Um dos telegramas é assinado pela chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton. “O Plano é secreto”, enfatizou Hillary aos astutos diplomatas dos EUA na Otan
O jornal inglês The Guardian estampou no dia 7 mais um telegrama reproduzido pelo site WikiLeaks, desta vez um plano da Otan de ataque massivo à Rússia.
O plano de guerra em larga escala contra os russos prevê o deslocamento de nove divisões militares dos EUA, Inglaterra, Alemanha e Polônia.
Segundo o Guardian, o ataque prevê, inclusive os portos da Alemanha e da Polônia a serem utilizados para receber as unidades navais de assalto vindas dos EUA e da Inglaterra.
Membros do governo russo protestaram contra o plano – assim que o mesmo foi revelado através das publicações de telegramas entre embaixadas e governo dos EUA, pelo WikiLeaks.
“Temos que receber garantias de que tais planos vão ser cancelados e de que a Otan não considera a Rússia um país inimigo”, afirmou o enviado da Rússia ao último encontro da Otan, realizado em Lisboa.
Um dos telegramas é assinado pela própria chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, datado de 26 de janeiro, aos diplomatas americanos na Otan. Ela enfatiza que o plano tem que ser mantido em estrito segredo. “Os Estados Unidos acreditam fortemente que este plano não deve ser discutido em público. São classificados como de “nível secreto da Otan”, diz o telegrama.
“A discussão pública de planos de contingência minam o seu valor militar”, acrescenta, “permitindo que se exponha os processos de planejamento da Otan. Isto enfraquece a todos os aliados”.
Hillary também orienta os diplomatas americanos a mentirem para a imprensa, no caso de vazamento de informações. Sugere respostas evasivas tais como: “A Otan não discute planos específicos”. Os agentes são instruídos a dizer também que “os planejamentos da Otan, não são direcionados a qualquer país”.
O representante russo Rogozin questionou especificamente este ultimo trecho do telegrama de Hillary. “A quem mais este plano militar seria direcionado? Contra a Suécia, Finlândia, Groen-lândia, Islândia, contra os ursos polares ou contra o urso russo?”, ironizou. Um membro do Ministério do Exterior, que pediu anonimato ao Guardian, foi mais direto dizendo que “este e outros documentos provocaram atordoamento e muitas questões”.
Além disso, o Guardian destaca sua estupefação de que nos telegramas os diplomatas ianques tratem o assunto com total leviandade pois “não há uma só menção ou preocupação sobre as implicações potencialmente catastróficas de tal choque armado entre as duas maiores potências nucleares do mundo”.
O pretexto para o plano de ataque é de defender os novos integrantes bálticos da Otan, que por acaso cercam a Rússia. A saber Letônia, Lituânia e Eslovênia. Para isso os telegramas sugerem “expandir o plano que já existe de defesa da Polônia”. Acontece que os russos não projetaram nenhum cinturão de mísseis especificamente direcionados contra o solo e o ar da Polônia ou quaisquer outros países, mas construíram suas próprias defesas, ao contrário do que fizeram os EUA com o “escudo de mísseis” projetados pelo governo Bush.
Em um telegrama datado de outubro de 2009 o embaixador dos EUA na Otan, Ivo Dalder, afirma que tanto Hillary quanto Obama expressaram seu apoio ao desenvolvimento do plano militar contra a Rússia.
Daalder sugere, para não deixar claro que a Rússia é um alvo potencial, a adoção de um “plano genérico” de deslocamento de tropas para os países bálticos sem mencionar no mesmo contra quem estas tropas estariam direcionadas para assim – em caso de vazamento – não provocar constrangimentos com Moscou. Como bem desconfiou o russo Rogozin: “se vamos caçar coelho, por que vocês estão com armas para matar urso?”
O Irã é a chave do equilíbrio neste processo.
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