sexta-feira, julho 27, 2007

Brasil tem vitória contra os EUA na OMC

G1 > Economia - NOTÍCIAS - Brasil tem vitória contra os EUA na OMC

Confira as 100 marcas mais valiosas segundo a Interbrand

Folha Online - Dinheiro - Confira as 100 marcas mais valiosas segundo a Interbrand - 27/07/2007

quinta-feira, julho 26, 2007

Nasa teria admitido que astronautas voaram bêbados Terra - Espaço

Nasa teria admitido que astronautas voaram bêbados Terra - Espaço

Uma comissão concluiu que em pelo menos duas ocasiões astronautas foram ao espaço tão bêbados a ponto de representar risco para o vôo, afirmou na quinta-feira a página na Internet da revista Aviation Week.

Segundo a publicação, a comissão foi criada pela Nasa para estudar problemas de saúde dos astronautas, e registrou o "consumo intenso de álcool" a menos de 12 horas de lançamentos. Os médicos de vôo e outros astronautas teriam advertido sobre o estado dos tripulantes pelo menos em duas ocasiões

A comissão foi montada depois da prisão da astronauta Lisa Nowak, em fevereiro, acusada de tentativa de sequestro, mas as conclusões não citam o nome de nenhum astronauta, disse a Aviation Week.

O Centro Espacial Johnson, em Houston, sede da corporação de astronautas, não quis fazer comentários, mas a Nasa afirmou que vai divulgar as conclusões de "duas revisões de avaliações médicas e de saúde comportamental de astronautas" numa entrevista coletiva na sexta-feira, em Washington.

A análise foi determinada depois da prisão de Nowak, que tripulou uma missão de ônibus espacial no ano passado. A astronauta teria viajado por horas de carro, usando fraldas para não ter de parar, para enfrentar uma suposta rival num caso amoroso.

Reuters

sexta-feira, julho 20, 2007

A luta do Estado de Israel para que ninguem se lembre

Agência Carta Maior:

A história otomana e provas físicas de que, antes da criação do Estado de Israel, outro povo habitava aquela região, são sistematicamente apagadas pelo governo. Permanecem, porém, na memória da população árabe.

Fernanda Campagnucci* - Especial para a Carta Maior
JERUSALEM, 16/07/2007 - Depois de três dias de viagem, a palavra Nakba ganhou sentido para mim. É um fantasma que paira sobre as cidades israelenses. O termo quer dizer "a catástrofe", e se refere a criação do Estado de Israel em 1948, quando 60% da população palestina virou um povo exilado. Muitas cidades foram destruídas, e o sonho palestino do retorno é tão forte que algumas pessoas guardam as chaves de sua casa e os documentos que provam a sua possessão da época do império otomano. Podem-se ver seus traços mesmo em Tel Aviv, se soubermos enxergar.

Lod, no centro de Israel, por exemplo. Tentaram descrever como era a cidade ha 50 anos, mas me parece impossível de visualizar. Quando olho ao redor, escombros, casas abandonadas, lixo, não consigo reconstruir a imagem da capital econômica da Cisjordânia, com mansões otomanas e mamelucos de séculos atrás, onde árabes cristãos e muçulmanos partilhavam o mesmo espaço entre igrejas e mesquitas.

Troquei algumas palavras em inglês com o dono de um bar, que puxou conversa quando me viu olhar - com, digamos, especial atenção - o jogo Brasil x Argentina na televisão. Ele me estendeu um jornal árabe e disse que a edição daquela semana conta o que aconteceu ali há 59 anos. O título, Lod e Ramla: uma história de mortes. Com seus 35 anos, ele cresceu ouvindo esse caso: ali do lado havia uma mesquita, que foi reaberta ha apenas alguns anos e onde os habitantes afirmam ter havido um massacre de 250 árabes. A condição imposta pela administração israelense para reabri-la, ele me conta, foi limpar as paredes que guardaram as marcas de sangue e nunca mais falar sobre isso. Limparam, mas não esqueceram.

A propósito, uma cidade vizinha foi rebatizada com o nome da milícia que causou a tragédia, Beitar. Uma provocação intragável para eles.

O que sobrou de um hotel otomano e uma antiga fabrica de óleo de oliva acumula lixo. Se não está pior, explica uma voluntária da Associação "Lembrança da Nakba", é porque os estudantes fizeram um mutirão para remove-lo. Todos os pedidos feitos à administração israelense para restaurar e proteger o sitio foram ignorados. Alguém comentou ali que se a construção tivesse algum símbolo judeu, seria rapidamente cercado, limpo, protegido. O sentimento - que não foge muito aa realidade - é que se quer apagar da História tudo o que lembra que um outro povo vivia ali antes de 1948.

Alguns metros depois, mudamos de bairro. Mas parece que mudamos de mundo. No lugar da terra revirada e da falta de asfalto, do lixo nas ruas, do esgoto a céu aberto com óleo tóxico de uma refinaria ao lado, do trilho de trem sem proteção para os pedestres, das ruas sem calcada onde as crianças brincam e são atropeladas, no lugar disso tudo, um bairro limpo, arborizado e florido. Um bairro judeu.

Eles pagam os mesmos impostos, mas o Estado não esta presente da mesma maneira nos dois lugares. Eu me surpreendo com um muro que separa os dois mundos, e alguém me responde: não estamos na Cisjordânia, mas este é um muro de separação. Construído com dinheiro do Estado, pelos moradores judeus.

Em Ramla, não muito longe de Lod, os nomes das ruas foram todos rebatizados com nomes de pessoas e fatos da cultura judaica. Destruindo os símbolos - ou deixando que eles se destruam sozinhos, por degradação - o Estado de Israel promove a judaização de diversas cidades. O Centro Cultural Mosaico, que faz atividades contra a discriminação e pela diversidade, pediu ao prefeito que mudasse o nome de apenas algumas ruas para homenagear personagens árabes. A voluntária ali teve vergonha de me dizer o que ele respondeu. Eu também teria vergonha de escrever.

Uri Davis, um judeu israelense que trabalha ali, lembra que o racismo é regulado por lei no Estado de Israel. Ele diz que, segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos, toda pessoa tem o direito de morar onde escolher, e se quiser deixar o país deve poder voltar. Se, apesar de tudo o que fazem para tornar a vida insuportável ali, os árabes resistem e decidam ficar, o trabalho dele é apoiar essas pessoas que escolheram um lugar "errado" para viver. E não é um trabalho fácil.

*Fernanda Campagnucci é jornalista e está na Palestina para escrever um livro-reportagem sobre a situação dos territórios ocupados

Do blog de Emir Sader

Agência Carta Maior:
Pergunta: o que merece de fato indignação?
1) O gesto de Marco Aurélio Garcia contra a imprensa oligopolizada e familiar privada que tentou precipitadamente criminalizar o governo no acidente de Congonhas?

2) Ou o gesto da própria imprensa conservadora, cujos arautos chegaram a acusar o governo federal de assassinato, sem nenhuma prova?

terça-feira, julho 17, 2007

Em dez anos, 27% saíram da pobreza no Brasil, diz Pnud

BBCBrasil.com Reporter BBC Em dez anos, 27% saíram da pobreza no Brasil, diz Pnud

Brasil, Índia e África do Sul querem comércio de US$ 15 bi até 2010

BBC - Brasil, Índia e África do Sul querem comércio de US$ 15 bi até 2010

Rio é Pan e Circo, diz Folha


Paulo Henrique Amorim *

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil.
Os jornais da mídia conservadora (e golpista) de São Paulo continuam com certa dificuldade de conviver com o sucesso retumbante do Pan do Rio.
A Folha de S. Paulo traz um editorial, neste domingo, dia 15, que já começa de baixo calão: “Pan e circo”.
“Suspendem-se os banhos de sangue para comemorar medalhas... balas perdidas esperam os resultados do vôlei para então prosseguir seu curso... o contraste entre a festa e a barbárie no Rio e no país inteiro...”
A Folha faz de conta de que o editorial é sobre a batalha entre a festa e a barbárie que se trava no Brasil inteiro.
Mas, quando desce aos exemplos e aos detalhes - e o demônio está nos detalhes... - ela retoma os estigmas que a “elite branca” (e separatista) pespegou no Rio: as balas perdidas, o banho de sangue.
Em São Paulo, como se sabe, não há confronto entre policiais e traficantes: 84 das 93 delegacias da cidade de São Paulo recebiam mesada dos bingos.
Não há confronto: há combinação de interesses.
A batalha entre a festa e a barbárie tem em todo lugar - em Paris, na Mona Lisa e na queima de carros na banlieue; em Nova York, no MOMA e no Bronx; em São Paulo, na Osesp e na Daslu.
Não é só no Rio.
No Rio tem, sim, bala perdida.
Teve derramamento de sangue, sim, quando morreram inocentes, talvez menos do que a polícia de São Paulo matou quando o PCC governou a cidade, dentro e fora das cadeias...
No Rio, nesse momento, sim, tem Pan e circo.
Em São Paulo não tem nem uma coisa nem outra.

*Extraído do “Conversa Afiada”, blog do jornalista

Kirchner repudia pressões de lobby no setor elétrico: ‘privatizaram e não investiram’



“Privatizaram, não investiram e agora vêm com pressões. Devagar senhores, sem extorsões, sem nada”, afirmou o presidente argentino Nestor Kirchner, referindo-se aos problemas registrados nas últimas semanas na questão energética, e advertiu que “existe um lobby para dizer que é necessário subir as tarifas disso, daquilo e daquilo outro” articulado por aqueles que entregaram e paralisaram o setor energético do país.
Na década dos 90, Carlos Menem entregou a principal empresa pública do país, a Jazidas Petrolíferas Fiscais, YPF, e a partir daí se paralisou a exploração e qualquer investimento na área dos hidrocarbonetos. Também inexistiu a preocupação com o setor elétrico. Hoje, com a produção crescendo, e problemas climáticos, o país se choca com a falta de energia.
“Sempre teremos problemas para resolver e questões pendentes às quais devemos dar a atenção prioritária para poder avançar. Mas, repito, antes que retroceder prefiro uma Argentina ao limite, crescendo, que gere trabalho, cuja economia cresça, que cresça o consumo”, acrescentou o líder argentino.
O Ministério de Planejamento de Buenos Aires informou no final de semana passado que já foram liberados 880 milhões de dólares para o desenvolvimento de projetos de infra-estrutura, entre eles os destinados à ampliação de gasodutos e da rede de energia elétrica.
Estão já aprovados e para ser liberados mais de 15 bilhões de dólares para obras que prevêem ampliação de gasodutos de 52,9 milhões de metros cúbicos/dia, enquanto que se projetam ampliações de 5.517 quilômetros de linhas e redes, com uma geração adicional de 8.872 megawatts de energia elétrica, informou o ministério.
Hora do Povo

segunda-feira, julho 16, 2007

Para quem não entendeu as vaias ao Presidente na abertura do Pan...

LULA TAMBÉM FOI VAIADO NO ENSAIO
Um vídeo disponível no Youtube mostra que as vaias ao presidente Lula também ocorreram no ensaio geral da cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos, no Rio. O vídeo mostra que, nas duas vezes em que o nome do presidente é citado no ensaio, em espanhol e em português, ele é prontamente vaiado pelas pessoas que participavam do ensaio nas arquibancadas. O vídeo também está disponível em Vi o Mundo, República Vermelha e Os amigos do presidente Lula . Este último denuncia uma armação no episódio das vaias: "Vários partidários de oposição, entre eles, PFL/DEM, ensaiando vaias durante essa semana...tudo bem orquestrado! Foi armação sim!. Duarante a semana César Maia criou polêmica ao dizer que o Pan é do Rio e não do Brasil. Lula esteve recentemente no Rio para a inauguração da plataforma P52 da Petrobras, foi aplaudido, reviveu os bons tempos de campanha eleitoral". Clique AQUI para ver um trecho do ensaio geral e julgue você mesmo.

Ao contrário de Lula, o prefeito César Maia (DEM) foi aplaudido no Maracanã. Parece que tem gato nessa tuba....


Fonte: http://rsurgente.zip.net/

quinta-feira, julho 12, 2007

Azaléia Vendida

Mais uma empresa gaúcha se vai


Vulcabras anunciou nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado, a compra da Calçados Azaléia, por meio de sua subsidiária Vulcabras do Nordeste. Segundo o anúncio, a Vulcabras passa a deter 51,28% do capital total da Azaléia - o valor total do negócio não foi informado.
A Vulcabras adquiriu 99,74% das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Azaléia, sendo que já havia comprado 22,67% das ações preferenciais (PN, semdireito a voto) neste mês.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entidade que fiscaliza o mercado de capitais, já havia dito que investigará a compra de parte da Azaléia pela Vulcabras. A suspeita é que tenha havido vazamento de informações, já que as ações ordinárias da Vulcabras tiveram valorização de 44,85% um dia antes da divulgação do negócios. Segundo comunicado divulgado, com a aquisição do controle acionário os resultados da Azaléia serão consolidados dentro do balanço da Vulcabras.
"Se consideradas em conjunto as empresas do atual Grupo Vulcabras e a Azaléia, teremos alcançado o maior faturamento da América Latina do setor de calçados e material esportivo, constituindo também o conjunto das empresas em um dos maiores empregadores do nosso país com mais de 26.500 colaboradores no Brasil e 800 na Argentina", diz ainda o comunicado.
Ao classificar as duas empresas como "extraordinariamente complementares", a Vulcabras afirma que "a integração das equipes das duas empresas é antevista como um processo positivo e benéfico para todos os colaboradores".
A Vulcabras (Companhia Brasileira de Calçados Vulcanizados S/A) foi fundada em 5 de junho de 1952, na cidade de São Paulo, e hoje é distribuidora oficial da Reebook no Brasil. A empresa registrou em 2006 teve receita líquida de R$ 444,64 milhões, valor pouco maior que a metade do faturamento líquido da Azaléia no mesmo período, que foi de R$ 791,58 milhões.
A Azaléia, fundada em 1958 e fabricante dos produtos A Z, Dijean, Funny, Opanka e Olympikus, produz 45 milhões de pares de sapatos por ano, emprega 14 mil funcionários e faturou R$ 791,58 milhões no ano passado. De toda a produção, 18% é exportado para mais de 80 países.

segunda-feira, julho 09, 2007

FAO defende etanol mas não tem fórmula da sustentabilidade

Agência Carta Maior:

"Dirigentes de órgão da ONU para agricultura e alimentação defendem programa de agroenergia, mas diretor geral diz que não pode responder sobre sustentabilidade socioambiental por falta de acúmulo. Questão é questionada por membros do Consea."


Para ler mais clique no link acima:

domingo, julho 08, 2007

OS NICs - NOVOS PAÍSES INDUSTRIALIZADOS


A partir dos anos 50, passou a ocorrer uma intensificação no processo de expansão das multinacionais em direção a diversas regiões do mundo. Com esse processo, a produção industrial, até então concentrada na Europa, no Japão, nos Estados Unidos e no Canadá, passou a se disseminar por vários países.
Num primeiro momento, os países sub­desenvolvidos que mais receberam filiais das multinacionais foram Brasil, Argentina, México e África do Sul, todos com grande mercado consumidor e com capacidade de processamento de algumas matérias-primas necessárias às multinacionais. Posterior­mente, a partir de meados da década de 60, tal processo de expansão das multinacionais e disseminação da atividade industrial atingiu a Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura. Todos esses países que passaram por um processo de industrialização mais intensa após a década de 50 recebem a denominação de NICs (Newly Industrialized Countries). Mais recentemente ainda, a partir dos anos 80, outros países do sudeste asiático começaram a ter, gradativamente, a indústria como um setor importante da economia. É o caso da Malásia, da Tailândia e da Indonésia.
Se observarmos em um mapa, as áreas de maior concentração industrial não se restringem mais aos países desenvolvidos do hemisfério Norte. Fora das regiões tradicional­mente industrializadas da Europa, da América do Norte e do Japão, surgiram várias outras: no sudeste do Brasil; nas regiões em torno de Buenos Aires e da Cida­de do México; em Pretória e em Johannesburgo, na África do Sul; no leste da China; no sudeste da Ásia e nos tigres asiáticos.
As trajetórias da industrialização dos NIC's não foram as mesmas, mas se apoiaram em políticas industriais nas quais a participação do Estado foi decisiva.
No caso dos países latino-americanos, como Brasil, México e Argentina, a industrialização baseou-se na substituição de importações e posteriormente na internacionalização do mercado.
Nas principais crises econômicas mundiais do século XX, particularmente na de 1929, os países da América Latina viram-se impossibilitados de importar as mercadorias fabricadas no mundo industrializado. Além disso, diante da conjuntura desfavorável à exportação de produtos agrícolas não-essenciais, os investimentos passaram a se destinar à produção local de manufaturados. Os bens de consumo que antes eram importados passaram a ser produzidos pelas antigas nações importadoras. Daí o nome dado ao pro­cesso de industrialização desses países: ISI (Indústria Substitutiva de Importação).
Após a década de 50, as práticas substitutivas apoiaram-se na internacionalização do mercado. Brasil, Argentina e México atraíram os investimentos internacionais co­mo forma de acelerar o desenvolvimento industrial.
As políticas industriais de atração dos investimentos estrangeiros ofereciam mão-de-obra barata, investimentos estatais em infra-estrutura de transpor­te, energia e processamento de matérias-primas essenciais à instalação industrial. Os incentivos fiscais, a participação nos mercados internos sem a necessidade de transpor barreiras alfande­gárias, e a facilidade de remessa de lucros eram atrativos tentadores às empresas estrangeiras.
O caminho seguido pelos NIC's asiáticos foi diferente. A estratégia industrial traçada por Taiwan, Cingapura, Coréia do Sul e Hong Kong apoiou-se na IOE (industrialização Orientada para a Exportação). As multinacionais que se estabeleceram nesses países, e mesmo as empresas nacionais, tinham como objetivo principal o comércio externo. Daí a expressão platafor­mas de exportação para designar os tigres asiáticos.
Enquanto na ISI foi preponderante a participação do capital norte-americano e do europeu, no caso da IOE, a principal fonte de investimentos foi o capital japonês.
O crescimento econômico dos tigres foi alicerçado na associação entre as empresas privadas e o governo, que garantiu proteção às empresas nacionais por meio de barreiras alfandegárias e criou os mecanismos legais de incentivos às exportações e aos investimentos estrangeiros. Além disso, investiram na educação e, conseqüentemente, na qualificação da mão-de-obra.
No entanto, todo o processo de evolução econômica e industrial foi traçado sob um regime ditatorial, com exceção de Hong Kong. A liberdade de imprensa e de expressão e as eleições livres não faziam parte do dia-a-dia dos habitantes desses países.
Durante a década de 70, os tigres asiáticos apresentaram taxas de crescimento econômico próximas de 10% ao ano e, na década de 80, próximas de 7,5%. Nos primeiros anos da década de 90, passou a ocorrer uma desaceleração do crescimento econômico. Mesmo assim, as taxas desses países são superiores às apresentadas pelas nações mais industrializadas do globo.
A passagem de economias predominantemente agrícolas para países industrializados e com parques industriais diversifica­dos, no curto período de duas décadas, evidentemente acontece em ritmo de cresci­mento econômico bastante acelerado. Atingindo tal grau de industrialização, é natural que o ritmo de crescimento passe a. ser menor. Como se pode observar no gráfico, é o que acontece com os tigres asiáticos.


O novo eixo de prosperidade do Pacífico


É ainda muito cedo para que se aceite a afirmação de que o grande centro econômico do século XXI seja a região do Pacífico, sob a liderança do Japão. Entretanto, o ritmo de crescimento industrial e a capacidade dos investimentos japoneses têm indicado forte liderança dessa região, na nova ordem mundial que se está esboçando.
Atualmente, em volume de depósito, os dez maiores bancos do mundo são japoneses. E entre os dez maiores conglomerados financeiros mundiais nove são japoneses. Até meados dos anos 60, não aparecia nenhum banco japonês entre os cinqüenta maiores.
O Japão é, sem dúvida, o expoente máximo de uma região que, nos últimos 30 anos, tem conquistado inigualável cresci­mento econômico: o leste e o sudeste da Ásia, na região do Pacífico. No início da década de 90, enquanto a economia mundial assegurava míseros 0,3% de crescimento econômico, essa região do Pacífico expandia-se na ordem de 5,8%.
As exportações dos quatro tigres passa­ram de 2 bilhões de dólares, em 1960, para mais de 377 bilhões, em 1993. Na pauta de exportações, predominam os produtos eletroeletrônicos (televisores, videocassetes, apare­lhos de som, fornos de microondas), acessórios para computadores e telecomunicações, tecidos sintéticos, roupas, plásticos e veículos.
A China, com 20% da população da Terra, caminha a passos largos para transformar seu mercado potencial num grande mercado de Consumo. Na década de 80, obteve as maiores taxas de crescimento econômico. É claro que essas taxas têm validade relativa, já que a base anterior da economia era muito baixa e o modelo de desenvolvimento industrial chinês ainda está baseado na utilização de mão-de-obra barata e no baixo índice tecnológico.
Em meados da década de 90, surgiram várias denúncias de que parte dos produtos industrializados chineses, que têm conquistado o mercado mundial devido aos baixos preços e não à boa qualidade, são fabricados em campos de concentração com a utilização de mão-de-obra, a custo zero, de prisioneiros que trabalham os 7 dias da semana.
Nestas duas últimas décadas, juntamente com o Japão e a China, os tigres formaram um importante pólo econômico no extremo oriente da Ásia.
A Coréia do Sul possui empresas conhecidas mundialmente, como a Sansung (computadores, eletroeletrônicos), a Hyundai e a Daewoo (automóveis). Vários setores industriais têm hoje destaque na economia coreana: construção naval, brinquedos, eletro­eletrônicos, computadores, relógios e outros.
Hong Kong, além de um setor de bens de consumo bastante diversificado, está entre os maiores centros financeiros internacionais e seu porto é o terceiro entreposto Comercial do mundo.
O desenvolvimento industrial de Taiwan e a forte penetração dos seus produtos no mercado externo fazem com que esta pequena ilha do Pacífico tenha uma das maiores reservas cambiais do mundo.
Cíngapura, cuja área é 68 vezes menor que a ilha de Marajó, exportou, por sua vez, 97 bilhões de dólares, em 1994, mais que o dobro das exportações brasileiras, que atingi­ram 44 bilhões de dólares no mesmo ano.
O crescimento econômico nesta região do Pacífico tem arrastado outros países: Tailândia, Malásia, lndonésia, Filipinas e Vietnã. A Tailândia, por exemplo, exporta hoje mais produtos têxteis e eletroeletrônicos do que arroz e borracha, seus tradicionais itens de exportação. Um aspecto importante do crescimento econômico desses países é o fato de os tigres asiáticos estarem entre os maiores investidores externos, aspecto que reforça o dinamismo econômico da região do pacífico.



As ZEE'S [Zonas Econômicas Especiais)


A China tem-se adaptado às grandes transformações econômicas mundiais de for­ma gradual. A introdução da economia de mercado está sendo feita pelo próprio PCC (Partido Comunista Chinês), em áreas determinadas pelo governo, que receberam a denominação de ZEEs (Zonas Econômicas Especiais).
As ZEEs foram idealizadas por Deng Xiao-ping e implantadas a partir de 1978. Elas se constituíram no modelo chinês para suplantar a estagnação econômica que, naquele momento, atingia o conjunto dos países socialistas e os afastavam, cada vez mais, do nível de desenvolvimento do mundo capitalista.
Nas cidades escolhidas para a criação dessas zonas de economia de mercado, abri­ram-se as portas para o investimento estrangeiro e estabeleceram-se medidas semelhantes às adotadas nos tigres asiáticos: baixos impostos, isenção total para a importação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior. Além disso, as empresas que nelas se instalaram contam com a mão-de-obra mais barata do mundo, o que torna os preços dos pro­dutos de baixo aporte tecnológico (têxtil, calçados e brinquedos) imbatíveis no merca­do internacional.
A localização das ZEEs é estratégica. Estão situadas próximas às áreas litorâneas, a pouca distância dos outros grandes centros econômicos do Pacífico. Em 1992, o governo chinês criou 28 novas zonas de livre mercado, mais para o interior, ao longo do rio Yang-tse-kiang.
Entretanto, o desenvolvimento da economia chinesa irá encontrar pela frente uma série de obstáculos. De modo diverso ao que ocorreu no grupo dos quatro tigres, onde houve uma política governamental de investimento pesado em educação e em infra-estrutura básica, a China não tem caminhado nessa mesma direção. O índice de analfabetismo chinês atinge 73% da sua população e os estudantes universitários não chegam a 1,5 milhão, num país de 1,2 bilhão de habitantes.
O sistema portuário é bastante incipiente e a China não conta com estradas de rodagem e ferrovias adequadas à circulação de mercadorias, fundamentais à dinamização de seus mercados interno e externo. Consta que os últimos trilhos das ferrovias chinesas foram instalados há 7 décadas.
Os baixos salários constituem outra barreira à criação de um mercado interno forte. Embora existam mais de 400 milhões de pessoas na costa do Pacífico vivendo numa economia de mercado, o consumidor chinês é uma minoria privilegiada.
O alastramento das ZEEs e a introdução da economia de mercado na China eleva­ram os casos de corrupção. Muitos funcionários do Partido Comunista foram acusados de cobrar propina para autorizar viagens, mudanças de emprego e para fazer vistas grossas à gravidez, burlando o controle de natalidade.
O principal problema do modelo chinês é o fato de a abertura econômica não ter sido acompanhada pela abertura política. A liberdade de mercado não foi estendida às outras instâncias da vida social. Ainda é vedada à sociedade chinesa a liberdade cultural, de organização sindical e partidária, de expressão e de comunicação.
Em 1993, o país introduziu o capitalismo na Constituição, especificando que a China tem uma economia socialista de mercado.

orbita.starmedia.com/geoplanetbr/nics.html

quinta-feira, julho 05, 2007

A rodada de Doha

Esse texto é da época mas sempre é bom relembrar!
Railda Herrero
15-11-2001

A Conferência Mundial do Comércio em Doha, Catar, quase fracassou. Foram muitas as discrepâncias que quase inviabilizaram um acordo para assegurar o lançamento de uma nova rodada de negociações globais, visando diminuir as barreiras comerciais e dinamizar a economia mundial. Mais 24 horas de negociações foram necessárias para que saísse o acordo especificado na declaração solene da Conferência, assinada pelos 142 países participantes.

Negociações em janeiro
A nova rodada de negociações multilaterais globais, decidida pelos ministros da OMC, vai ter três anos de duração e se inicia em 1º January 2002. O novo ciclo de negociações vai tentar reduzir barreiras comerciais e resolver temas pendentes da Rodada Uruguai, entre 1986 a 1994, quando a OMC ainda se chamava GAAT, Acordo Geral de Tarifas e Comércio.

Parto doloroso
Ao final da conferência, na noite do dia 14, o documento assinado por todos mais parecia uma "declaração de esperança", repetindo as palavras do presidente norteamericano, George W. Bush. Foi um parto trabalhoso, que esbarrou no protecionismo europeu à agricultura e na ferrenha defesa das multinacionais pela garantia das patentes dos remédios.

Subsídios agrícolas
Os latinoamericanos se alinharam durante as negociações com diferentes parceiros. Um deles, os Estados Unidos, se livraram do papel de vilão, colocandose ao lado dos pequenos e contra os 15 da União Européia, no caso do protecionismo à agricultura. Os polpudos subsídios à exportação agrícola, contestados pelo Grupo do Cairns, que congrega 18 países, incluindo o Brasil, era o principal espinho que fez a conferência ser esticada em mais um dia.
Antidumping
Um dos grupos formados durante a Conferência da OMC no país encravado no golfo pérsico deixou claro o ressentimento quase universal contra a forma como alguns sócios comerciais, em particular os Estados Unidos, vêm utilizando o escudo antidumping para proteger indústrias domésticas ineficientes. A declaração final de Doha contemplou os apelos deste grupo, estipulando que vão ser preservados a integridade dos acordos antidumping e seus princípios e instrumentos.

Vitória dos genéricos
As gigantes farmacêuticas não comemoraram uma das decisões da conferência, que representam perda de consideráveis royalties. Foi dada autorização a governos para utilizar medicamentos genéricos baratos, quando houver emergências de saúde, como no caso da AIDS e outras epidemias.

Declaração confusa
Sem grandes perdas e danos para os grandes, o documento final tentou livrar a conferência de Doha do fracasso. Pequenas perdas foram necessárias para não deixar a conferência repetir o fiasco de Seatle, em 1999. As concessões feitas para garantir a nova rodada comercial mundial parecem frágeis, dependendo da interpretação da declaração final, considerada não muito clara por críticos.

Críticas do Vaticano
Uma das críticas ao documento da Conferência da OMC veio direto do Vaticano. Com exceção do acordo sobre os remédios e a entrada da China para a OMC, a rádio Vaticano declarou que "não há razões para estarmos verdadeiramente satisfeitos com os resultados da conferência". Segundo a rádio do Papa, a declaração de Doha está cheia de frases intencionalmente ambíguas" e há pontos que precisam ser melhor debatidos. Para a emissora papal, "as pequenas vitórias dessa conferência não impedem os pobres de se sentirem, como sempre, descartados do processo".

Brasil busca aliança com UE

Brasil busca aliança com UE - Radio Nederland, a emissora internacional e independente da Holanda - Português

Parceria com Venezuela elevou vendas a US$ 3,55 bi em 2006

Até maio deste ano, exportação para o país totalizou US$ 1,629 bilhão

Aumento de 562% das exportações brasileiras a partir do governo Chávez resulta da cooperação e fortalecimento mútuo que só têm a crescer com a entrada definitiva da Venezuela no Mercosul
A partir do governo Hugo Chávez, as exportações brasileiras para a Venezuela aumentaram 562,4%, passando de US$ 536,67 milhões em 1999 para US$ 3,555 bilhões em 2006. Este ano, até maio, as vendas para o país vizinho já totalizam US$ 1,629 bilhão. Os números são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Esses resultados só foram possíveis graças ao avanço da democracia no Continente, com a contribuição decisiva de Lula e Chávez, que possibilitou que os dois países identificassem a importância vital da integração para viabilizar o desenvolvimento não só de Brasil e Venezuela, mas do conjunto dos países sul-americanos. Assim as relações econômicas, das quais o comércio é apenas uma parte, já se dão sob outros valores, como o de cooperação e fortalecimento mútuo. Relações que não estão prontas e acabadas, mas que irão se fortalecer e se renovarão a cada dia porque inspiradas nas idéias de Simón Bolívar, o Libertador. Não é por outro motivo que Petrobrás e PDVSA estão construindo juntas a refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e que a estatal brasileira irá atuar na produção de petróleo no Campo Carabobo 1, na Venezuela, entre outras iniciativas. Da mesma forma, a construção do gasoduto que integrará os países da América do Sul.
SERVILISMO
Os defensores do enfraquecimento do Mercosul – que é o que significa a resistência à adesão efetiva da Venezuela – são exatamente os ardorosos defensores da submissão aos Estados Unidos, ou seja, as viúvas da Alca, devidamente morta e enterrada pela ação do Mercosul e da Venezuela. Daí, PSDB e ex-PFL, ficarem bravateando obstrução da votação no Congresso.
Tendo sido já aprovada pelos parlamentos de Argentina e Uruguai, a entrada da Venezuela no Mercosul precisa ainda da aprovação dos parlamentos do Brasil e do Paraguai. Na quarta-feira o governo Nicanor Duarte encaminhou ao Congresso de seu país pedido de aprovação. “Estamos trabalhando para que o Congresso aprove em breve a adesão total da Venezuela ao Mercosul”, disse o ministro de Relações Exteriores paraguaio, Rubén Ramírez.
No mesmo dia, o embaixador da Venezuela no Brasil, Julio García Montoya, reuniu-se com o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presidente da Mesa Diretora do Parlamento do Mercosul; senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), presidente da representação brasileira do Parlamento do Mercosul; deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara; e deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), vice-presidente da Comissão. Segundo García Montoya, a recente manifestação do presidente Hugo Chávez em relação ao Mercosul não teve como objetivo de dar “ultimato” aos Congressos brasileiro e paraguaio, mas sim mostrar a intenção da Venezuela em integrar o Mercosul de forma efetiva o mais breve possível. O embaixador sugeriu que uma delegação de parlamentares venezuelanos venha ao Brasil ainda este mês para uma audiência pública no Congresso para tratar da questão.
Vieira da Cunha informou que o deputado Dr. Rosinha será o relator do projeto de adesão da Venezuela ao Mercosul na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
“Vou trabalhar para que o ingresso da Venezuela seja aprovado o mais rápido possível”, declarou Dr. Rosinha. Segundo ele, “a não adesão da Venezuela ao Mercosul, só interessa aos Estados Unidos”.
Para a Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria, “o momento é de seguir construindo a integração entre Brasil e Venezuela”. Dados da Câmara de Comércio apontam que, em 2006, 2.668 empresas exportaram para o país irmão, “o 10º destino mais importante de nossas vendas externas”. Automóveis, carne de frango, autopeças, tratores rodoviários e celulares foram os principais produtos vendidos, sendo que este ano um dos principais itens tem sido a carne bovina.
Na América Latina, a economia venezuelana tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos, principalmente em setores não ligados à indústria do petróleo, que continua sendo, evidentemente, o segmento mais dinâmico de sua economia. Segundo o presidente do Banco Central venezuelano, Gastón Parra Luzardo, o PIB do país tem registrado crescimento de 10%, em média, em 13 trimestres consecutivos, entre o quarto trimestre de 2003 e o quarto trimestre de 2006.
Os resultados positivos de comércio com a Venezuela, de um lado, e a suspensão da reunião do G4 (Brasil, EUA, Índia e UE) em Potsdam – na qual ficou claro que os Estados Unidos e a União Européia queriam tão somente impor aos países em desenvolvimento redução de tarifas de importação de produtos industriais -, de outro, mostram claramente que o caminho para os países sul-americanos é a integração, para a qual é fundamental o fortalecimento do Mercosul, conseqüentemente a participação efetiva da Venezuela no Bloco. É de interesse do governo, dos empresários e dos trabalhadores. Porque esse é o caminho do desenvolvimento, da independência, da soberania. Outra “solução” diferente dessa, não passa de submissão aos interesses do Grande Irmão do Norte. Mas, como já frisou Lula, o tempo da submissão chegou ao fim.
VALDO ALBUQUERQUE - Hora do Povo