Se existe um lado bom na grave crise política deste ano é o fato de os brasileiros estarem mais preocupados com os temas ligados à ética. Avaliações desse tipo também ganham força no mundo empresarial, uma tendência confirmada pelos mais de mil presidentes, superintendentes, vice-presidentes e diretores de companhias de 43 setores da economia ouvidos por CartaCapital/TNS InterScience, na oitava edição do Prêmio As Empresas Mais Admiradas no Brasil.
A Natura, que neste ano conquista o bicampeonato, é conhecida pelos projetos sociais e ambientais nos quais se envolve. Além de ser a mais votada, a fabricante de cosméticos e perfumes tem a liderança em quatro dos 11 fatores propostos pela TNS InterScience. São eles: compromisso com ética, responsabilidade social, inovação e compromisso com RH.
Além da valorização das características relacionadas à ética e à responsabilidade social, explica Arão Sapiro, consultor e presidente do Instituto de Estudos para a Competitividade (Insec), também ganham importância neste ano os fatores do conjunto finanças (solidez financeira, compromisso com o País e competir globalmente). “Houve um amadurecimento do empresariado e dos profissionais, que conseguem admirar as características das companhias de uma forma mais balanceada”, avalia o especialista.
Outra tendência, confirmada no estudo deste ano, é a valorização da indústria de base – que produz para outras indústrias. Três delas, Votorantim, Gerdau e Companhia Vale do Rio Doce, esta última com o melhor desempenho na comparação dos últimos três anos, aparecem entre as dez mais admiradas nas três últimas pesquisas.
“Também vem ganhando importância a solidez financeira, uma das competências difíceis de ser atingidas num país de economia instável como o nosso”, comenta Sapiro.
Em 2005, a proporção entre companhias nacionais e de capital estrangeiro no ranking das mais admiradas mantém-se a mesma do ano passado (são oito brasileiras e três de outros países). Isso mostra que, de acordo com o universo pesquisado, o que conta não é somente o tamanho do patrimônio ou o faturamento, em que as empresas estrangeiras levam vantagem. As empresas brasileiras, em especial aquelas com atuação internacional, são as que recebem melhor avaliação.
AS 10 MAIS ADMIRADAS |
2005 | 2004 | 2003 | EMPRESA | 2005(%) | 2004(%) | 2003(%) | |
1º | 1º | 2º | Natura | 15,7 | 16,4 | 7,4 | |
2º | 2º | 1º | Nestlé | 8,4 | 10,7 | 11,5 | |
3º | 5º | 10º | Vale do Rio do Doce (CVRD) | 6,9 | 4,0 | 2,2 | |
4º | 6º | 5º | Gerdau | 4,9 | 3,2 | 3,9 | |
5º | 8º | 24º | TAM | 4,5 | 2,1 | 0,9 | |
6º | 4º | 4º | Votorantim | 4,3 | 4,1 | 4,0 | |
7º | 6º | 3º | Embraer | 3,9 | 3,2 | 4,3 | |
8º | 3º | 9º | Petrobrás | 3,5 | 6,7 | 2,5 | |
9º | 7º | 5º | Microsoft | 2,4 | 2,9 | 3,0 | |
9º | 12º | 9º | GE | 2,4 | 1,3 | 2,5 | |
10º | 8º | 13º | Itaú | 2,3 | 2,1 | 1,5 |
Base: 1,023/ Fonte: Total de executivos |
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