Jornada de trabalho excessiva, saúde e condições de alimentação precárias nas lavouras de cana foram constatadas pelo relatório da Delegacia do Trabalho de SP
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Batatais, a Delegacia Regional do Trabalho de Ribeirão Preto e o Ministério Público denunciaram a exploração dos cortadores de cana da região, que já registra mortes por exaustão. Os casos estão sendo apurados pelo MP e as denúncias já chegaram à Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Batatais e diretor da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB-SP), João Pereira da Silva, afirma que “além da resistência dos usineiros, que querem manter no topo a sua lucratividade, na região de Ribeirão Preto, o piso salarial dos cortadores é de R$ 410,00 mensais. Em média, em virtude da sobrecarga de trabalho, a remuneração pode chegar a R$
O sindicato levantou que a baixa remuneração dos trabalhadores (que ganham
MORADIA
A Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo (DRT/SP) elaborou um estudo que aponta os principais problemas - e as propostas para solucioná-los - do trabalho que está sendo executado pelos cortadores de cana do Estado. A DRT identificou graves insuficiências nas condições de trabalho que apontam para uma exploração absurda dos trabalhadores por parte das usinas e dos atravessadores terceirizados para comandar os cortadores.
A Delegacia averiguou também que existem “péssimas condições de residência para os trabalhadores mi-grantes (falta banheiro, piso, instalações elétricas precárias), excesso de trabalhadores alojados (desrespeito às normas de segurança - m2, higiene), preço do aluguel alto per capta, em relação ao tipo de moradia e quantidade de pessoas.
Uma das soluções apontadas pela DRT é o fim da terceirização que acaba por aumentar ainda mais a exploração da mão-de-obra, chegando a roubar dos trabalhadores até mesmo na hora da pesagem da cana para calcular a remuneração devida aos cortadores.
REPROVADOS
O excesso de jornada de trabalho, a saúde do trabalhador e as condições de alimentação também foram avaliados, e reprovados, pela DRT. Falta de descanso aos domingos e horas extras sem remuneração são alguns dos problemas detectados. Na alimentação, o estudo constatou que a comida é preparada em condições higiênicas e nutricionais precárias e não existem os intervalos legais e costumeiros para a alimentação e repouso.
A DRT propõe que o fornecimento da alimentação seja feito pelo empregador para todos os empregados optantes e que seja feita a fiscalização do cumprimento obrigatório dos intervalos, e exigiu a redução imediata da jornada, instalação de sanitários, fornecimento de água para higiene, de água potável e abrigo para alimentação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário