quinta-feira, setembro 18, 2008

ONU: há quase um bilhão de famintos no planeta

 

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, revelou nesta quarta-feira (17/09) no Parlamento da Itália que o número de famintos no mundo é de 925 milhões de pessoas.

"O número de pessoas famintas antes do aumento do preço dos alimentos em 2007 era de 850 milhões. Apenas este ano aumentou em 75 milhões, por isto alcançou o total de 925 milhões", disse Diouf.

O diretor-geral da FAO afirmou isto em discurso nas Comissões de Agricultura e de Assuntos Exteriores do Senado italiano, onde declarou que para enfrentar a situação são necessários US$ 30 bilhões anuais.

Para Diouf, os US$ 30 bilhões terão de ser investidos para dobrar a produção de alimentos e eliminar a fome. Esse volume de investimentos é "modesto", em comparação aos mais de US$ 100 bilhões em subsídios gastos no mundo por ano ou os US$ 1,3 trilhão de gastos em armas anualmente, segundo Diouf.

Para o diplomata senegalês trata-se de uma "cifra modesta" caso se considere que países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) destinam US$ 376 bilhões para sustentar seu setor agrícola.

Também afirmou que após o aumento de 12% do preço dos alimentos entre 2005 e 2006 e de 24% em 2007, o índice da FAO registrou crescimento de 50% nos sete primeiros meses deste ano.

O diretor-geral da FAO reiterou que as previsões indicam que, mesmo que a produção de cereais no mundo melhore, os preços se manterão estáveis nos próximos anos e a crise dos alimentos continuará nos países pobres.

Se a atual tendência foi mantida, Diouf alerta que a meta de reduzir a fome pela metade apenas será alcançada em 150 anos

Fome na Europa

A Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) propôs nesta quarta-feira (17)  aumentar em dois terços, para 500 milhões de euros, o orçamento anual para os programas de ajuda à repartição de alimentos entre as pessoas que vivem em condições miseráveis do bloco europeu.

O Executivo comunitário apresentou uma proposta com a qual pretende revisar e ampliar os planos atuais com os quais a UE custeia a distribuição de alimentos, diante da atual crise de preços, que agravou o problema da falta de comida entre as classes mais desfavorecidas.

Atualmente, esses programas de distribuição de alimentos contam com uma verba de 300 milhões de euros anuais. Na proposta, a CE pretende elevar para 500 milhões o orçamento anual em 2009.

Segundo a CE, 43 milhões de cidadãos estão em risco de "pobreza alimentícia" porque não podem arcar com os custos de um prato de comida com carne ou pescado a cada dois dias.

A comissária de Agricultura européia, Mariann Fischer Boel, declarou em coletiva de imprensa que a proposta, além de aumentar os fundos, amplia o número de produtos que podem ser doados e facilita o abastecimento de alimentos para os mais necessitados.

Da redação, com agências

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=43521

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