quinta-feira, março 24, 2011

“Ajuda humanitária” mata civis na Líbia

Assaltantes de petróleo iniciam ataque aéreo

“Ajuda humanitária” mata civis na Líbia

Mísseis dos EUA, França e Reino Unido explodem hospital, pontes e casas

A operação “Odisséia do Amanhecer” assassinou, em três dias consecutivos de ataques, mais de 100 civis e feriu centenas – inclusive crianças e mulheres -; atingiu hospital, ônibus e casas; devastou estradas, pontes, aeroportos civis e até uma aldeia de pescadores; e incendiou um oleoduto. A residência de Kadafi no bairro de Bab el Azizia, na capital, que Reagan bombardeou em 1986, voltou a ser destruída 25 anos depois por míssil disparado de submarino inglês. Além de Trípoli, já foram bombardeadas Benghazi, Zuwarah, Sirta, Tarhuna, Misrata, Maamura, Jmeil, Sebha e outras cidades.

 

Coalizão dos EUA ataca Líbia com mísseis e mata mais de 100 civis

Sob o pretexto de “proteger civis”, EUA, França e Inglaterra já explodiram, desde o dia 19, hospitais, ônibus, casas, carros particulares, estradas, aeroportos, pontes e a residência do líder Kadafi

A operação “Alvorecer da Odisséia” assassinou, em três dias se-
guidos de ataques, mais de 100 civis líbios e feriu centenas – inclusive bebês e mulheres -; atingiu dois hospitais e uma clínica cardiológica; destruiu ônibus, automóveis e casas; devastou estradas, pontes, aeroportos civis e até uma aldeia de pescadores; e incendiou um oleoduto e vários depósitos de combustível. A residência de Kadafi no bairro de Bab el Azizia, na capital, que Reagan bombardeou em 1986, voltou a ser destruída 25 anos depois por míssil disparado de submarino inglês. Além de Trípoli, já foram bombardeadas Benghazi, Zuwarah, Sirta, Tarhuna, Misrata, Maamura, Jmeil, Sebha e outras cidades. O ataque, encabeçado pelos EUA, França e Reino Unido, começou na véspera de completar oito anos de invasão do Iraque, ex-Operação Tempestade no Deserto, rebatizada por Barack Obama como “Novo Amanhecer”.

B-52

Não foi apenas o governo líbio que denunciou o banho de sangue desfechado a partir de porta-aviões e submarinos norte-americanos, ingleses e franceses, e inclusive por bombardeiros de longo alcance B-2 desde os EUA. A Rússia denunciou que “ataques contra alvos não-militares [isto é, contra civis] nas cidades de Trípoli, Maamura e Jmeil”. Como consequência – acrescentou o porta-voz da chancelaria russa, Aleksandr Lukashevich, “morreram mais de 48 civis e mais de 150 ficaram feridos”. Ainda segundo a Rússia, “um centro de cardiologia ficou parcialmente destruído e estradas e pontes foram atingidas” pelos bombardeios. Em três dias, a carnificina já chegara a mais de 100 civis e centenas de feridos, o que reforçou a condenação, ou oposição aos bombardeios, da China, Índia, Brasil, Alemanha, Turquia, União Africana e muitos países latino-americanos.

Um quadro tal que o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, que articulara a proposta de “uma zona de exclusão aérea sem tropas terrestres”, se viu forçado condenar no domingo dia 20 os bombardeios. “Era para proteger civis, não para matar mais civis”, admitiu, para, no dia seguinte, se dizer “mal interpretado”.

Além dos EUA, França, e Reino Unido, outros satélites mandaram seus aviões e navios para a agressão à Líbia, como a Espanha, Canadá, Bélgica e Dinamarca, além do protetorado do Qatar. A Itália “sobrevoa mas não dispara”. Por causa da oposição da Alemanha e Turquia, segue emperrada a manobra para que a agressão passe a ser assumida, formalmente, pela Otan.

FUNERAL COLETIVO

Só no primeiro informe dos raides aéreos divulgado pelo Pentágono, 112 mísseis de cruzeiro Tomahawk “contra 20 alvos”; por sua vez a França deixava seu rastro de sangue e bombas na estrada para Benghazi e outros pontos do país. A televisão líbia, que exibira imagens de pessoas hospitalizadas após o bombardeio aéreo, mostrou também um funeral coletivo em Trípoli das vítimas civis da agressão estrangeira.

“O tio de um bebê de três meses, uma menina, ficou parado diante do recém-cavado túmulo, coberto com algumas rosas”, descreveu o correspondente na capital do jornal “China Daily”. “O tio, Muhamad Salim, relatou que o ataque aéreo que atingiu a casa do bebê também feriu sua mãe”. O jornal chinês registrou como o funeral coletivo se transformou em uma manifestação contra o agressor estrangeiro, com uma multidão percorrendo as ruas da capital, acompanhada de milicianos que disparavam para o alto.

“É isso que eles chamam de democracia? Isso não é senão a matança de gente inocente, bebês, gritou uma jovem, enquanto outros protestos espocaram e irromperam convocações para a guerra de libertação”.

No sábado dia 19, a televisão líbia denunciou a investida da força de agressão estrangeira contra a cidade natal de Kadafi, Sirta, a 600 km da capital. “Vocês viram aquele lugar [o aeroporto da cidade]. É um aeroporto civil. Foi bombardeado e muitos morreram”, disse aos correspondentes estrangeiros o porta-voz do governo líbio, Mussa Ibrahim. “Também foram bombardeados portos”. Na segunda-feira dia 21, os ataques foram contra Sehba, cidade a 750 km que, para a mídia imperial, é um bastião da tribo Guededfa, a mesma de Kadafi. Nem mesmo um pequeno povoado de pescadores, a 27 km da capital, e sem qualquer importância militar, foi poupado.

ANTONIO PIMENTA

quarta-feira, março 23, 2011

Brasil, Líbia e a parafernália midiota


LEONARDO SEVERO
Em visita ao Brasil, o presidente Barack Obama – o que ia enquadrar os bancos, fechar Guatánamo e retirar as tropas do Iraque e do Afeganistão – anuncia covarde e solenemente a continuidade da política de terrorismo de Estado dos EUA e manda atacar a Líbia.
Claro, como se apressou a esclarecer o mentirapresentador Wiliam Waack e a Rede Globo de Televisão, tudo sem qualquer risco para os seres humanos. Para os verdadeiros, obviamente, não para aquela gente que vive no deserto cheio de petróleo.
O ataque seria “higiênico”, feito por mísseis “inteligentes” e vôos não tripulados contra alvos estritamente militares, tudo bem calculado. Assim, comemoram as agências desinformativas internacionais, em meio a imagens holliwoodianas dos tomahawk – nome dado às machadinhas pelas tribos indígenas Algonquin e Iroquois que habitavam o leste da América do Norte até serem dizimadas a mando dos governos dos cowboys. Lançados de “moderníssimos” porta-aviões, os novos tomahawk são remetidos em missão humanitária pelos que se crêem xerifes do mundo. Um sucesso tão grande que já ultrapassa 100% de êxito, conforme as agências que já tinham as fotos prontas antes de acertarem os alvos. Aliás, há sempre um fotógrafo das agências dos países agressores (EUA, França e Inglaterra), para mostrar um tanque de soldados leais a Kadafi em chamas. Uma cobertura impressionante, pois é certamente tão perfeita quanto isenta.
Como no Iraque? Quantos ainda lembram do menino sem braços – e sem família – considerado um pequeno “efeito colateral” dos bombardeios “cirúrgicos” sob Bagdá recebendo ajuda desinteressada nos EUA? No órfão de pais e país, foram colocadas próteses ultra modernas, membros de última geração, o primor da tecnologia, ao dispor para ajudar os necessitados.
É desta mesma forma que o “regime do coronel Kadafi” está sendo castigado em Trípoli, dizem, Nem uma palavra – ou imagem - sobre os bairros residenciais atingidos ou das centenas de civis vitimados na ação que teoricamente serviria para libertá-los. Que importa? Foi detido o avanço das tropas “bárbaras”, “sanguinárias” e “mercenárias” que estavam a ponto de chegar a Bengazi. A auto-proclamada capital dos “rebeldes”, a soldo dos que buscam secionar o país para o “ocidente” tomar de assalto suas imensas riquezas, foi finalmente colocada não muito sã, mas a salvo. Custe o que custar, é preciso parasitar esta incalculável energia para livrar o mundo da crise que abala os EUA e que se alastra impiedosa pela Europa, alavancando o desemprego, rebaixando salários e desaparecendo com direitos.
Os países da auto-intitulada “coalizão”, na verdade os neo-nazistas, como apontou o líder líbio, “querem fazer o tempo voltar atrás e tomar o petróleo que pertence e deve estar sob controle do povo”. “Gostaria que eles lembrassem da aventura em que estão se envolvendo. Esqueceram de como foram atingidos na Argélia, no Vietnã e querem ouvir novamente o clamor da batalha? O deserto da Argélia até hoje abriga os milhares de cadáveres dos aventureiros”, sentenciou Kadafi.
Mas afinal, que equação nacionalista é essa do governo líbio - que assim como o governo boliviano do “índio” Evo Morales fez com o gás -, põe 90% dos recursos arrecadados com o ouro negro nas mãos e bocas do país, reservando “apenas” 10% para as transnacionais? É preciso dar uma lição aos que ousam cometer tamanha blasfêmia contra o “deus mercado” e ensinam matemáticas altivas - cientificamente problemáticas ao neoliberalismo -, que se desdobram no caso líbio no maior IDH da região, em saúde e educação públicas. Imaginem se a moda pega num Oriente tão justo e democrático, tão cheio de bases ianques e regimes títeres? A lição do Iraque com os seus mais de um milhão de mortos já não é o suficiente? Esses árabes...
Recordo de um encontro internacional de comunicadores em Caracas em que o jornalista e professor belga Michel Colon descrevia como se faz uma campanha de demonização. E citou os passos da agressão midiática contra o Iraque, esmiuçando os passos da manipulação. Lembro de duas cenas. A primeira, de um pássaro coberto de petróleo, bico, olhos, asas, patas, tudo. O animalzinho se debatendo, todo tingido daquela gosma preta, morrendo intoxicado, agonizante, sem forças nem para levantar o pescoço. Em sincronia com o foco no olhar que se despedia da vida, a propaganda elevava os tristes acordes da música e os faziam alcançar o fúnebre. Então, Michel parou a exibição do vídeo. Ele já havia sido passado à exaustão na Europa e sei mais lá onde como peça publicitária pró-invasão. Pediu a todos que colocassem os neurônios para funcionar e para que fosse feita uma análise, individual e coletiva, mais pormenorizada sobre a “informação” recebida. A verdade é que nunca houve tal ave na região do Golfo.
A imagem havia sido captada após mais um destes desastres ambientais provocados por companhias petrolíferas dos EUA. No Alaska.

Logo depois, um vídeo que causou um impacto ainda maior. Uma jovem enfermeira descrevia a uma platéia de centenas de pessoas, como as tropas de Saddam Hussein agiram quando entraram no Kuwait. “Invadiram as incubadoras e jogaram os bebês no chão”, dizia, relatando entre soluços, que recordava do som seco das botas iraquianas pisoteando os bebês recém-nascidos, uma selvageria indescritível.
 
Da mesma forma, imagem e música confluíam para inebriar a atmosfera, capturando o plenário mergulhado em sangue e transe, inundando de lágrimas a assistência e evocando a Humanidade a reagir contra tamanha perversidade. Pausa. Michel Colon chama à razão, lembra que foi descoberta a farsa. A jovem não era enfermeira, nem mocinha. Era a filha do embaixador do Kuwait, de um governo bastante conhecido pela forma com que tratava “humanitariamente” a sua oposição.
 
Seriam tais “depoimentos” pró-invasão e zonas de exclusão aérea, escandalosamente repetidos à exaustão, uma mera projeção dos seus próprios crimes, cometidos pelas tropas ianques e seus cúmplices por todos os continentes, no Vietnã, em Abu Ghraib ou na Palestina ocupada? Afinal, o nascimento do estado fantoche dos EUA no Oriente Médio não se deu mergulhado em sangue árabe? Como a data está próxima, vamos nos ater a 9 de abril de 1948, em Deir Yassin, vila palestina próxima à Jerusalém.
 
Ali, as tropas de Israel estupraram de crianças a idosas, e abriram o ventre das mulheres grávidas com facas de açougueiro. Os requintes macabros são “do mais cruel barbarismo”. Estes sim, fartamente comprovados e documentados pela Cruz Vermelha Internacional. Diante dos duzentos e cinqüenta e quatro homens, mulheres e crianças massacrados em Deir Yassin, o Grande Rabino de Jerusalém amaldiçoou a todos os judeus sionistas que tinham tomado parte na carnificina.
 
Encarando a convocação de Bush Júnior e enfrentando a intensa campanha dos meios de comunicação pela agressão ao Iraque, “para proteger a segurança mundial das armas de destruição em massa”, o presidente Lula afirmou: “Nossa guerra é contra a fome”. Demarcando campo com a covardia, o oportunismo e a pusilanimidade, Lula lembrou que, caso algum ministro seu ousasse repetir os vergonhosos tempos de FHC e do amestrado Celso Lafer - que só entrou nos EUA após retirar os sapatos –, imediatamente deixaria o posto. Afinal, não serviria mais aos interesses do Brasil e do povo brasileiro. O vídeo pode ser facilmente acessado pelo youtube, mostra o sorriso de Celso Amorim, o aplauso da plateia, e lava a alma...
 
Nesta visita de Obama, segundo constam nos jornais – passadas 24 horas ainda sem desmentido por parte dos envolvidos-, não foram um, mas quatro ministros submetidos ao vexame, incluindo Guido Mantega, naturalmente. O fato é que as nossas autoridades deixaram ser revistadas pela segurança de Obama quando chegavam para participar da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos. Isso dentro do nosso próprio país. Sem aparelhos de tradução – aí também já é demais, devem ter pensado – deixaram o local, duplamente humilhados.
 
Será este o tipo e o nível de “interlocução” que deve buscar um governo de uma nação soberana, que tanto havia avançado no último período em termos de integração latino-americana, com os países africanos e com os próprios árabes? Mais cedo ou mais tarde a verdade aflora, bem como os desdobramentos das equivocadas opções adotadas, como o corte de recursos do Orçamento, a alta dos juros e a suspensão de concursos públicos.
 
A parafernália midiota, que sempre pressiona por recuos no campo da soberania e da auto-estima e dá sustentação a todo e qualquer retrocesso, tem sua pauta externa umbilicalmente ligada aos interesses dos Estados Unidos, das indústrias bélica e petrolífera. Isso torna mais do que necessária, inadiável, a democratização da comunicação.
 
A construção de instrumentos contra-hegemônicos, como a Telesul, ao dar voz e imagem ao considerado “outro lado’, isto é, o da grande maioria dos países e povos, começa a fazer água no barco da ideologia neocolonial da submissão e da mediocridade.
 
Diante da ingenuidade com que muitos ainda encaram a complexidade da batalha em curso, vale lembrar Lênin, numa obra já mais do que centenária, “Imperialismo, fase superior do capitalismo”: “Os capitalistas não partilham o mundo levados por uma particular perversidade, mas porque o grau de concentração a que se chegou os obriga a seguir esse caminho para obterem lucros: e repartem-no segundo o capital, segundo a força...”

Aclamado, líder Aristide chega ao Haiti e condena ‘eleições’ que excluem o Lavalas

Logo que desembarcou no aeroporto às 12:40 h do dia 18, o ex-presidente do Haiti (derrubado por um golpe norte-americano e obrigado a se exilar na África do Sul por sete anos) Jean Bertarnd Aristide fez um pronunciamento, ainda no interior do aeroporto, que afirma com clareza a importância de seu retorno ao Haiti e do qual reproduzimos partes:

“Minhas irmãs e meus irmãos, se vocês pudessem colocar suas mãos sobre o meu coração, sentiriam como ele bate mais forte para vos dizer: ‘Bravo! Obrigado! Bravo! Obrigado!’

Neste momento de reencontro não podemos esquecer as vítimas do desastre do Japão. Honra, respeito, honra a todos vocês e respeito pela memória das 300 mil vítimas do tremor de terra, agradecemos ao presidente Zuma, ao ex-presidente Mbeki, a Mandela, suas irmãs e irmãos da África.

Mesmo se o Haiti esteja longe da África nós não nos esqueceremos jamais das raízes de nossa culture, diremos sempre a nossos filhos que se lembrem de onde vieram nossos ancestrais. A união faz a força, a divisão a fraqueza, meus irmãos minhas irmãs como vocês sabem, a bela rosa do reconhecimento do Haiti florescerá sempre para os verdadeiros amigos estrangeiros que nós temos que estão aqui conosco e em diversos outros países.

Saúdo os irmãos e irmãs de Cuba, especialmente os médicos cubanos engajados aqui na luta contra a cólera.

Haiti nossa mãe, que precisa respirar o oxigênio da dignidade.
Se eu pudesse transformar as partes de meu coração em quartos de uma casa, a mesma quantidade de quartos de todos os que se encontram vítimas, para que deixassem de dormir na rua, na lama, na humilhação. A humilhação de um haitiano é a humilhação de todos os haitianos. Pois quando a dignidade de um haitiano é ferida é a dignidade de todos os haitianos que sangra.  Nosso sangue é sangue de Toussaint Louverture, não podemos trair nosso sangue. Minhas irmãs, meus irmãos hoje o parto do retorno foi feito sobre os ombros de Toussaint Louverture. Quando eles o seqüestraram para o exilarem no mês de junho de 1802, eles já havia dito que já existiam muitas raízes da liberdade e que elas estavam bem plantadas. Cortar o tronco da liberdade é uma coisa, mas nunca todas as raízes podem ser eliminadas.

"O problema está na exclusão. A exclusão do partido Fanmi Lavalas é a exclusão da maioria. A exclusão da maioria é como cortar um ramo de uma árvore sobre o qual estamos sentados. A solução é a inclusão de todos os haitianos sem precondições.

Para honrar Jean Jacques Dessalines viemos aportar nosso pequeno concurso. Para que a nova geração comece a se beneficiar das riquezas que dormem nas entranhas do Haiti. O ouro, o cobre, o urânio, a bauxita, a prata. O carbonato do cálcio que se encontra em Paillant, reservas estimadas em mais de 23 bilhões de dólares. As reservas de petróleo são sem dúvida maiores do que nós acreditamos.

Durante sete anos temos nos comunicado à distância, hoje estamos com vocês para semear a paz entre todos. Estamos aqui para ir onde haja a miséria, a fome, o desemprego, a insegurança...Desde 24 de fevereiro a doença se agravou. A maior esperança dos haitianos são os haitianos.

Meu papel é servi-los com amor, vosso papel é viver pelo Haiti, não o de morrer. O papel do patriota é amar seu país”.
Aristide deixou o aeroporto e atravessou as ruas de Porto Príncipe saudado por uma incontável multidão com faixas que diziam: “Feliz retorno ao presidente Aristide” ou “Presidente Aristide você é um símbolo para o povo haitianos”.

Bogossian alerta governo para cobiça estrangeira sobre pré-sal

Em carta à presidenta Dilma Rousseff, Clube de Engenharia afirma que a descoberta da gigantesca jazida “reorientou estratégias de países com pretensões hegemônicas, inclusive com a reativação da quarta frota dos Estados Unidos a pretexto de proteger o Atlântico Sul"

O Clube de Engenharia encaminhou à presidenta Dilma Rousseff carta na qual reafirma sua posição de “assegurar o Pré-sal para os brasileiros”. Segundo a entidade, “com uma longa trajetória de lutas em defesa da soberania nacional e o orgulho de ter participado ativamente dos debates sobre o Pré-Sal, com significativas vitórias no Congresso Nacional”, o documento, aprovado pelo Conselho Diretor, aponta como preocupante “as pressões internacionais e dos seus porta-vozes internos no país, quando recrudescem os conflitos pelo domínio do petróleo por potências estrangeiras”. A carta, de 15 de março de 2011, é assinada pelo presidente Francis Bogossian.

"Exma. Sra.

Dilma Rousseff

M.D. Presidenta da República Federativa do Brasil

Assunto: Defesa do Pré-Sal para os brasileiros

Excelentíssima Senhora Presidenta,

Em 2010, o Brasil garantiu o que deve ser um dos passaportes para um futuro grandioso enquanto nação, ao alterar o marco regulatório do petróleo e assegurar o Pré-Sal para os brasileiros.
Na nossa opinião, foram criadas por força de lei as condições básicas para que esta afirmativa se torne viável:

- ampliou-se a participação do Estado Brasileiro no controle do ritmo da produção e na renda gerada por este bem energético estratégico para as sociedades modernas;

- estabeleceu-se o compromisso da produção se fazer em sintonia com a expansão industrial necessária à exploração e produção do Pré-Sal;

- capitalizou-se a Petrobras e a ela foi determinado o papel preponderante de operadora única nas atividades de exploração e produção do Pré-Sal;

- e criou-se um fundo para utilizar as receitas geradas pelo petróleo para superar as mazelas sociais históricas da nossa sociedade.

O Clube de Engenharia se orgulha de ter participado ativamente dos debates sobre o Pré-Sal e visto consagradas muitas das suas teses, aprovadas que foram pelo Congresso Nacional. Não obstante, considera que a aplicação deste texto legal sob a égide do interesse nacional não se fará sem esforços do Governo Federal e da sociedade brasileira para superar uma vez mais as pressões internacionais e dos seus porta-vozes internos no país, quando recrudescem os conflitos pelo domínio do petróleo por potências estrangeiras.

Sob esse contexto, vimos com preocupação notícias vazadas na mídia sobre interesses dos EUA em buscarem no Pré-Sal a saída para sua dependência de petróleo em áreas onde já não conseguem mais controlar como outrora. Sabemos o quanto a descoberta desta gigantesca jazida reorientou estratégias de países com pretensões hegemônicas, inclusive com reativação da quarta frota norte-americana, a pretexto de “proteger o Atlântico Sul”.

Igualmente preocupante é o movimento intenso de grandes corporações internacionais no sentido de instalarem-se no Brasil em face da escala oferecida pelo Pré-Sal e diante de percentual de conteúdo local exigido. Apoiados num maior poder tecnológico, industrial e de financiamento no curto prazo nos seus países de origem, consolidam-se principalmente via aquisição de empresas de capital nacional, com vista a se tornarem os principais, quiçá únicos, fornecedores de bens e serviços no desenvolvimento do Pré-Sal. Ameaçam deste modo o aproveitamento integral das oportunidades de trabalho, em especial as com elevado conteúdo técnico, conhecimentos, tecnologias e expansão industrial que só são integrais se apoiadas em capital nacional, necessárias para colocar o país independente de saberes e decisões externas.

Nesse sentido, o Clube de Engenharia registra sua expectativa de que, nas interlocuções do Governo Brasileiro com o presidente Barack Obama que visitará o país proximamente, o Governo Brasileiro reafirme a diretriz de produzir o Pré-Sal sob orientação do planejamento energético brasileiro visando atender prioritariamente a demanda interna. Igualmente importante é a expansão plena e soberana das empresas de engenharia e serviços e das indústrias genuinamente nacionais pari passu à produção do Pré-Sal.

Estas posições são coerentes com as posições diplomáticas assumidas pelo Brasil nas Rodadas de Doha em defesa do mercado brasileiro as quais apoiamos.

Excelentíssima Senhora Presidenta, saiba que tem nesse Clube de Engenharia e certamente em milhares de outras entidades da sociedade brasileira o apoio necessário para pavimentar os caminhos do desenvolvimento nacional com aceleração do crescimento, que somente se darão em bases soberanas com o fim do subconsumo e da miséria.

Cordialmente,

Francis Bogossian

Presidente do Clube de Engenharia

Estados Unidos agem como caubói, afirma Celso Amorim

Ao comentar o acordo feito pelo Brasil e a Turquia com o Irã em relação ao programa nuclear, o ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que os EUA querem resolver tudo com “atitude de caubói”.

“Os Estados Unidos têm historicamente como inimigo na região o Irã. Aí faz uma guerra no Iraque, que era um país mais distante do Irã. Hoje, o país com maior influência no Iraque não são os Estados Unidos, é o Irã. Porque os Estados Unidos acham que resolvem tudo numa atitude de caubói”, disse Amorim em entrevista à Rede Brasil Atual, na quinta-feira (17), dois dias antes da chegada de Barack Obama ao país. “Falando com o Irã não fizemos ameaças, mas advertimos, e advertimos não para o que iríamos fazer, mas para o que iria acontecer. E isso ajudou a aceitarem um acordo que não estavam aceitando”.

Quando o acordo assinado com o presidente Mahmoud Ahmadinejad, com as exigências apresentadas pelos EUA, foi anunciado, Obama e a chefe do Departamento de Estado, Hillary Clinton, rejeitaram o resultado dizendo que o país queria produzir armas nucleares e trabalharam pela imposição de novas sanções contra o país.

O ex-chanceler defende que o "Itamaraty tenha um papel importante junto aos países árabes”.

“Hoje em dia, todos falam que Mubarak era um ditador, mas para Israel e para Washington era um líder árabe moderado, era o modelo. Não vou discutir se era ou não era. O povo egípcio disse o que pensava sobre ele, e é isso o que interessa”, disse.

segunda-feira, março 21, 2011

Convite

 

Na próxima terça-feira, dia 22/03, a UGES em parceria com o Instituto Estadual do Cinema(IECINE-RS), o Conselho Nacional de Cineclubes(CNC) e a Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, promove Comemoração pelo dia do Cinema Gaúcho(27 de março) com a exibição do filme gaúcho "Em teu nome" do diretor Paulo Nascimento, e logo após a exibição será realizado debate com:

Diretor do Filme "Em teu Nome" Paulo Nascimento

Cineasta e Diretor do Centro Popular de Cultura (CPC) Caio Plessman

Diretor do IECINE-RS e Presidente do CNC Luis Alberto Cassol

Atores do Filme

O Evento será realizado no Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Vereadores:

DATA: 22 de março
LOCAL: TEATRO GLÊNIO PERES - CMPA
AV. LOUREIRO DA SILVA, 255 - CENTRO

ENTRADA FRANCA

18:00h – Oficina sobre cineclubismo com Luiz Alberto Cassol
Público-alvo – pessoas interessadas em cineclubismo
19:00h – Abertura: conversa com o público:
- O que é cineclubismo – por Luiz Alberto Cassol
- O filme “Em teu nome”
19:15h – EXIBIÇÃO DO FILME “EM TEU NOME”
21:15h – Debate com o público – com:
- Paulo Nascimento (diretor do filme)
- Caio Plessman (Cineasta e Diretor do Centro Popular de
Cultura - CPC)
- Luiz Alberto Cassol (Diretor do Instituto Estadual do
Cinema (IECINE) e presidente do Conselho Nacional
de Cineclubes (CNC)

Concordo!! Líbia Livre!!!!!!!!!!!!

Quero refutar esta postura sofrível do Brasil, em se abster nesta questão do bombardeio, mais uma vez covarde, que está sendo feito pelo imperialismo sobre a "pobre" Líbia, que se fosse realmente pobre como alguns paises da Africa, ninguém da elite se lembraria em gastar bilhões em artefatos bélicos para subjugar o direito livre de um povo decidir seu destino.
Mas em se tratatndo de um país, que é o 9º produtor mundial de petróleo e na hora em que o império está dando os doces e precisa de uma guerrinha para encher as burras de sua indústria bélica, sempre vem os liberais de plantão para defender uma grave ofensa ao direito de livre arbítrio dos povos. Nosso país sempre foi pacífico e deveria ter se posicionado frontalmente contra esta desgraçada tentativa de apoderamento descarado de alguns poços de petróleo sob um manto de mais uma vez defesa de uma democracia criada nos corredores imundos de salas onde se reune o consenso de Washington.

Fora Brasil do esconderijo sujo que fica embaixo da saia dos americanos.

Duca Maradona

quarta-feira, março 16, 2011

Maior terremoto do Japão expõe falha de projeto em usina nuclear

 

O caos estabelecido após o maior terremoto já registrado no Japão nos últimos 140 anos foi agravado pela insegurança nuclear provocada por falha de projeto dos reatores construídos pela GE

A região nordeste do Japão foi atingida por um terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter, seguido de um Tsunami com ondas de mais de 10 metros. Foi o maior terremoto no país desde que começaram a ser registrados, há 140 anos e o sétimo pior da história. O tremor principal teve o epicentro a 130 quilômetros de Sendal, na ilha de Honshu, e com profundidade de 24,4 quilômetros.

O ministério da Defesa do informou de início que o forte abalo sísmico deixou mais de mil mortos. Segundo a agência Kyodo, a cidade de Sendai, com 1 milhão de habitantes, foi a mais afetada pelo tremor, sentido em diversos pontos do país.

Foi informado também que apenas na cidade de Minamisoma, no distrito de Fukushima, 1,8 mil casas foram destruídas. Balanço da polícia nas primeiras horas após o desastre já contabilizava 384 mortos, 947 feridos e 707 desaparecidos. Em Sendai, ao menos 200 mortos foram encontrados afogados após o Tsunami.
O governo japonês declarou estado de emergência na usina nuclear de Fukushima e outras três centrais atômicas foram fechadas. Ao menos 2 mil pessoas foram retiradas de áreas próximas após as autoridades não terem conseguido resfriar o combustível nuclear.

Em entrevista ao R7, o titular do Programa de Engenharia Nuclear e vice-diretor geral da Coppe/UFRJ, o professor Aquilino Senra, disse que o vazamento de material nuclear na usina de Fukushima 1, pode ter sido causado por uma falha no projeto. Segundo Senra, o local onde ficam os geradores a diesel, que deveriam entrar em funcionamento para resfriar a usina, foi inundado pelo Tsunami.

“Os geradores deveriam ter entrado em funcionamento, mas foram inundados e isso não deveria acontecer. O projeto é feito para que não pare em caso de explosão, terremoto, Tsunami ou queda de avião. Sem alimentação, o sistema torna-se inoperante.
Senra explicou que, se o sistema de resfriamento tivesse funcionado corretamente, o vazamento não teria acontecido, uma vez que todo o material ficaria “preso” no que os engenheiros chamam de prédio de contenção.

“Quando houve o terremoto, a usina foi desligada automaticamente e parou a geração de calor. No entanto, ela precisa ser resfriada. O sistema de refrigeração faz o papel da ventoinha [de um carro], só que os geradores a diesel não funcionaram, o que pode ter causado a fundição parcial ou total do reator”, acrescentou Aquilino Senra.

A engenharia civil japonesa alcançou progressos notáveis na edificação de prédios que resistem a grandes e numerosos terremotos, reduzindo o número de vítimas e de perdas materiais durante os constantes abalos sísmicos. É estranho que exatamente na construção de usinas nucleares, onde há a mais imperiosa necessidade de segurança, exatamente aí ocorreram falhas tão simplórias como o alagamento dos geradores que garantem o resfriamento da unidade em caso de emergência, rapidamente com o Tsunami.

Como os reatores da usina Fukushima1 foram projetados pela norte-americana General Electric-GE, espera-se que o conglomerado tenha algo a dizer sobre a grave situação de insegurança nuclear estabelecida no país.

O Japão tem 54 usinas nucleares em operação, das quais, 16 localizam-se na região mais afetada pelo terremoto e pelo Tsunami. A matriz nuclear fornece 35% da energia no país.

Fábricas e refinarias foram fechadas e milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica. Nas primeiras horas após o sismo 80 incêndios foram contabilizados, um deles numa refinaria. O aeroporto de Narita, o maior do país, chegou a ser fechado, mas já foi reaberto. O terremoto também paralisou em todo o país os serviços do trem-bala, segundo a companhia ferroviária JR East. Um trem com passageiros desapareceu na área afetada pelo tremor.

Apesar de ter ocorrido a quase 400 quilômetros de distância de Tóquio, o tremor também foi sentido na capital, onde 4 milhões de casas e prédios ficaram sem energia elétrica. O serviço telefônico também foi cortado em boa parte do país.

Wisconsin: 120 mil nas ruas de Madison repudiam lei de arrocho salarial e ataque a direitos sindicais

 

  Mais de 120.000 pessoas tomaram as ruas de Madison, capital do estado norte-americano de Wisconsin, na maior manifestação que já houve na região, segundo informações da central sindical AFL-CIO. A enorme concentração realizou-se depois que o governador republicano Scott Wal-ker sancionou, na sexta-feira um projeto de lei que reduz os direitos dos funcionários públicos e cassa o seu direito de negociação coletiva.

  As mobilizações contra a lei acontecem há mais de um mês, crescendo semana após semana, e se espraiando por outros estados dos EUA, sustentadas por legisladores democratas e sindicatos, que advertiram que continuarão a luta na justiça para que a lei seja declarada inconstitucional.

  Entre os oradores do ato se encontravam os catorze senadores que tinham se retirado do Estado semanas antes, na tentativa de impedir a aprovação da lei pela maioria republicana. Scott Walker (da corrente Tea Party), eleito em novembro passado, tenta reduzir o salário dos funcionários públicos em 7%, diminuindo também as suas pensões, e obstaculizando, além do mais, a sindica-lização dos trabalhadores no sector público. O governador quer cortar US$ 137 bilhões a curto prazo para diminuir o déficit projetado em US$ 3,6 bilhões nos próximos dois anos.

  O presidente da maior central sindical americana, a AFL-CIO, Richard Trumka, foi a Madison para se juntar ao protesto. “É um momento de auge das mobilizações populares. O governo faz tudo para cortar o peso dos trabalhadores organizados. Somos ameaçados, mandam embora os trabalhadores que manifestam interesse em se sindicalizar, tentam cortar os direitos de negociação coletiva, mas chegou a hora de irmos para a rua, e essa força é que pode levar os EUA a superar a crise. Não podemos aceitar que joguem para cima dos trabalhadores o desastre causado pelos bancos”, assinalou Trumka.