segunda-feira, março 31, 2008

A Sociedade e os Militares

31 de março de 2008
Oliveiros S. Ferreira*

A SOCIEDADE E OS MILITARES

Uma das leis de Parkinson, famosas nos anos 1950, diz que quando o dono de uma empresa afirma que seu restaurante é um dos melhores da cidade, a empresa está em má situação econômico-financeira. Essa lei pode ser aplicada, com as devidas ressalvas, à situação dos militares no Brasil. Nunca, a quanto me recorde desde os anos 1950, houve tanto interesse acadêmico pelo assunto “Militares” ou “Defesa”. Apesar disso, é possível dizer que nunca, desde 1964, as Forças Armadas, vale dizer os militares estiveram em posição tão frágil na máquina do Estado. Para não dizer que nunca foram tão malvistos, tão desprestigiados, tão sem recursos para cumprir suas funções elementares.

Haveria algumas explicações para isso. Uma delas, que faço minha, é que se partiram os elos que ligavam as Forças Armadas à sociedade civil. Quem se dedicou a estudar sua participação na vida política brasileira, terá observado que elas sempre foram como que o braço armado de grupos civis que, tendo uma visão muito própria do Estado, aproximaram-se delas para impedir crises que comprometesse o bom funcionamento da máquina estatal. O Golpe da Maioridade, em 1840, fazendo de um infante de 14 anos o Imperador do Brasil, é um caso exemplar; outro, malgrado os desvios subseqüentes, foi a intervenção em 1964.

Ora, em 1965, com a edição do Ato Institucional n.º 2, romperam-se os elos que ligavam esses grupos civis aos militares. Foi por isso que se tornou possível editar o AI-5 com tudo o que veio com ele, de triste memória. Foi essa ruptura, marcando o isolamento dos militares de grupos civis representativos, que explica a situação em que as Forças Armadas se encontram hoje, não havendo quem, na sociedade civil, esteja disposto a assumir o ônus de reclamar que sejam vistas como instrumento indispensável à defesa do País numa situação regional/internacional que se torna a cada dia mais delicada.As Forças Armadas são a espinha dorsal de qualquer Estado. Quando são desprestigiadas pelos Governos, é o Estado, vale dizer a Nação brasileira que corre risco.

*Contribuição de Oliveiros S. FerreiraDoutor pela Faculdade de Filosofia da USP.Professor da PUC (SP) e também da Faculdade de Filosofia da USP.
Soube dividir sua atividade profissional entre o jornal “O Estado de S. Paulo” – do qual chegou a ser diretor – e a Faculdade de Filosofia. Foi nessa dupla função de jornalista e professor que se especializou em assuntos militares brasileiros e na análise de relações internacionais. Autor do livro Elos Partidos, publicado pela editora HARBRA. Este boletim é um informativo da editora HARBRA ltda.

quarta-feira, março 26, 2008

Indianos investirão US$ 600 milhões no etanol brasileiro - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Indianos investirão US$ 600 milhões no etanol brasileiro - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Empresas indianas interessadas no etanol brasileiro devem anunciar, nos próximos dias, investimentos de US$ 600 milhões no plantio de cana de açúcar e produção do combustível no Brasil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, foi informado oficialmente dos investimentos durante audiência com o ministro do Petróleo e Gás indiano, Murli Deora, em Nova Dhéli, nesta quarta-feira (26/3).
Para saber mais clique no link acima!

sábado, março 15, 2008

Violência Urbana, Até Quando?


Uma praga que se espalha por todo canto, cidades grandes, pequenas, médias e meio rural. Nada de novo.
Escrevo isso sob um efeito, difícil de explicar, acabo de perder um grande amigo vítima de assassinos cruéis que sem dar-lhe chance de defesa o alvejaram cinco vezes, por motivo aparentemente fútil, e nesse momento me estou com uma sensação maior ainda de impotência frente a isso, pois acabo de assistir uma moça, provavelmente saindo de seu trabalho ser assaltada - cena corriqueira, mas que poucas vezes presenciei.
Eu na janela sem poder fazer nada dois malandros de bicicleta, brancos bem vestidos, a atacaram, só não a agrediram mais, pois gritei, ela resistiu, mas nada puder fazer a não ser, contemplar, ela saiu desnorteada, caminhando atrás de seus algozes, liguei para um destacamento policial próximo de minha residência. O policial educado e solícito explicou-me que a única (isso mesmo a única) viatura disponível está em uma ocorrência de transito com lesão corporal e que deve ficar retida, nesta ocorrência por mais duas horas.
Quando isso vai ser diferente? Pagamos impostos que são desviados da sua aplicação, pois o Estado deve ser um "bom pagador", para quem? - fico me perguntando - para banqueiros e investidores inescrupulosos, que buscam o lucro a qualquer custo? E a dívida com a sua maior fonte de renda, a população?
Enquanto vivermos num país onde a educação de qualidade for privilégio de poucos, onde se deve com austeridade fiscal cumprir uma cartilha de corte de custo da máquina pública -mesmo que isso signifique mais insegurança nas ruas, deterioração do atendimento na saúde pública e menos crianças nas escolas continuaram se repetindo assassinatos gratuitos, roubos a cidadãos de bem e outras cenas babaras pelas ruas de nossas cidades.
Jéferson "indigado" Pitol Righetto

Bush torra US$ 500 milhões por dia com a ocupação do Iraque


“Com uma sexta parte do custo da guerra, o país poderia construir uma base econômica sólida para seu sistema de seguridade social durante mais de meio século”, ressalta o economista norte-americano, Joseph Stiglitz
“A guerra do Iraque tem tido só dois vencedores: as multinacionais petroleiras e as empresas de logística e infra-estrutura a serviço da ocupação. O valor das ações da Halliburton, a antiga empresa do vice-presidente Dick Cheney, foi para a estratosfera”, afirmou Joseph Stiglitz, professor de Economia da Universidade de Columbia, ressaltando que “como em 20 de março é a data do quinto aniversário da invasão ao Iraque encabeçada pelos Estados Unidos, é hora de fazer um balanço do ocorrido”.
O economista norte-americano mostrou que Bush mentiu ao mundo e ao seu país sobre os custos da invasão. “Disse que a guerra custaria 50 bilhões de dólares, mas os EUA estão gastando essa quantidade cada três meses. Se situarmos esse valor em seu contexto, acontece que com uma sexta parte do custo da guerra, o país poderia construir uma base econômica sólida para seu sistema de seguridade social durante mais de meio século, sem reduzir os serviços nem aumentar as contribuições”, precisou.
VIETNÃ
Stiglitz constatou que o custo das operações militares norte-americanas – sem considerar os gastos a longo prazo, como a atenção à saúde dos ex-combatentes – supera já os custos da guerra do Vietnã, que durou 12 anos, e representa mais do dobro do que custou a guerra da Coréia.
“O governo Bush reduziu os impostos aos ricos ao mesmo tempo que se lançava à guerra, apesar de ter um déficit orçamentário. Em consequência, recorreu a um excesso de gasto público – em grande parte financiado desde o estrangeiro – para pagar a guerra”, assinalou, registrando que “a dívida nacional norte-americana, que era de 5,7 trilhões de dólares quando Bush chegou à presidência, foi acrescida de dois trilhões por causa da guerra [atualmente a dívida é de US$ 9,13 trilhões e deve ultrapassar os 10 trilhões quando Bush deixar a Casa Branca]”.
Para driblar o grande descontentamento com a sua política belicista, a Casa Branca tem tentado ocultar as informações sobre a guerra. “Os grupos de veteranos recorreram à Lei de Liberdade de Informação para descobrir o número total de feridos: 15 vezes mais que o de vítimas mortais. Já há 52.000 veteranos de regresso para casa que tiveram diagnósticada a síndrome de tensão postraumática”, assegurou, enfatizando que os Estados Unidos terão que pagar indenizações por invalidez a 40%, aproximadamente, dos 1,65 milhões de soldados que, no conjunto, já participaram da invasão. “A conta pela atenção de saúde e invalidez chega já a mais de 600 bilhões”, revelou, independentemente que este governo não se disponha a arcar com as suas responsabilidades.
Stiglitz, que recebeu o prêmio Nobel de Economia em 2001, se refere ao uso de mercenários que não resultam nem um pouco baratos, denunciando que “um guarda de segurança da empresa Blackwater Security, por exemplo, pode custar mais de 1.000 dólares ao dia, sem contar o seguro de vida e invalidez, que deveria ser pago pelo governo”.
Porém, quem arca com o maior custo desta guerra é o Iraque. “A metade de seus médicos resultaram mortos ou tiveram que abandonar o país, o desemprego representa 25% e, cinco anos depois do começo da guerra, Bagdá tem menos de oito horas de eletricidade ao dia”, declarou. Dos 28 milhões de habitantes que compõem a população total do Iraque, quatro milhões tiveram que abandonar seus lares e dois milhões saíram do país.
CUSTOS
“Quando tantas pessoas no Iraque sofrem tanto de tantas formas, pode parecer uma demonstração de insensibilidade examinar os custos econômicos e pode parecer particularmente egocêntrico centrar a atenção nos custos econômicos para os Estados Unidos, que se lançou nesta guerra violando o direito internacional, mas trata-se de custos econômicos enormes e eles representam muito mais que desembolsos orçamentários”, ponderou o professor, advertindo que os EUA pagarão seu preço por décadas pela frente.
Joseph Stiglitz, junto com Linda Bilmes, uma especialista em orçamentos da Universidade de Harvard, com o objetivo de desmascarar as mentiras do governo de George W. Bush, fizeram um estudo do verdadeiro custo a que pode chegar a invasão, material divulgado no livro “The Trillion Dollar War” (A guerra de 3 trilhões de dólares, referindo-se a uma projeção feita pelos autores do livro para o custo com a invasão caso ela se estendesse até 2017). “Afinal, Bush mentiu sobre tudo: desde as armas de destruição em massa de Sadam Hussein, até sua suposta – e inexistente – vinculação com Al Qaeda. De fato, dó depois da invasão é que o Iraque passou a ser caldo de cultivo para terroristas”, disseram. A conclusão a que chegaram é que a invasão ao Iraque pode acabar sendo 60 vezes mais caro do que disse Bush.
SUSANA SANTOS - HP 14/03

segunda-feira, março 10, 2008

Audiência adverte para compra de terras por grupos externos

“Estão registrados no Incra 5,5 milhões de hectares sob controle de estrangeiros, sendo 3,1 milhões de hectares na Amazônia”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, na audiência pública no Senado, na quarta-feira (5), que debateu a crescente compra de terras do país por estrangeiros. A audiência foi realizada em conjunto pelas Comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
Segundo Hackbart, esses números representam apenas o que está registrado no Incra, pois “não há informações disponíveis que permitam afirmar o número total de estabelecimentos rurais que estão nas mãos de estrangeiros”. Ele ressaltou a existência de lacunas na lei, dificultando a atuação do órgão. “O aumento do interesse de estrangeiros por terras no país é movido por novas oportunidades de negócios, como a produção de biocombustíveis”, destacou, lembrando principalmente o etanol.
Durante a audiência, o senador João Pedro (PT-AM) questionou: “Vamos ter o estrangeiro controlando grandes faixas de terras com enorme biodiversidade?”. O senador defendeu “uma nova legislação fundiária que considere as populações locais e o controle rigoroso sobre as riquezas do país”. Segundo ele, “o interesse dos estrangeiros não é na terra, mas na madeira e nos demais recursos naturais”.
Na audiência pública, o coordenador-geral de Defesa Institucional da Polícia Federal, Fernando Queiroz Oliveira, defendeu a criação de legislação que permita “uma atuação mais forte” da Polícia Federal, em especial na Amazônia. Ele lembrou denúncias de compra de terras por entidades estrangeiras na região amazônica, a pretexto de promover a proteção ambiental, sendo que a falta de instrumentos legais dificulta a investigação sobre possíveis irregularidades.

terça-feira, março 04, 2008

O mandato de sangue de Uribe

Emir Sader


A libertação dos quatro parlamentares colombianos confirma qual é a via da pacificação da Colômbia: a negociação política, com a participação de mediadores internacionais. O sucesso do presidente venezuelano Hugo Chávez e da senadora colombiana Piedad Córdoba é a única tentativa de sucesso de abrir canais para levar a paz à Colômbia.

Continua aqui: Agência Carta Maior

Por que Uribe assassinou Raúl Reyes?

Agência Carta Maior:
No momento em que foi assassinado, Reyes estava em território do Equador e negociava com o governo francês através do presidente Chávez e do presidente Corrêa a libertação de Ingrid Betancourt. Uribe sabia, Uribe havia concordado como da vez anterior, Uribe traiu.Por que Uribe assassinou Raúl Reyes?
No momento em que foi assassinado, Reyes estava em território do Equador e negociava com o governo francês através do presidente Chávez e do presidente Corrêa a libertação de Ingrid Betancourt. Uribe sabia, Uribe havia concordado como da vez anterior, Uribe traiu.
Continua aqui.....

Fidel e o roteiro de um panfleto da AbrilFidel e o roteiro de um panfleto da Abril

Agência Carta Maior: "Fidel e o roteiro de um panfleto da AbrilFidel e o roteiro de um panfleto da Abril"

Gilson Caroni Filho

Se, por dever de ofício, um professor precisar demonstrar como parcela da imprensa está colonizada por um jornalismo de extrema-direita, não terá grandes dificuldades pela frente.



Prometi a mim mesmo não escrever sobre publicações que não merecem sequer leitura de capa. Cansei de fazer isso em outros lugares. Mas como novas gerações de leitores surgem em breves espaços de tempos, quebro a promessa, sob risco de me condenar à repetição. O que escrevo aqui é mais um plano de aula que qualquer outra coisa. Ou talvez um roteiro para colegas de magistério.

Se, por dever de ofício, um professor precisar demonstrar como parcela da imprensa está colonizada por um jornalismo de extrema-direita, não terá grandes dificuldades pela frente. Se o aluno for preguiçoso ou pouco inteligente, o trabalho pode ser bem menos exaustivo do que parece à primeira vista.

Evite publicações que, pela diversidade ideológica dos colaboradores, tenham alguns campos conflitantes a dificultar a percepção de seus perfis editoriais. Procure algo mais tosco, que não se preocupe em disfarçar quem tem como aliados e, por conseguinte, quem elege como inimigos. Uma revista que da primeira à última página seja uniforme, sem sobressaltos, totalmente previsível.

Dê preferência àquela com melhor resolução gráfica e pasteurização dos temas abordados. Não hesite: em nome do aprendizado mais rápido, vá à banca mais próxima, tape o nariz e adquira um exemplar de Veja. Seu sucesso pedagógico está assegurado. E você terá em mãos a mais pusilânime das publicações semanais. A que não solicita grandes abstrações para a apreensão de sua dinâmica. A que conta com a simpatia da classe média protofascista do país.

Das notinhas plantadas da seção Radar ao "colunista-biógrafo-de-ex-presidente, na última página", reina a mais perfeita harmonia ideológica. Sempre raivosos, os colaboradores atacam os desafetos sem qualquer preocupação com a inconsistência dos próprios argumentos. Mas isso não é problema. Afinal, o objetivo ali é apenas atualizar o repertório de insultos encomendados e sistematizar o que vai n’alma da direita nativa. Se não conhecem patavina sobre o que escrevem, isso não inviabiliza o embuste. O importante é explorar o nicho conquistado.

Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi, dupla folclórica do fascismo de frases curtas, dão mostra da infinita capacidade involutiva do panfleto da Editora Abril, desenvolvendo uma espécie de darwinismo de contramão. Vale a leitura se houver necessidade de reforçar noções rudimentares de ecossistema editorial.

A parte mais interessante do pasquim dos Civita está guardada para o final da publicação, uma espécie de fecho de ouro do soneto panfletário. Nosso ex-colunista de palácio, Roberto Pompeu de Toledo, é o mais famoso escriba pela capacidade de prestidigitação. Espécie de consciência cívico-crítica do leitor, não foram poucas as semanas, durante o desgoverno tucano, em que a uma crise envolvendo o governo em escândalos corresponderam colunas que tratavam da "importância antropológica do elevador" ou do "escasso repertório de piadas de botequim nos dias contemporâneos".

E não são raros os seus admiradores, a se dar crédito à seção de cartas. O que nos remete à máxima de Paulo Francis nos anos 70: "A história é monótona, a cada minuto nasce um leitor idiota". E cúmplice, acrescentaríamos.

Estamos diante de um aluno estupefato e uma publicação "tipo-ideal"? Então vale a pena ler o que escreve Pompeu, na edição 2049, aquela que traz na capa a chamada " Já vai tarde – o fim melancólico do ditador que isolou Cuba e hipnotizou a esquerda durante 50 anos". É um belo exercício de falseamento histórico.

Judicativo, o nobre colunista escreve: "Muitos acreditaram na notícia da renúncia de Fidel Castro. Talvez até o próprio Fidel tenha acreditado. Eis, no entanto, algo que nem querendo ele poderia realizar, pelo simples motivo de que, tirante a hipótese de suicídio, está fora de seu alcance renunciar a si mesmo".

Peça a seu aluno que leia esse parágrafo com atenção, pois nele coabitam sofismas e uma verdade dolorosa para a extração ideológica dos que pontificam nas páginas de Veja. A mensagem da renúncia ao cargo da Presidência do Conselho de Estado foi anunciada no Granma, jornal do Partido Comunista Cubano. O que Fidel, de fato, não pode renunciar é ao papel que já lhe cabe na história. E, paradoxalmente, é essa impossibilidade que desnorteia seus detratores da Avenida das Nações Unidas, 7221, Pinheiros, São Paulo.

Dois parágrafos depois, Roberto Pompeu de Toledo continua sua peroração: "A visão que se tem de Fidel Castro estará sempre prejudicada para quem não tem presente a distorção de escala que envolve sua figura. Ela não é apenas maior do que os cargos que ocupa. É também maior do que Cuba. E, no plano internacional, maior do que deveria ser a do líder de um país de pouco mais 100 000 quilômetros quadrados, 11 milhões de habitantes e PIB de 45 bilhões de dólares.

"Se adotarmos a definição de escala da Intenacional Cartographic Association, a distorção de Veja ultrapassa qualquer limite admissível de redução para mostrar a superfície cubana sobre a configuração geopolítica do mapa internacional. O que o colunista finge ignorar é uma realidade que lhe incomoda.

A revolução liderada por Fidel, Che Guevara e Camilo Cienfuegos promoveu avanços notáveis em áreas como educação e saúde pública. Mas, acima disso, modificou a cartografia imperialista, mostrando que onde os mapas coloniais desenhavam precipícios existiam trilhas alternativas para uma América Latina soberana. É no rastro dessa descoberta que avançam Evo Morales (ler entrevista publicada em Carta Maior) e Rafael Correa. É na direção dela que aponta a artilharia militar-midiática do Império e das oligarquias locais temporariamente desalojadas do poder.

Concluindo, o jornalista afirma que "o inflado espaço que ocupa se deve em parte à mística do guerrilheiro, semeada na época romântica em que se acreditava que tudo era possível, e em parte às peculiaridades da política americana, cujos terrores infantis acabaram por emprestar-lhe importância maior do que tinha". Aqui, didaticamente, explique que a intenção do autor, ao chamar de "época romântica" o tempo em que se acreditava na possibilidade de projetos coletivos, é apresentar como "realismo” a vida decantada de sonhos. O servilismo e alinhamento incondicional como restauração do senso prático..

Se sobrar tempo, peça ao estudante que ouça a introdução do podcast de Diogo Mainardi, em 19/02/2008. Nele, a agressividade confundida com contundência, descreve Fidel como “mais uma figura grotesca que some da nossa frente” Alguém que “depois de renunciar ao mandato, quer se dedicar apenas ao seu trabalho como colunista da imprensa. É o lugar ideal para ele: o colunismo está cheio de zumbis”.Será interessante analisar um raro momento. Aquele em que, ao tentar definir alguém cuja estatura lhe foge à compreensão rasteira, um colunista se autodefine com precisão.Boa aula, caro colega.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.

http://www.agenciacartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3833

domingo, março 02, 2008

CAPA DA NEW YORKER SOBRE FIDEL REALÇA O QUANTO "VEJA" SE TORNOU VULGAR - Vi o Mundo - O que você nunca pôde ver na TV

CAPA DA NEW YORKER SOBRE FIDEL REALÇA O QUANTO "VEJA" SE TORNOU VULGAR - Vi o Mundo - O que você nunca pôde ver na TV

Via Láctea pode conter 'centenas de planetas' propícios à vida

Para astrônomos, planetas semelhantes à Terra são mais comuns do que se pensa.

Da BBC Brasil - BBC (Segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008, 08:44 )
- Planetas rochosos e provavelmente com condições adequadas para o surgimento de vida são mais comuns em nossa galáxia do que se crê atualmente, afirmaram pesquisadores americanos durante um congresso científico nos Estados Unidos. O astrônomo Michael Meyer, professor associado da Universidade do Arizona, afirmou que entre 20% e 60% das estrelas semelhantes ao Sol na Via Láctea têm em sua órbita planetas com estruturas rochosas semelhantes à da Terra. "Nossas observações encontraram evidência de formação de planetas rochosos, não diferentes dos processos que levaram ao planeta Terra", ele afirmou no encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que se realiza até esta segunda-feira em Boston, Massachussetts.
Meyer citou um estudo de sua autoria publicado na edição de fevereiro da revista científica The Astrophysics Journal com conclusões baseadas em observações dos telescópios Hubble e Spitzer. Nelas, os investigadores detectaram discos de poeira cósmica em torno de estrelas, supostamente resultantes de grandes rochas que se chocaram entre si antes de formar planetas. "Nossa antiga visão de que o sistema solar tem nove planetas será suplantada por uma de que existem centenas, se não milhares de planetas no nosso sistema solar", afirmou Meyer à BBC. Condições Em sua intervenção no evento, a pesquisadora Débora Fischer, da San Francisco State University, disse que é mais provável encontrar vida extraterrestre em planetas de determinada massa e a certa distância de uma estrela. Dadas essas condições, ela afirmou, é possível que um planeta possa suportar vida a partir de carbono - ou seja, orgânica -, pois o clima "não será muito quente nem frio, e poderia haver acúmulo de água". Já o pesquisador da agência espacial americana (Nasa) Alan Stern ressalvou que vasculhar o espaço em busca de vida em outros planetas é como "procurar uma agulha em um palheiro". "É como se quiséssemos explorar a América do Norte estando na costa leste e conhecendo apenas os cem quilômetros iniciais", ele afirmou. "Não sabemos realmente o que vamos encontrar." Os pesquisadores concordaram que a nova geração de telescópios, que serão empregados em missões espaciais futuras, trará mais informações para aumentar o conhecimento da humanidade sobre o sistema planetário. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte de Pesquisa: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid126411,0.htm

sábado, março 01, 2008

Café do Brasil gera energia na Holanda

Café do Brasil gera energia na Holanda - Radio Nederland, a emissora internacional e independente da Holanda - Português


O Brasil, maior produtor mundial de café, pode oferecer uma nova fonte alternativa para gerar energia elétrica. De forma inédita, 3,2 mil toneladas da casca desse grão foram exportadas para a Holanda em meados de fevereiro.