domingo, setembro 16, 2007

Renda do brasileiro cresce 7,2%, diz IBGE

No Rio Grande do Sul, média mensal chegou a R$ 946,00 em 2006.
Homens continuam dominando o mercado de trabalho
Taís Dihl
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, divulgada ontem pelo IBGE, comprovou aumento na renda do brasileiro. De 2005 para 2006, chegou a 7,2%, representando uma renda média de R$ 883,00 por mês. Foi o maior crescimento desde 1995. Um dos fatores determinantes para esse crescimento foi o ganho real do salário mínimo, de 13,3% em 2006, frente a 2005. No Rio Grande do Sul, a média mensal chegou a R$ 946,00 em 2006. Em 2005, era de R$ 895,00.
Os homens continuam dominando o mercado de trabalho. A taxa de atividade - relação entre as pessoas economicamente ativas e as que estão ocupadas - chega a 72,9% entre os homens e fica em 52,6% entre as mulheres. O RS acompanha a tendência brasileira, com uma taxa de atividade de 75,3% entre os homens e de 58,6% entre as mulheres.
Segundo o supervisor estadual da pesquisa, Riovaldo Alves de Mesquita, também chama a atenção o fato de, no RS, 13,3% das pessoas com faixa etária entre 10 e 14 anos estarem ocupadas, o que é considerado trabalho infantil. 'No Rio Grande do Sul, o trabalho infantil está mais concentrado na área rural e tem a ver com a estrutura de ocupação do Estado. É uma questão cultural e não quer dizer que a criança não esteja estudando ou que trabalhe o dia inteiro', esclareceu. Além disso, no RS, como se repete na maioria dos outros estados, a taxa de atividade de 15 a 17 anos e 60 anos ou mais é menor do que em outras faixas etárias. Tanto homens quanto mulheres têm maior taxa de atividade de 25 a 29 anos e de 30 a 39 anos.
O estudo aponta que o desemprego no Brasil é maior entre mulheres em qualquer faixa etária analisada. Elas são maioria na população desocupada (57%). A sua inserção no mercado tem sido cada vez mais expressiva. Em 2006, elas somavam 42,6 milhões, com a participação crescendo de 43,5% em 2005 para 43,7% em 2006. Na região Sul, a participação subiu de 44,6% para 45% em 2006.
Há um alto índice da força de trabalho do país na informalidade. No RS, o índice de não-contribuintes da Previdência é menor entre os homens, 45,6% contra 49%. No Brasil, as mulheres somam 52,3%. Além disso, 41,3 milhões de trabalhadores contribuíram para a Previdência no país, ou seja, mais da metade da população ocupada não está sob as garantias previdenciárias. Outro dado significativo da pesquisa é que a participação da atividade agrícola na população ocupada caiu significativamente em todas as regiões. No Sul, o percentual caiu de 22,1% em 2005 para 21,2%.


31,9% das gaúchas chefiam as suas famílias


O número de mulheres chefes de família está aumentando no país e no Estado. O dado pode ser confirmado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2006, divulgada ontem pelo IBGE. No país, o percentual de mulheres responsáveis pela família chegava a 30,6% em 2005, já no ano passado esse índice saltou para 31,4%. No Rio Grande do Sul, o índice era de 31,9% em 2006 e 29,2% no ano anterior. Assim como no país, o número de homens chefes de família no Estado, apesar de ainda ser maior, está diminuindo ao longo dos anos. Em 2005 era de 70,8%, caindo para 68,1% em 2006.
Em relação aos domicílios brasileiros, a Pnad apontou o alto índice de residências com serviços, como rede geral de abastecimento de água (83,2%), rede coletora de esgoto ou fossa séptica (70,6%), coleta de lixo (86,6%), iluminação elétrica (97,7%) e telefone (74,5%). No RS, os índices são maiores, com destaque para iluminação elétrica (99,1%) e telefone (89,5%). Quanto aos bens das residências, o fogão é o que mais está presente nas casas brasileiras (97,7%), seguido da televisão (93%), geladeira (89,2%) e rádio (87,9%). O computador está restrito a 22,1% das casas do país a 25,5% das casas gaúchas.

Persiste a tendência de envelhecimento


A tendência de envelhecimento populacional persistiu no país em 2006, movimento acentuado nas regiões Sul e Sudeste. Nessas regiões, a diferença entre as participações das pessoas de zero a 9 anos e de 40 anos ou mais no total da população supera 20 pontos percentuais. Na média nacional, chega a 15,8 pontos. A taxa de fecundidade ficou em 2 nascimentos por mulher, ante 2,1 em 2005. O IBGE investigou 800 municípios no país e 75 no Rio Grande do Sul.

RS: apenas 3,8% dos habitantes de fora


A pesquisa do IBGE revela que, no Estado, a maioria da população residente se concentra na faixa etária dos 40 aos 59 anos (25,7%), seguida por pessoas entre 25 e 39 anos (21,9%). A população idosa (60 anos ou mais) é de 12,4%. O supervisor estadual da pesquisa, Riovaldo Alves de Mesquita, aponta que, no RS, só 3,8% dos habitantes não são naturais do Estado, ante 4,4% em 2005. A média nacional é de 16%. 'No Distrito Federal, mais da metade da população não é natural da região, com taxa de 51,8%', citou.

CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, SÁBADO, 15 DE SETEMBRO DE 2007

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