quarta-feira, março 23, 2011

Aclamado, líder Aristide chega ao Haiti e condena ‘eleições’ que excluem o Lavalas

Logo que desembarcou no aeroporto às 12:40 h do dia 18, o ex-presidente do Haiti (derrubado por um golpe norte-americano e obrigado a se exilar na África do Sul por sete anos) Jean Bertarnd Aristide fez um pronunciamento, ainda no interior do aeroporto, que afirma com clareza a importância de seu retorno ao Haiti e do qual reproduzimos partes:

“Minhas irmãs e meus irmãos, se vocês pudessem colocar suas mãos sobre o meu coração, sentiriam como ele bate mais forte para vos dizer: ‘Bravo! Obrigado! Bravo! Obrigado!’

Neste momento de reencontro não podemos esquecer as vítimas do desastre do Japão. Honra, respeito, honra a todos vocês e respeito pela memória das 300 mil vítimas do tremor de terra, agradecemos ao presidente Zuma, ao ex-presidente Mbeki, a Mandela, suas irmãs e irmãos da África.

Mesmo se o Haiti esteja longe da África nós não nos esqueceremos jamais das raízes de nossa culture, diremos sempre a nossos filhos que se lembrem de onde vieram nossos ancestrais. A união faz a força, a divisão a fraqueza, meus irmãos minhas irmãs como vocês sabem, a bela rosa do reconhecimento do Haiti florescerá sempre para os verdadeiros amigos estrangeiros que nós temos que estão aqui conosco e em diversos outros países.

Saúdo os irmãos e irmãs de Cuba, especialmente os médicos cubanos engajados aqui na luta contra a cólera.

Haiti nossa mãe, que precisa respirar o oxigênio da dignidade.
Se eu pudesse transformar as partes de meu coração em quartos de uma casa, a mesma quantidade de quartos de todos os que se encontram vítimas, para que deixassem de dormir na rua, na lama, na humilhação. A humilhação de um haitiano é a humilhação de todos os haitianos. Pois quando a dignidade de um haitiano é ferida é a dignidade de todos os haitianos que sangra.  Nosso sangue é sangue de Toussaint Louverture, não podemos trair nosso sangue. Minhas irmãs, meus irmãos hoje o parto do retorno foi feito sobre os ombros de Toussaint Louverture. Quando eles o seqüestraram para o exilarem no mês de junho de 1802, eles já havia dito que já existiam muitas raízes da liberdade e que elas estavam bem plantadas. Cortar o tronco da liberdade é uma coisa, mas nunca todas as raízes podem ser eliminadas.

"O problema está na exclusão. A exclusão do partido Fanmi Lavalas é a exclusão da maioria. A exclusão da maioria é como cortar um ramo de uma árvore sobre o qual estamos sentados. A solução é a inclusão de todos os haitianos sem precondições.

Para honrar Jean Jacques Dessalines viemos aportar nosso pequeno concurso. Para que a nova geração comece a se beneficiar das riquezas que dormem nas entranhas do Haiti. O ouro, o cobre, o urânio, a bauxita, a prata. O carbonato do cálcio que se encontra em Paillant, reservas estimadas em mais de 23 bilhões de dólares. As reservas de petróleo são sem dúvida maiores do que nós acreditamos.

Durante sete anos temos nos comunicado à distância, hoje estamos com vocês para semear a paz entre todos. Estamos aqui para ir onde haja a miséria, a fome, o desemprego, a insegurança...Desde 24 de fevereiro a doença se agravou. A maior esperança dos haitianos são os haitianos.

Meu papel é servi-los com amor, vosso papel é viver pelo Haiti, não o de morrer. O papel do patriota é amar seu país”.
Aristide deixou o aeroporto e atravessou as ruas de Porto Príncipe saudado por uma incontável multidão com faixas que diziam: “Feliz retorno ao presidente Aristide” ou “Presidente Aristide você é um símbolo para o povo haitianos”.

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