit de meninas" é maior, segundo o estudo, entre mulheres de bom nível cultural e não varia de acordo com a religião.

Especialistas dizem que, na Índia, uma parcela considerável da população vê as meninas como inferiores e um "fardo". A idéia seria um reflexo ainda do período em que a Índia era uma sociedade primordiamente agrária, na qual os meninos eram considerados mais aptos ao trabalho na lavoura.

No ano passado, um líder popular e ativista famoso na Índia, Swami Agnivesh, fez uma campanha contra o aborto de bebês do sexo feminino em cinco Estados das regiões norte e oeste da Índia.

Folha Online - Dinheiro - Vale e Petrobras se unem para estudos na área de gás em Moçambique - 10/01/2006

Folha Online - Dinheiro - Vale e Petrobras se unem para estudos na área de gás em Moçambique - 10/01/2006

INMET - Glossário

INMET - Glossário de meteorologia!

O BRASIL E A COESÃO LATINO-AMERICANA


* Manuel Cambeses Júnior



Transcorreram apenas quatorze anos desde a queda do Muro de Berlim e a ingênua e efêmera euforia dessa época converteu-se em um passado remoto. A "Nova Ordem Mundial", embasada na unipolaridade e na "Pax Americana", que despertou as ilusões de alguns e os temores de outros, encontra-se profundamente desgastada e esquecida, juntamente com os jornais da época da primeira Guerra do Golfo. Samuel Huntington, em um interessante artigo publicado na Revista Foreign Affairs intitulado: "A superpotência solitária", afirma que estamos vivendo um sistema internacional de transição, ou seja, um estranho híbrido a que ele batizou de "unimultipolar". Em sua ótica, o momento unipolar já expirou e, dentro de duas décadas ingressaremos em um verdadeiro sistema multipolar. Segundo Zbigniew Brzezinski, os Estados Unidos serão a primeira, última e única superpotência global. Nesse período transitório, esse país continuará sendo o único com preeminência em todas as dimensões do poder, em suas diversas expressões: política, econômica, social, ideológica, militar, tecnológica e cultural, com o alcance e a capacidade de promover os seus interesses, em nível global.

Entretanto, a solução dos problemas fundamentais do sistema requer, necessariamente, a ação conjunta da superpotência e de alguma combinação com outras grandes potências. Os Estados Unidos mantêm, no momento, o direito de veto nos assuntos de maior relevância internacional. Várias potências regionais estão fortalecendo suas posições em suas esferas de atuação geopolítica. A China e, potencialmente, o Japão, na Ásia Oriental; a União Européia, liderada, em minha opinião, pela Alemanha, ainda quando encontramos quem advogue a liderança de um condomínio franco-alemão. A Rússia, na Eurásia; a India, no Sul da Ásia; o Irã, na Ásia Sul-Ocidental; a África do Sul e a Nigéria, no continente africano e o Brasil, na América Latina.

Estamos, portanto, vivendo um período de transição e, como sói acontecer, toda mudança sempre implica em contradições e riscos. A globalização econômica e o cosmopolitismo cultural ocorrem, conjuntamente, com um extraordinário ressurgimento do medo e da desconfiança com o diferente, com o estranho e com o desconhecido . Assistimos ao retorno do tribalismo, dos etnicismos, da xenofobia, dos racismos e dos fundamentalismos religiosos. Estas forças desintegraram a União Soviética, pulverizaram a Iugoslávia, dividiram a Checoslováquia e converteram em Estados fracassados alguns países como Congo, Afeganistão, Libéria, Somália, Ruanda e Serra Leoa, entre outros. A Indonésia e vários países da Ásia Central correm o risco de cair no mesmo despenhadeiro. As forças da desagregação assolam, também, a países avançados como Canadá, Bélgica e Espanha. A América Latina, felizmente, até o presente momento, não tem sofrido, de forma avassaladora, a pressão dessas forças centrífugas, ainda que alguns Estados com grande proporção de populações indígenas descuram-se em prevenir-se contra potenciais explosões raciais e étnicas.
Estamos vivendo em um mundo perigoso, na qual a soberania, já bastante limitada, dos pequenos e médios Estados, vê-se cada vez mais ameaçada, não somente pela presença das grandes potências e pelas forças secessionistas mas, também, pelo crescente poder globalizado das máfias, da criminalidade organizada, dos grupos terroristas de cunho fundamentalista e pelas seitas apocalípticas. Para reduzir nossa vulnerabilidade frente a essas ameaças é necessário, em primeiro lugar, que nos fortaleçamos internacionalmente, aumentando a capacidade da sociedade e o potencial do Estado brasileiro. Isto implica, fundamentalmente, num verdadeiro Estado de Direito. Sem o império da lei, sem segurança jurídica, sem regras econômicas bastante claras e estáveis, não existirá criação de riqueza, somente distribuição desigual da miséria.

Certamente não haverá um projeto histórico mais ou menos autônomo para a América Latina, neste alvorecer do terceiro milênio, sem unidade e coesão dos Estados-Membros. Ademais, é urgente e necessário que transformemos a integração latino-americana em um imperativo geopolítico, se desejamos deixar de ser considerados exóticos e marginais espectadores no cenário internacional.

* Coronel-Aviador da Reserva da Força Aérea * Conferencista Especial para Assuntos Internacionais e membro-correspondente do Centro de Estudos Estratégicos da Escola Superior de Guerra

CAXEMIRA: EPICENTRO DO CONFLITO ENTRE INDIA E PAQUISTÃO

* Manuel Cambeses Júnior


A espiral de tensão entre a India e o Paquistão, como resultado da disputa sobre a Caxemira, converte esta região em um dos pontos de maior efervescência e de fricção geopolítica do planeta. O problema tem adquirido altos decibéis emocionais, passíveis de estrepitosos estrondos bélicos, desde que o terrorismo islâmico - supostamente propiciado pelo serviço de inteligência paquistanês -, cravou suas garras sobre a India. Um novo atentado, ocorrido em Bombaim, na primeira quinzena de agosto, ameaça em incrementar a guerra fria que, lamentavelmente, envolve ambos os países.

A tradição hindu remonta há quatro milênios. Entretanto, a partir de 1192, projetou-se uma forte presença muçulmana em território indiano. De fato, apesar da imensa maioria populacional ser de origem hindu, a classe dominante era proveniente dos estratos sociais muçulmanos.

Esta tendência consolidou-se sob a dinastia dos reis durante o império grão-mongol, a partir de 1526. Após o desmembramento desse império, em 1761, os britânicos começaram a exercer seu controle sobre o vasto subcontinente, promovendo a desejada integração entre hindus e muçulmanos.

Durante a primeira década do Século XX, o partido do Congresso da India começou a promover a independência do país. A partir daí, projetaram-se duas tendências: uma representada por Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru, e, a outra, por Allí Jinnah. Este último, buscou preservar os interesses dos setores muçulmanos, frente ao que considerava uma tendência pró-hindu, por parte de Gandhi. A partir dos anos quarenta do século passado, Allí Jinnah começou a insistir na criação de um Estado muçulmano independente, opondo-se a todo intento unitário.

Em 1947, o subcontinente emergiu da independência, dividido em dois Estados: Índia e Paquistão. Gigantescas massas humanas mobilizaram-se de um setor a outro para conformar dois espaços claramente divididos: um hindu, e outro, muçulmano.

O Estado paquistanês surgiu da província de Punjab, situada a Oeste do novo Estado da Índia. Com a terceira das guerras ocorridas entre essas nações, em 1971, a banda oriental do Paquistão se tornaria independente para formar um novo país: Bangladesh.

Entretanto, foi na primeira guerra entre os dois contendores onde surgiu o cerne do problema que ainda hoje envenena suas relações. A província de Caxemira, majoritariamente muçulmana, uniu-se à India, e não ao Paquistão, por decisão unilateral do marajá governante. Isso desencadeou, como corolário, um enfrentamento bélico que prolongou-se até 1949, quando a ONU estabeleceu um armistício promovendo a divisão da província. Como parte do acordo, a India se comprometeu a celebrar um plebiscito na região da Caxemira, o que, efetivamente, nunca ocorreu. Ao contrário, em 1957, dito território foi anexado à India. Desde então, os dirigentes paquistaneses vêm reclamando, veementemente, demonstrando estar inconformados com essa situação considerada anômala.

O aparecimento de uma linha de terrorismo islâmico, propiciado pelo Paquistão - segundo acusação do governo da India -, conduziu ao “alarme vermelho” as tensões entre os dois países, em mais de uma oportunidade. Após os atos terroristas perpetrados em território estadunidense, em 11 de setembro, o governo paquistanês buscou dissociar-se do fundamentalismo islâmico, e ambos países têm feito algum esforço no sentido de reaproximarem-se. Entretanto, as ações terroristas no território indiano podem terminar desencadeando uma nova conflagração armada, e que, nas atuais circunstâncias, seguramente teria um caráter bélico-nuclear, de conseqüências imprevisíveis.

India e Paquistão parecem ter olvidado que a sadia convivência entre vizinhos e a inter-relação econômica é um fator sinérgico e impulsionador do crescimento e demonstração de maturidade política. Lamentavelmente, estão agindo na contramão da História e, conseqüentemente, devem aprender a conviver com a idéia da própria extinção como parte de uma realidade cotidiana.

· Coronel-Aviador da Reserva da Força Aérea

ISRAEL E A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA

* Manuel Cambeses Júnior

Na luta entre o predomínio do direito internacional e a vontade dos poderosos, freqüentemente aparecem personagens dispostos a impor sua vontade sobre os veredictos das instâncias legais que a comunidade de nações conseguiu atingir, após enormes sofrimentos e dificuldades. Poderia se pensar que tais desafios às normas mais elementares de convivência somente podem advir de ditadores ou líderes de regimes ultranacionalistas, que em suas ambições por alcançar metas de dominação não vacilam em abandonar organizações multilaterais a que seus países pertençam. Exemplos são os do Japão militarista e da Alemanha nacional-socialista de princípios dos anos 30 do século passado, que antes de se aterem aos chamados da razão preferiram abandonar, de forma açodada, a Liga das Nações.

Lamentavelmente, na atual ordem política e jurídica internacional, construída por democracias e nações que enfrentaram e venceram governos totalitários, não têm sido poucos os casos de desobediência a decisões jurídicas internacionais ou de aberto desafio à possibilidade de que estes cheguem a se manifestar. Observam-se manifestas atitudes de arrogância, como as do presidente George W. Bush ou do primeiro-ministro Ariel Sharon, que não vacilam em priorizar seus interesses, obstaculizando decisões surgidas em organismos internacionais que, paradoxalmente, seus países contribuíram para a criação – como a Organização das Nações Unidas, no caso dos Estados Unidos –, que, em princípio, lhes favoreciam, por exemplo, com as resoluções que permitiram a partição da Palestina e a aceitação do Estado de Israel por parte de uma esmagadora maioria de membros das Nações Unidas.

Ambos os exemplos correspondem a dirigentes eleitos democraticamente e que contaram ou contam com o respaldo da maioria de seus cidadãos para ações que transgridam as regras vigentes estabelecidas em nível global. Quando George Bush pressionou para que o Conselho de Segurança pusesse os soldados dos EUA temporariamente fora da jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ), poucas vozes da sociedade estadunidense se levantaram de forma contrária. Vivenciava-se o auge da “guerra antecipada” contra o terrorismo e os estados que o apoiaram. Aparentemente, na atualidade, os custos dessa política carrearam impopularidade a George Bush. Em Israel, a determinação de Ariel Sharon de construir um muro com o pretexto de deter os ataques suicidas de palestinos goza de apoio majoritário: 78% a favor, contra um esquálido 16% que se opõe à construção do novo “Muro da Vergonha”.

Não obstante, tanto em Israel como em outras partes do mundo, apresentam-se juristas dispostos a julgar judiciosamente, acima da demagogia, do populismo ou do fundamentalismo político predominantes. Desta maneira, em que pese a popularidade da segregação física, nascida do temor, no dia 1º de setembro do ano em curso, a Suprema Corte de Justiça determinou que, embora o Estado de Israel tenha o direito de construir uma barreira física de segurança nos territórios ocupados, não pode atuar com a desnecessária e contumaz dureza contra a população palestina, e, conseqüentemente, algumas partes da edificação do muro terão que ser repensadas. Todavia, a Corte foi mais longe ao assinalar que, juridicamente, Israel mantém a banda ocidental na qualidade de “ocupação beligerante” e este território está, portanto, sujeito ao direito internacional e que não poderá utilizar essa barreira se o propósito é meramente político ou motivado pelo incontido desejo de anexar território. Em uma verdadeira demonstração da independência de poderes e do secular espírito democrático que inspirou a criação do Estado de Israel, os magistrados agregaram que esgrimir a ideologia sionista não é justificativa para se anexar territórios palestinos. Finalmente, nove dias mais tarde, foi prolatada a sentença da CIJ que declarou ilegal a construção de barreiras em território ocupado militarmente por Israel. O governo de Tel Aviv havia antecipado que não cederia às determinações jurídicas da CIJ que lhes fossem consideradas desfavoráveis, e Ariel Sharon não teve nenhum constrangimento em acusar os organismos internacionais de estimular o terrorismo alegando que, devido à sentença, três dias depois foi perpetrado mais um ataque terrorista contra objetivos israelenses.

Em que pese o clima político reinante em Israel – favorável a posições direitistas e de grupos religiosos radicais, prevalecendo a idéia de “recuperação” de todo o território bíblico e a conseqüente expulsão dos palestinos –, suas instituições de justiça são capazes de produzir sentenças que vão contra a corrente conservadora que prevalece no país. Como registrou Ehud Barak em seu veredicto: “Somente um plano de separação que passe pelo caminho da lei levará o Estado de Israel a conseguir a segurança de que tanto necessita”.

Certamente, diante deste curioso cenário, podemos vaticinar que a imposição pela força unicamente gerará, como corolário, mais ódio e insegurança e tirará de Israel o mais valioso patrimônio que possui, desde o seu nascimento: a legitimidade.

* O autor é Coronel-Aviador R1 e membro do Centro de Estudos Estratégicos da Escola Superior de Guerra.

17 / 09 / 2004

O NOTÁVEL DESLANCHAR DA ECONOMIA CHINESA


* Manuel Cambeses Júnior

Contrariamente ao que vem ocorrendo nos países da América Latina, onde alguns partidos políticos de esquerda desejam, ardentemente, a adoção do mercantilismo estatal, o último bastião comunista, a República Popular da China, foi muito mais pragmática ao ter-se voltado para o capitalismo, desde 1978, conseguindo atingir uma média anual de crescimento na ordem de 9,4%, convertendo-se em uma pujante e promissora economia mundial. Somente entre janeiro e junho deste ano instalaram-se mais de 14.000 novas empresas estrangeiras no país, 17% a mais que no ano anterior e a inversão estrangeira, que cresce a cada ano, já supera os US$ 47 milhões, quase 54% acima em igual período no ano passado. Em junho deste ano, havia um total de 479.600 empresas estrangeiras instaladas, com investimentos na ordem de US$ 521 bilhões.

Estes números alvissareiros são o resultado da adoção dos padrões de economia capitalista, com todas as suas exigências de transparência e respeito ao Império da Lei. Se compararmos estes resultados com os obtidos no Brasil – no momento o país mais progressista da América do Sul, juntamente com o Chile –, verificamos que em 1980 a economia brasileira era maior que a da China, porém, nos últimos 25 anos, o Brasil apresentou um crescimento de 0,5% anual e sua desigualdade na distribuição da renda nacional tem aumentado, significativamente, enquanto mais de 280 milhões de chineses saíram da extrema pobreza e se incorporaram ao mercado de consumo, demandando todo tipo de produtos.

Para que se veja mais claramente a diferença do que é a dinâmica comercial mundial, em 1985 a China exportou aos Estados Unidos no entorno de 4 US$ bilhões, enquanto o Brasil 6,8 US$ bilhões. Já no ano de 2003, as cifras indicavam 154 US$ bilhões de vendas chinesas ao mercado estadunidense, enquanto as brasileiras ascenderam a 17 US$ bilhões o ano passado.
Para os carentes de memória histórica, o notável crescimento chinês é resultado da reviravolta na economia de mercado dada por Deng Xiao-Ping no ano de 1978, ano em que a China adotou uma estratégia de crescimento já experimentada na região Ásia-Pacífico, iniciada pelo Japão e emulada pelos quatro dragões: Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura, e que consistia em sustentar o crescimento econômico em uma estratégia de arrojada exportação orientada aos mercados mundiais de alto nível de consumo, entre as quais figuram, em primeiro lugar, os Estados Unidos.
Nesse mesmo período, a China foi gradualmente baixando o percentual das tarifas, cuja média, em 1994, era de 41% e passou para 12% em 2004. Atualmente, foi estabelecida uma nova lei de comércio exterior que permite a empresas nacionais e estrangeiras, indistintamente, participar de negócios de importação sem requisitos de aprovação prévia das autoridades. Ademais, a economia chinesa não é mercantilista e, neste ano, suas importações vão se posicionar acima das exportações.
O mais notável neste fenômeno é que as exportações são realizadas principalmente por empresas transnacionais instaladas no país, e que representam 50 % das vendas externas e, quando se refere a bens de capital e produtos eletrônicos, elas representam entre 70% e 90% do total, segundo o tipo de bem exportado.

Certamente seria de muito bom alvitre que nos espelhássemos no "modus faciendi" dos economistas chineses, se quisermos continuar deslanchando o crescimento de nossa economia e nos projetarmos, ainda mais, no cenário internacional.

* O autor é Coronel-Aviador R1

* Membro do Centro de Estudos Estratégicos da Escola Superior de Guerra e Pesquisador do INCAER

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2004

Pesadelo em Mogadishu

Pesadelo em Mogadishu- Somália Seqüência de artigos sobre a operação que mudou a posição americana no mundo

Armas Made in Brazil - Os Estereótipos

Armas Made in Brazil - Os Estereótipos


Quem controla o gás que a Petrobras tira da Bolívia?"

Defesanet 27 Maio 2005
Zero Hora 27 Maio 2005

"Quem controla o gás que a Petrobras
tira da Bolívia?"
Entrevista: Abel Mamani, líder dos protestos na Bolívia


RODRIGO LOPES

É de sua casa em El Alto, município vizinho a La Paz e considerado o berço de todas as crises da Bolívia, que Abel Mamani (foto), 37 anos, comanda os protestos que transformaram a capital boliviana em uma cidade sitiada esta semana. A seu favor, ele tem a geografia: é preciso passar por El Alto para se chegar ao aeroporto de La Paz ou alcançar o interior da Bolívia.

Desde segunda-feira, Mamani comanda as marchas por La Paz de um exército de pobres que exige a nacionalização da produção de gás e petróleo boliviano. A crise mergulhou o país em rumores de golpe - a ponto de despertar a preocupação do governo brasileiro, que enviou à Bolívia o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.

Ontem, em entrevista por telefone a Zero Hora, Mamani questionou a atuação da Petrobras em seu país.

- Quem controla o gás que a Petrobras tira da Bolívia? - disse o dirigente da Federación de Juntas Vecinales da cidade de El Alto (Fejuve), uma espécie de associação de moradores de El Alto. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Zero Hora - Como está a situação em El Alto e em La Paz?
Abel Mamani - Na segunda-feira, começamos a paralisação. Ontem (quarta-feira), fizemos uma marcha até a Praça Murillo, onde está localizada a sede do governo e o parlamento. Tentamos ocupar esses prédios, mas não conseguimos. Estamos nos organizando para fazer uma ação mais contundente.

ZH - A paralisação continua?
Mamani - Ela não tem data para terminar. Vamos continuar, apesar do feriado de Corpus Christi. Amanhã (hoje), vamos voltar.

ZH - O que vocês exigem?
Mamani - Estamos pedindo que se cumpra a agenda de outubro: a volta dos hidrocarbonetos ao controle do governo boliviano, a instalação de uma Assembléia Constituinte, entre outras coisas. A população, não apenas de El Alto, mas de todo o país, está mobilizada.

ZH - Vocês querem que multinacionais de petróleo e gás, como a Petrobras, saiam da Bolívia?
Mamani - Os contratos firmados entre as empresas e o governo são ilegais. Segundo a Constituição, qualquer convênio relacionado a nossos recursos naturais deve ter o aval do Congresso. E isso não ocorreu. Esses contratos são contra os interesses bolivianos. Além disso, algumas multinacionais, como a Chaco, estão tirando gás do país, sem conhecimento do governo. O povo se pergunta: "Quem controla a quantidade de gás que a Petrobras tira da Bolívia e leva para o Brasil?" Também denunciamos que as empresas petrolíferas devem em impostos cerca de US$ 650 milhões. Por isso, queremos que o governo reassuma nossos recursos naturais.

ZH - Já é possível sair de El Alto e La Paz ou as estradas continuam bloqueadas?
Mamani - Não há marchas, mas o bloqueio continua em 25 pontos das estradas.

ZH - Vocês exigem a saída do presidente Carlos Mesa?
Mamani - Se Carlos Mesa for embora será simplesmente porque ele tem demonstrado incapacidade de governar. Ele não tem atendido aos interesses da população. Não acho que teremos de exigir que ele vá embora. Se ele deixar o poder, será porque não foi responsável com os interesses do país.

ZH - Vocês apóiam os dois militares que pediram a renúncia de Mesa?
Mamani - Buscamos melhores dias para os bolivianos, mas dentro de um Estado democrático.

ZH - O senhor se encontrou com o emissário do Brasil?
Mamani - Não.

ZH - O senhor aceitaria uma mediação brasileira para a crise?
Mamani - Temos fé em Lula. Ele é conhecido aqui, assim como Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela). Mas essa questão é um tema nacional. Qualquer intenção de encontrar uma solução para os problemas seria bem-vinda. Mas ninguém me procurou.

ZH - Vocês buscam inspiração em outros movimentos sociais da América Latina, como o MST brasileiro, ou os piqueteiros, da Argentina?
Mamani - Nossa instituição é totalmente civil. Queremos o que o povo boliviano quer: que o povo tenha a possibilidade de ser governo. Nesse sentido, creio que somos semelhantes.

ZH - Essa crise pode levar o país ao caos institucional?
Mamani - O povo vai defender a nossa democracia. Mas não vamos permitir que sigam saqueando nosso país. É preciso que se faça tudo de forma responsável, para que não haja uma convulsão social, o que serviria a interesses particulares.

ZH - É provável um golpe?
Mamani - Fala-se que o presidente do Congresso estaria coordenando um golpe com os militares. Ontem (quarta-feira), houve rumores fortes. Um golpe só pioraria as coisas. As pessoas não vão aceitar.

Petrobras prevê auto-suficiência sustentável - Defesa@Net

Energia - Energy

Defesanet 09 Janeiro 2006
Folha de São PAulo 09 Janeiro 2006


Petrobras prevê auto-suficiência sustentável

Presidente da estatal diz que produção aumentará 10%
ao ano até 2010 e que busca refinarias no exterior


PEDRO SOARES

A auto-suficiência na produção de petróleo virá em 2006 e se sustentará no futuro graças ao aumento da produção de óleo bruto e não porque o consumo do combustível no país está em queda em razão da substituição da gasolina pelo álcool, impulsionada pelo lançamento dos carros flex, diz o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Segundo o executivo, a produção de petróleo crescerá numa proporção maior do que o consumo de derivados, o que assegura ao país uma "auto-suficiência sustentável" de longo prazo. A produção de óleo aumentará de 9,5% a 10% ao ano até 2010. Passará dos atuais 1,85 milhão de barris/dia para 2,3 milhão em 2010. É mais do que cresce a demanda de derivados no país, cuja expansão anual será da ordem 2,6%.

Tal cenário, diz, abre a possibilidade para Petrobras não só exportar petróleo mas também investir em refinarias no exterior. "A produção vai crescer a ritmo muito maior e, por isso, vamos ter de exportar", afirmou Gabrielli.

Sua pretensão, no entanto, não é vender no exterior o óleo pesado (de menor valor comercial) produzido especialmente na bacia de Campos. É ter refinarias na Ásia, onde estão sendo prospectados negócios na China e no Japão, e na Europa, onde a companhia busca oportunidades na Espanha e em Portugal, revela o executivo. Nenhum desses negócios, porém, estão próximos de desfecho, diz.

A negociação mais adiantada (falta só assinar contrato) é a aquisição do controle -ao menos 51%, diz Gabrielli- de uma refinaria em Pasadena (Texas). Sobre o valor, Gabrielli só deu uma pista: "Não serão bilhões". Ou seja: sairá por até US$ 1 bilhão -preço considerado baixo para entrar no mercado dos EUA.

"Se refinar e vender como derivado no exterior, a margem de ganho [lucro] aumenta. Isso faz com que a capacidade de investir no Brasil também aumente."

O sentido econômico é simples: do ponto de vista logístico, é mais barato despachar um superpetroleiro ao exterior e refinar o óleo lá fora do que exportar combustíveis a granel em pequenos navios.

Em 2002, quando o presidente da Petrobras era Francisco Gros e FHC presidia o Brasil, a Petrobras adquiriu a refinaria argentina Pecom (atual Petrobras Energia). O PT (ou parte dele), na oposição, reclamou. Sempre em defesa do governo Lula, Gabrielli faz a seguinte análise: "O PT rejeitava a idéia de esfacelar a Petrobras, para privatizá-la em partes em troca de uma expansão internacional em uma parte dela."

E defende a internacionalização da companhia: "É importante ter uma refinaria nos EUA. Hoje, somos um grande produtor de petróleo pesado, que tende a ter desvalorização em relação ao leve."

Investir no exterior não significa, no entanto, reduzir investimentos no país: "Pretendemos fazer com que o refino externo seja suplementar, permitindo adicionar valor ao nosso negócio, ao nosso óleo pesado", afirmou.

Para tal, a Petrobras está planejando investir simultaneamente em duas refinarias no país -uma em Pernambuco, para abastecer o Nordeste e refinar óleo pesado do Brasil e da PDVSA (estatal venezuelana sócia no projeto) e outra destinada a produzir prioritariamente matéria-prima (nafta) para a indústria petroquímica. A planta produzirá também resinas usadas na fabricação do plástico.

Indagado se o futuro da Petrobras seria se tornar uma companhia de energia especializada em produzir biomassa (álcool, biodiesel etc), Gabrielli diz que tudo dependerá do que for mais vantajoso. "Poder, pode. Mas tudo depende de preço relativo. Da relação de preço entre o álcool hidratado e a gasolina". Hoje, mesmo com o "boom" do carro flex, há mais demanda pela gasolina.

No caso do biodiesel, a Petrobras já investe na produção, com a instalação de unidades de processamento. É uma estratégia diferente da do álcool, quando nos anos 1970 a produção ficou com os usineiros e a Petrobras entrou só na distribuição.
Ainda assim, Gabrielli ressalta que o Brasil é o mercado com maior presença de combustíveis alternativos ao petróleo, o que amplia as possibilidades da Petrobras de trocar o petróleo pela biomassa quando o primeiro se tornar escasso.

"Dois terços dos caros novos são flex. Todos os postos do Brasil têm pelo menos uma bomba de álcool puro. Vinte e cinco por cento da gasolina é misturada com álcool. A frota de carros à gás é grande, especialmente no Rio ou em São Paulo. De forma ilegal, usa-se GLP nos carros no interior. Há um conjunto de substitutos de gasolina que nenhum outro país do mundo tem. Isso faz com que a demanda seja muito mais sensível a preço do que qualquer outro país", diz Gabrielli.

Bolívia e gás

Sobre a eleição na Bolívia, Gabrielli diz: "A Bolívia elegeu seu presidente legitimamente, com ampla participação democrática, com um grande programa de mudanças constitucionais no país, de modo legítimo e legal".

Tal programa, reconhece, pode afetar a Petrobras, maior empresa daquele país. Sobre a possibilidade do governo de Evo Morales, presidente eleito da Bolívia, nacionalizar as duas refinarias de propriedade da estatal brasileira naquele país, afirmou: "É preciso analisar objetivamente quais são as condições que isso vai ocorrer. Temos refinarias que são legalmente constituídas, com contratos definidos. Estamos abertos para discutir com o governo do povo boliviano."

Mas Gabrielli sabe do risco que perder os investimentos feitos: "O presidente Evo Morales foi eleito com maioria no Congresso para reescrever a Constituição boliviana. Portanto, tudo pode mudar na Bolívia. Estamos num momento de esperar e discutir."
Principal fonte de riqueza da Bolívia, o gás está mais do que nos planos da Petrobras.

A idéia, afirma, é aumentar a produção para cerca de 100 milhões de metros cúbicos até 2010 tanto no Brasil quanto na Bolívia, onde a Petrobras é uma das principais produtoras. Hoje, o Brasil importa de 28 a 29 milhões de metros cúbicos da Bolívia. Lá, a produção só aumentará se as condições impostas pelo governo forem vantajosas, diz.
Aqui, a realidade é outra: a Petrobras desenvolve projetos nas bacias nordestinas (especialmente no projeto de Manati, BA), Campos (RJ), Santos (SP, onde está o maior reservatório de gás do país) e Espírito Santo.

O mercado do gás melhorou com o leilão de energia, no qual a Petrobras conseguiu contratos para parte das térmicas de sua propriedade. "A demanda brasileira cresce a ritmo muito grande [10% ao ano]. E a demanda térmica apresenta menos instabilidade depois do leilão de energia. O leilão de energia define mais ou menos um horizonte sobre a demanda térmica, porque passamos a ter contratos de fornecimento, o que reduz a nossa incerteza."

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Corrida contra o tempo- Isto é de 11/12/2005

Clima
Corrida contra o tempo
Preservar florestas e conter o
desmatamento pode render dinheiro
e ajudar no combate aos efeitos do
aquecimento global

Luciana Sgarbi

O cenário de ruas desérticas em Nova Orleans, depois da passagem do furacão Katrina, já tinha servido de alerta aos muitos que relutam em acreditar nos efeitos caóticos do aquecimento global. Agora, a estimativa de que os desastres meteorológicos de 2005 causaram um prejuízo de US$ 200 bilhões, quase 40% a mais do que no ano passado, coloca uma relevante dose de realidade em um assunto que parecia ser ficção científica.

Os dados, preocupantes, foram apresentados na semana passada aos representantes de 189 países na 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP-11), que foi de 28 de novembro a sexta-feira 9, em Montreal, no Canadá. As estatísticas da Fundação Re de Munique mostram uma evolução acelerada. Desde que se começou a registrar fenômenos climáticos no planeta, em 1850, nunca houve tantos furacões e tempestades tropicais quanto neste ano.

O objetivo do encontro de Montreal era definir medidas concretas a serem implementadas após 2012, quando termina a vigência do Protocolo de Kyoto, acordo internacional que determinou aos países industrializados metas de redução de gases estufa, como o dióxido de carbono (CO2). Como seria de se esperar, os olhos dos participantes ficaram voltados para os EUA.

Pressão – Embora respondam por um quarto das emissões de gases poluentes do planeta, os americanos rejeitaram o Protocolo de Kyoto sob a alegação de que ele não seria bom para a economia do país. O argumento de George W. Bush é de que o setor produtivo americano seria obrigado a reduzir suas atividades enquanto outros países – leia-se China – ficam livres para produzir e poluir à vontade.

Uma das propostas paralelas sugeria que países com grandes coberturas florestais – como o Brasil – recebessem compensações financeiras para conservar intactas essas áreas verdes. “Acredito que esta seja uma das melhores soluções para a entrada do Brasil neste acordo. Se vamos beneficiar o planeta todo, nada mais justo que sejamos recompensados por isso”, diz João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, um dos representantes brasileiros no encontro.

A recompensa à qual Capobianco se refere, que também foi defendida em Montreal pela ministra Marina Silva, pode significar um novo mercado de créditos de carbono, capaz de movimentar cerca de US$ 30 bilhões até 2012, sendo que só o Brasil levaria US$ 3 bilhões ao ano. Na prática, os países que investissem em projetos
de reflorestamento com o objetivo de absorver da atmosfera os gases causadores do efeito estufa estariam isentos da meta estipulada no Protocolo de Kyoto. “Além de beneficiar ambas as partes, o mercado de créditos de carbono ajuda a promover o desenvolvimento sustentável, que dá assistência às comunidades locais”,
explica Capobianco.

A proposta defendida pelo Brasil foi aprovada pelos delegados da convenção em Montreal e estimula países pobres a reduzir o desmatamento em suas florestas, cortando, por tabela, suas emissões de gases de efeito estufa. O acordo, que entra em vigor a partir de 2008, prevê que os países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, ficariam de fora dos cortes de emissão de poluentes previstos no Tratado de Kyoto. Os detalhes práticos sobre como funcionaria esse novo método de incentivo para os países em desenvolvimento reflorestarem e preservarem suas matas nativas só terão início em maio de 2006.

Apesar de nações como Bolívia, Chile, Congo, Costa Rica, República Dominicana e Nicarágua manifestarem apoio oficial à proposta de compensação defendida pelo Brasil, a Índia considera injusto os países em desenvolvimento serem comparados de alguma forma com os desenvolvidos – estes historicamente responsáveis pelas maiores emissões de CO2 –, que acelerou o aquecimento global do planeta. Em reunião entre os grupos negociadores e o presidente da cúpula, o ministro canadense Stephen Dion, a Índia disse temer que, após 2012, os países desenvolvidos queiram passar a maioria da carga de redução aos países em desenvolvimento. Só o tempo dirá.