segunda-feira, setembro 21, 2009

Nestlé ameaça sair da Suíça se governo limitar salários milionários dos executivos

 

A Nestlé, maior multinacional do setor de alimentos, e com forte presença no Brasil, está ameaçando o governo da Suíça de retirar do país a sede mundial da empresa, situada na capital Berna.

A Nestlé não gostou nem um pouco que o governo esteja discutindo a proposta do Partido Socialista de limitar os salários de altos funcionários executivos e diretores de empresas a no máximo 12 vezes o salário mais baixo nela existente.

Em uma entrevista no último domingo ao jornal suíço “Son-ntag” o austríaco Peter Brabeck, diretor-geral presidente da Nestlé, afirmou que “isso seria o começo do fim”, e questionado sobre as consequências para a Nestlé se tais medidas fossem ado-tadas pelo governo respondeu que “nós seremos levados a nos perguntar se a Suíça hoje continua sendo para nós o lugar mais apropriado para mantermos a sede da empresa”.

Para o presidente da Nestlé “o que é mais atraente na suíça é a segurança legal (jurídica) que ela oferece. Essa segurança que era sólida como o granito agora amoleceu”, queixou-se o executivo, e reclamou da ‘injustiça’ cometida “contra os salários e contra os principais dirigentes das grandes sociedades, principalmente as ligadas às finanças que, com a crise, têm vivido regularmente com o ‘dedo apontado’ contra si”. Peter criticou também o parlamento e o governo suíços “por estarem se submetendo às pressões vindas do exterior e internamente aos populistas e se apressando em mostrar sua disposição em mudar as leis. Isso é prejudicial ao país.

A suíça tem a boa reputação de não ceder a esse tipo de pressão”, sublinhou, mas expressando sua preocupação com o fato de que a UBS, gigante suíça do sistema bancário, depois de responder a uma ação impetrada num tribunal nos EUA, ter aceito revelar o nome de 4.450 de seus clientes norte- americanos. O presidente da Nestlé considerou isso “o início de uma escalada para o fim do segredo bancário suíço” e acrescentou: “esse não é um caso isolado”, referindo a pressões no mesmo sentido por parte do Ministro das Finanças da Alemanha, Peer Stein-brück, e concluiu: “É indispensável que a segurança legal seja restaurada na Suíça”.

A Nestlé emprega no país 2.700 trabalhadores e no ano passado realizou um lucro líquido de 12 bilhões de euros, afirmou em Berna o jornal “Sonntag”.

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