Instabilidade econômica e grande desigualdade dificultaram redução da pobreza na América Latina |
Entre 1995 e 2004, a África Subsaariana teve um crescimento econômico de 3,4% ao ano, enquanto a produção per capita aumentou 0,9%. No mesmo período, a América Latina e o Caribe tiveram uma taxa de crescimento total de 2,1% ao ano e per capita de apenas 0,6%.
A economia brasileira cresceu ainda menos, 2% ao ano neste período. De acordo com o relatório, a situação melhorou a partir do ano passado, e as grandes economias da região – Brasil, México e Argentina – já estão em fase de recuperação.
Em 2004, o último ano em que os dados estão disponíveis, a África cresceu 4,8%, acima da economia global, com expansão de 4,1%.
Exportações
Para François Bourguignon, economista-chefe e vice-presidente para economias em desenvolvimento do Banco Mundial, dois motivos ajudam a explicar o baixo crescimento da América Latina.
“Um deles é que a região não é tão voltada para exportações industriais quanto os países emergentes asiáticos. O outro é que as exportações agrícolas em países como Brasil, Argentina e Uruguai não puderam aproveitar o mercado externo por causa do bloqueio nas negociações da OMC”, afirmou.
A extrema desigualdade na maioria dos países da região é outro problema, na avaliação dele. “Isso pode ser uma desvantagem”, afirmou.
O economista citou o programa Bolsa-Família como um exemplo de que é possível reduzir a pobreza mesmo sem crescimento elevado. “O Brasil teve uma grande redução da pobreza nos últimos anos”, afirmou.
África
Ao mesmo tempo em que as economias da América Latina e Caribe patinaram neste período, os países africanos avançaram mais do que em outras décadas. De acordo com os Indicadores de Desenvolvimento Mundial, 20 dos 48 países do continente cresceram mais de 5% em 2004.
A elevação do preço do petróleo ajudou a economia de países exportadores do produto, como Angola, Chade, Nigéria e Sudão. Mas outros 15 países não produtores de petróleo tiveram um crescimento médio de 5,3% ao ano entre 1995 e 2004.
Apesar da recuperação, os índices de pobreza na África ainda são muito mais altos do que os de outras regiões.
O economista-chefe para a África Subsaariana do Banco Mundial, John Page, diz que o progresso entre os países da região foi desigual. “Alguns países africanos se saíram muito bem, ao passo que outros estão ficando para trás”, afirmou.
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