O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, classificou de “chororô” a velha ladainha das teles de redução dos impostos como única forma de viabilizar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Em um encontro de tecnologia, realizado em São Paulo, Santanna lembrou que em vários estados, como São Paulo, Pará e Distrito Federal, foram adotados benefícios fiscais e o acesso à banda larga continuou restrito. “É de fácil constatação que os Estados aderiram ao convênio do Confaz, que permitiram retirar os impostos. E esse fato não fez com que a banda larga crescesse nos segmentos para o qual ele se destina”, afirmou.
De acordo com Santanna, as teles não investem na expansão da banda larga porque o “mercado de voz” é mais rentável e veem na universalização da internet em alta velocidade “como uma ameaça, uma canibalização” à telefonia fixa. “Hoje o mercado de voz é o mercado mais atraente para a operação e as operadoras vão procurar ficar o mais tempo possível nele, pois a banda larga concorre, em algum momento, com o mercado de voz, sobretudo nas cidades de mais baixa renda, onde a pessoa pode falar por ‘VoIP’ com seu parente em outro Estado, e isso tira receita da telefonia fixa”, ressaltou. “Então, naturalmente, elas não fazem uma grande publicidade para fornecer banda a esse preço”, frisou.
O presidente da Telebrás destacou que já foi realizado o leilão mais importante para o cumprimento das metas de implantação do PNBL, o destinado à criação de infraestrutura de energia elétrica: “Precisam desse primeiro pré-requisito, que é ter suporte elétrico, gabinete para instalação, etc. Esse é um caminho crítico do processo que está indo bem”. Ele informou que nos próximos 35 dias os equipamentos devem começar a ser entregues.
A solicitação de orçamento para Telebrás de R$ 1,4 bilhão, que serão destinados à capitalização da estatal e à execução do PNBL, já foi encaminhada ao Congresso Nacional.
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