sexta-feira, julho 28, 2006

Plano de desenvolvimento da Amazônia vai além das medidas repressivas, diz coordenador

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Diminuir o ritmo de desmatamento da floresta amazônica e criar alternativas competitivas e rentáveis para os produtores estão entre as metas de um plano de desenvolvimento sustentável do agronegócio na região, em elaboração pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Os problemas relacionados à Amazônia não podem ser resolvidos apenas com medidas repressivas. Se não houver alternativas para as pessoas poderem garantir o seu emprego, não teremos sucesso durante muito tempo”, afirmou o coordenador do plano, Carlos Schlottfeldt.

O plano foi dividido em três programas. O primeiro trata da capacitação de produtores e profissionais com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável da atividade. O segundo fomenta medidas que agregam valor aos produtos regionais, como o fortalecimento da marca Amazônia do Brasil. “Essas ações podem abrir o mercado para os produtos regionais”, explica Schlottfeldt.

O terceiro apóia o sistema de produção e viabiliza certos insumos e incentivos para a produção sustentável. “Outras atividades poderão ser desenvolvidas além do cultivo da soja e da criação de gado, a exemplo das culturas perenes, como o dendê, que tem um mercado potencial imenso e altamente competitivo. É nesse aspecto que entra o Estado, com mudas e knowhow, entre outras coisas”, diz o coordenador.

Mas na opinião do diretor da Campanha do Greenpeace para a Amazônia, Paulo Adário, o pequeno produtor que deseja plantar soja, por exemplo, encontra muitas dificuldades. Os processos de adaptação do solo envolvem a aplicação de herbicidas e o uso de aparelhos como a colheitadeira. Segundo Adário, a utilização de maquinário impede que o pequeno produtor sobreviva de forma adequada do plantio de soja.

O projeto está inserido no chamado Plano Amazônia Sustentável, proposto pelo Ministério da Integração, do Meio Ambiente e da Casa Civil, que foi pensado para conter a aceleração do desmatamento na região. “Isso é extremamente importante e o modelo de desenvolvimento da Amazônia vai depender muito disso”, concluiu Schlottfeldt. (Monique Maia/ Agência Brasil)

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