da Efe, em Montevidéu
O Uruguai está se preparando para renunciar à sua condição de membro pleno do Mercosul e passar a ser um parceiro comercial do bloco, anunciou neste domingo o presidente do país, Tabaré Vázquez.
Em uma entrevista ao "Canal 10" de Montevidéu, Vázquez, que está em Washington em visita oficial, disse que o Mercosul "é mais um problema que uma solução para o Uruguai".
O presidente declarou que seu país invocará os artigos 20 e 21 do Tratado de Assunção --sobre a carta de renúncia ao acordo-- para se "tornar um simples associado". Para Vázquez, o modelo que o Uruguai seguirá "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente disse ainda que o Uruguai terá apenas um acordo de livre comércio com o Mercosul e "nenhum outro compromisso com o bloco"
Vázquez criticou o fato de as relações dentro do bloco, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, serem permanentemente fontes de problemas.
Ele citou como exemplo o "fechamento das pontes" que ligam Argentina e Uruguai por ambientalistas argentinos, que protestam contra a construção de duas fábricas de papel na cidade uruguaia de Frei Bentos, às margens do rio Uruguai. Os bloqueios são "retrocessos no processo de integração", assim como as "negociações dos países grandes (Brasil e Argentina), que excluem o Paraguai e o Uruguai", disse Vásquez.
Segundo declarações de Vázquez ao "Canal 10", em contraste a tudo isso, "um leque de oportunidades representado pelo resto do mundo se abre ao Uruguai".
O anúncio do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, de que seu país se prepara para deixar o Mercosul, gerou nesta segunda-feira um clima de incerteza, apesar de não surpreender os uruguaios.
Vázquez anunciou a decisão pela TV, de Washington, onde está em visita oficial. Ele explicou que está estudando uma renúncia à condição de membro pleno do bloco, fundado há 15 anos com Brasil, Argentina e Paraguai. Ele pretende adotar o status de país associado, como Chile, Bolívia e Peru, além da Venezuela, que está em processo de integração plena.
O presidente adiantou que, quando voltar para Montevidéu, vai se reunir com todas as forças políticas do país, para que a saída seja resultado de um amplo consenso. Câmaras empresariais e sindicatos de trabalhadores também serão ouvidos, segundo ele.
Vázquez anunciou a saída numa entrevista ao enviado do Canal 10 de Montevidéu a Washington. No entanto, outros meios disseram que membros da delegação presidencial foram mais cautelosos ao comentar a retirada do Mercosul.
Por outro lado, ninguém no país parece se surpreender. Governo, oposição, imprensa, industriais, exportadores e importadores concordam que o Mercosul "não funciona", "não serve" e que só existe para que "Argentina e Brasil o usem como bem entendem".
O próprio Vázquez disse hoje ao Canal 10 que o Mercosul "é um problema, e não uma solução para o Uruguai".
O conflito com a Argentina por causa das fábricas de celulose e o fato de que o governo de Néstor Kirchner, que preside temporariamente o bloco, não tenha atendido a um pedido uruguaio para tratar o assunto no Mercosul, contribuíram para uma visão negativa.
O Uruguai pediu a convocação do Conselho do Mercosul, mas a Argentina decidiu que o assunto era "bilateral". Na última reunião do Mercosul, os representantes uruguaios receberam o apoio dos outros membros para que o conflito fosse resolvido pelo bloco.
A Argentina desmentiu o Uruguai e disse que brasileiros e paraguaios rejeitaram a proposta. O governo de Vázquez contestou com a publicação da ata da reunião. No documento, Brasil e Paraguai aprovam a convocação do Conselho.
Uma semana depois, uma reunião dos presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela, em São Paulo, levou a uma mudança da posição brasileira, o que incomodou o Uruguai.
Os bloqueios das pontes que unem o Uruguai e a Argentina, em protestos de manifestantes argentinos contrários à construção das fábricas de celulose, têm sido denunciados como violações do princípio da livre circulação, exposto nos tratados do Mercosul.
O Uruguai calcula suas perdas no conflito em US$ 400 milhões.
Assim, foi com naturalidade que o país recebeu as declarações de Vázquez. Ele disse ao Canal 10 que as relações no Mercosul "são permanentes fontes de problemas" e que o país tem o "leque de oportunidades representado pelo resto do mundo".
Segundo Vázquez, o modelo para o Uruguai no futuro "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente uruguaio elogiou o Tratado de Livre-Comércio assinado com o México em 2004. Agora, ele pretende chegar a um bom acordo também com os Estados Unidos. Na quinta-feira (5), ele vai se reunir com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e espera conseguir "os melhores resultados possíveis".
Vázquez revelou sua intenção de assinar acordos de livre-comércio com qualquer país que se interessar. Depois de um tratado comercial com a União Européia, os próximos alvos seriam países árabes, como o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos.
Além disso, para 2007 ele prepara uma viagem pela Ásia, onde, disse que "há um enorme mercado para os produtos uruguaios".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Mercosul
O Uruguai está se preparando para renunciar à sua condição de membro pleno do Mercosul e passar a ser um parceiro comercial do bloco, anunciou neste domingo o presidente do país, Tabaré Vázquez.
Em uma entrevista ao "Canal 10" de Montevidéu, Vázquez, que está em Washington em visita oficial, disse que o Mercosul "é mais um problema que uma solução para o Uruguai".
O presidente declarou que seu país invocará os artigos 20 e 21 do Tratado de Assunção --sobre a carta de renúncia ao acordo-- para se "tornar um simples associado". Para Vázquez, o modelo que o Uruguai seguirá "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente disse ainda que o Uruguai terá apenas um acordo de livre comércio com o Mercosul e "nenhum outro compromisso com o bloco"
Vázquez criticou o fato de as relações dentro do bloco, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, serem permanentemente fontes de problemas.
Ele citou como exemplo o "fechamento das pontes" que ligam Argentina e Uruguai por ambientalistas argentinos, que protestam contra a construção de duas fábricas de papel na cidade uruguaia de Frei Bentos, às margens do rio Uruguai. Os bloqueios são "retrocessos no processo de integração", assim como as "negociações dos países grandes (Brasil e Argentina), que excluem o Paraguai e o Uruguai", disse Vásquez.
Segundo declarações de Vázquez ao "Canal 10", em contraste a tudo isso, "um leque de oportunidades representado pelo resto do mundo se abre ao Uruguai".
O anúncio do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, de que seu país se prepara para deixar o Mercosul, gerou nesta segunda-feira um clima de incerteza, apesar de não surpreender os uruguaios.
Vázquez anunciou a decisão pela TV, de Washington, onde está em visita oficial. Ele explicou que está estudando uma renúncia à condição de membro pleno do bloco, fundado há 15 anos com Brasil, Argentina e Paraguai. Ele pretende adotar o status de país associado, como Chile, Bolívia e Peru, além da Venezuela, que está em processo de integração plena.
O presidente adiantou que, quando voltar para Montevidéu, vai se reunir com todas as forças políticas do país, para que a saída seja resultado de um amplo consenso. Câmaras empresariais e sindicatos de trabalhadores também serão ouvidos, segundo ele.
Vázquez anunciou a saída numa entrevista ao enviado do Canal 10 de Montevidéu a Washington. No entanto, outros meios disseram que membros da delegação presidencial foram mais cautelosos ao comentar a retirada do Mercosul.
Por outro lado, ninguém no país parece se surpreender. Governo, oposição, imprensa, industriais, exportadores e importadores concordam que o Mercosul "não funciona", "não serve" e que só existe para que "Argentina e Brasil o usem como bem entendem".
O próprio Vázquez disse hoje ao Canal 10 que o Mercosul "é um problema, e não uma solução para o Uruguai".
O conflito com a Argentina por causa das fábricas de celulose e o fato de que o governo de Néstor Kirchner, que preside temporariamente o bloco, não tenha atendido a um pedido uruguaio para tratar o assunto no Mercosul, contribuíram para uma visão negativa.
O Uruguai pediu a convocação do Conselho do Mercosul, mas a Argentina decidiu que o assunto era "bilateral". Na última reunião do Mercosul, os representantes uruguaios receberam o apoio dos outros membros para que o conflito fosse resolvido pelo bloco.
A Argentina desmentiu o Uruguai e disse que brasileiros e paraguaios rejeitaram a proposta. O governo de Vázquez contestou com a publicação da ata da reunião. No documento, Brasil e Paraguai aprovam a convocação do Conselho.
Uma semana depois, uma reunião dos presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela, em São Paulo, levou a uma mudança da posição brasileira, o que incomodou o Uruguai.
Os bloqueios das pontes que unem o Uruguai e a Argentina, em protestos de manifestantes argentinos contrários à construção das fábricas de celulose, têm sido denunciados como violações do princípio da livre circulação, exposto nos tratados do Mercosul.
O Uruguai calcula suas perdas no conflito em US$ 400 milhões.
Assim, foi com naturalidade que o país recebeu as declarações de Vázquez. Ele disse ao Canal 10 que as relações no Mercosul "são permanentes fontes de problemas" e que o país tem o "leque de oportunidades representado pelo resto do mundo".
Segundo Vázquez, o modelo para o Uruguai no futuro "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente uruguaio elogiou o Tratado de Livre-Comércio assinado com o México em 2004. Agora, ele pretende chegar a um bom acordo também com os Estados Unidos. Na quinta-feira (5), ele vai se reunir com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e espera conseguir "os melhores resultados possíveis".
Vázquez revelou sua intenção de assinar acordos de livre-comércio com qualquer país que se interessar. Depois de um tratado comercial com a União Européia, os próximos alvos seriam países árabes, como o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos.
Além disso, para 2007 ele prepara uma viagem pela Ásia, onde, disse que "há um enorme mercado para os produtos uruguaios".
Especial
Nenhum comentário:
Postar um comentário