quarta-feira, março 08, 2006

AFP - UE e EUA pressionam o Sudão para que aceite força da ONU em Darfur

BRUXELAS, 8 Mar (AFP) - A União Européia e os Estados Unidos pressionaram nesta quarta-feira o Sudão para que aceite a presença de uma força de paz da ONU em Darfur, região desse país africano consumida em violento conflito bélico e crise humanitária.

A pressão européia e americana aconteceu durante uma reunião em Bruxelas da qual participaram, também, dirigentes da ONU e da União Africana (UA).

"O governo do Sudão nada deve ter contra a ONU", disse o Alto Representante para a Política Externa da UE, Javier Solana, depois das discussões que contaram com a presença do vice-presidente sudanês Ali Osman Mohamed Taha.

Desde fevereiro de 2003, a região de Darfur, no sul do Sudão, vem sendo palco de uma guerra civil entre o exército e rebeldes, que causou entre 180.000 e 300.000 mortos, além de provocar o deslocamento de 2,6 milhões de pessoas.

A União Africana mobilizou em 2004 uma força composta por 7.000 homens, mas os problemas de recursos enfrentados motivaram o Conselho de Segurança da ONU a pedir no dia 3 de fevereiro passado a elaboração de planos para substitui-la por missão de paz das Nações Unidas.

O presidente George W. Bush apoiou esta decisão e propôs organizar uma missão da ONU apoiada pela OTAN e composta pelo dobro dos efetivos da UA.

Mas o presidente sudanês, Omar ao-Béchir, reiterou sábado passado que não queria uma "intervenção estrangeira" em Darfur, e qualificou de "perigoso" o projeto da ONU.

Nesta quarta-feira, europeus e americanos voltaram a pressionar os africanos.

"Esperamos que o governo sudanês não resista", disse o subsecretário de Estado americano Robert Zoellick, destacando que as tropas da União Africana deviam ser o "centro" da futura força da ONU.

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