quarta-feira, março 11, 2009

Ação do Citibank agora vale menos que bilhete de metrô

 

Papéis do Citi, inflados em 2007 a até 57 dólares, desabaram na quinta-feira dia 5 para US$ 1,02, chegando a ficar no meio do pregão a US$ 0,97

Em meio aos “testes de stress” a que estão sendo submetidos os 19 maiores bancos norte-americanos desde a quarta-feira de cinzas, as ações do Citibank furaram a barreira do US$ 1 na quinta-feira dia 5, e de acordo com piada que circula na internet, em breve serão oferecidas nas lojas de “tudo por 1 dólar”. Ou trocadas por uma tampinha de coca-cola em bom estado de conservação.

Conforme a agência Dow Jones, citando o economista Joseph Saluzzi, a situação real do Citibank é que “tem tantas obrigações, tantos ativos podres”, que suas ações “não seriam nem mesmo negociadas, não fosse o suporte do governo”. Os papéis do Citibank, inflados em 2007 a até US$ 57 dólares, desabaram na quinta-feira dia 5 para US$ 1,02, chegando a ficar no meio do pregão a US$ 0,97. “Se você me dissesse no meio de 2007 que o Citi escorregaria abaixo de US$ 1, eu diria que você era um louco”, afirmou Saluzzi. Aliás, no final de fevereiro, o Citibank só se manteve à tona após anúncio de acordo com o governo Obama para transformação das ações preferenciais em mãos do Tesouro, com o bail out, em ações ordinárias, com direito a voto, o que significa assumir 36% do controle do banco, se tornando no maior acionista. Antes disso, o Citibank chegara a perder em cinco dias 44% do valor com que vinha sendo “cotado”. (Bons tempos aqueles, do auge da bolha, em 2007, quando o Citi era ‘o maior banco do mundo em valor de mercado’; ou da nossa Década Perdida, quando, do alto do Comitê dos Credores, achacava países e arrotava soluções, do FMI, para tudo).

O mesmo quadro de banco zumbi é compartilhado pelo Bank of America (BofA), que, guloso, engoliu o Merrill Lynch e sofreu indigestão braba. Na mesma semana de fevereiro em que as ações do Citibank encolheram 44%, nada menos de 32% do suposto valor do BofA foi pelo ralo. A propósito, segundo a revista inglesa “The Economist” a conversão em ações ordinárias do dinheiro que o governo dos EUA já botou nesses dois bancos, pelo “valor de mercado” de fevereiro, levaria o Estado a ser dono de “dois terços do BofA e de cerca de 80% do Citi”.

JP MORGAN: -13,99%

A primeira semana de março também abalroou o JP Morgan Chase, que tem posado de “mais sólido”, e cujo “valor” se reduziu de 13,99% após a agência de “classificação de risco” Moody’s rever para negativa a tendência do status do banco. Também foram revistas as classificações do Wells Fargo, e do Bank of America, com reduções no valor de respectivamente 16% e 11,7%. Já a AIG teve de ser levada para a UTI de novo. Se o Citibank furou a barreira da ação a US$ 1, a GM está chegando lá: na sexta-feira dia 6, sua cotação na bolsa afundou 22%, para US$ 1,45 a ação. Outros portentos da fina flor dos monopólios dos EUA deram de cara na barreira de US$ 10 a ação, como a American Express, a GE, Dow Chemical e a Alcoa.

ANTONIO PIMENTA

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