quinta-feira, outubro 08, 2009

Dez empresas controlam o mercado mundial de medicamentos

 

Uma dezena de empresas gigantescas entre elas as denominadas “Big Pharma” - – Bayer, Glaxo-SmithKline (GSK), Merck, Novartis, Pfizer, Ro-che, Sanofi-Aventis – controlam o mercado mundial de medicamentos que representa cerca de 70 bilhões de euros, como informa em seu artigo Ignácio Ramonet, editor do jornal Le Monde Diplomatic de 1990 a 2008.

“Seus lucros são superiores aos obtidos pelos poderosos grupos do complexo militar-industrial. Para cada euro investido na fabricação de um medicamento de marca, os monopólios ganham mil no mercado. Ademais, três dessas companhias (GSK, Novartis e Sanofi) pretendem ganhar milhares de milhões a mais de euros nos próximos meses graças à venda maciça da vacina contra o vírus A (H1N1) da nova gripe”, destaca Ramonet.

“A ofensiva dos monopólios farmacêutico-industriais não tem fronteiras”, prossegue o jornalista, acrescentando que “também estariam implicados no recente golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya em Honduras, país que importa todos os seus medicamentos, produzidos fundamentalmente pelas ‘Big Pharma’”.

“Desde que Hon-duras entrou para a Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), em agosto de 2008, Zelaya negociava um acordo comercial com Havana para importar genéricos cubanos, com a intenção de reduzir os gastos de funcionamento dos hospitais públicos de seu país. E, na Cúpula do dia 24 de junho, os presidentes da Alba se comprometeram a ‘revisar a doutrina sobre a propriedade industrial’, ou seja, a qualidade de intocável das patentes em matéria de medicamentos. Estes dois projetos, que ameaçavam diretamente seus interesses, levaram os grupos farmacêuticos transnacionais a apoiar fortemente movimentos golpistas que derrubariam Zelaya em 28 de junho daquele mês”, afirma Ramonet.

Ele destaca ainda a ira dos monopólios aos projetos de Obama pa-ra a saúde nos EUA: “Além disso, Barack Obama, desejoso de reformar o sistema de saúde dos Estados Unidos, que deixa sem cobertura médica 47 milhões de cidadãos, enfrenta a ira do complexo farmacêutico-industrial. Aqui, as quantias em jogo são gigantescas (os gastos com saúde representam o equivalente a 18% do PIB) e controladas por um vigoroso lobby de interesses privados que reúne, além das Big Pharma, as grandes companhias de seguro e todo o setor de clínicas e hospitais privados. Nenhum desses atores quer perder seus opulentos privilégios. Por isso, apoiando-se nos grandes meios de comunicação mais conservadores e no Partido Republicano, estão gastando dezenas de milhões de dólares em campanhas de desinformação e de calúnias contra a necessária reforma do sistema de saúde”.

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