terça-feira, outubro 14, 2008

750 mil famílias perderam seus lares nos EUA entre janeiro e setembro

 

Os despejos nos EUA atingiram 750 mil famílias entre janeiro e setembro deste ano, informa o ForeclosureS.com, site norte-americano que contabiliza as aberturas de processos para execução hipotecária. A previsão é que chegue a 1 milhão até o final do ano.

De acordo com o site, as execuções de hipotecas subiram 82,6% este ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Apenas no mês de setembro, ocorreram 107.500 despejos, 6,6% a mais do que em agosto.

Outro site, o MarketWatch, informa que o número de entradas nos processos de execução, que inclui notificações por falta de pagamento e abertura de processos, pode chegar a 2 milhões até o final do ano. Para The Wall Street Journal, 1 em cada 6 proprietários norte-americanos está “com água pelo pescoço” e, depois que os preços dos imóveis caíram mais de 30% em algumas áreas, estes devem mais do que o valor de suas casas.

“Como xerife do Condado de Cook [Illinois] sou o responsável por manter uma prisão com 10 mil condenados, de prover patrulhas em toda a cidade e em áreas não habitadas, além de garantir a segurança dos cidadãos. Mas, talvez, a parte mais difícil do nosso trabalho seja o realizada pelas unidades policiais de despejo. Em um dia qualquer, nossos policiais são solicitados a despejar uma família de sua casa, levando todas as suas coisas para a calçada. Algumas vezes essas coisas são saqueadas por vizinhos”, relata Tom Dart, xerife do Condado de Cook.

Dart conta que, ao contrário do que determina a lei, “muitas vezes, nossos policiais chegam a uma casa para proceder a uma ação de despejo e encontram uma família que paga religiosamente seu aluguel. Essa gente não sabia que o proprietário da casa deixara de usar o aluguel para pagar a hipoteca. Eles não tiveram nenhum aviso que seriam despejados de sua casa por essa razão. Isso acontece porque, em muitos casos, os bancos não fizeram nada para determinar quem está vivendo na moradia. Mesmo que isso seja exigido por lei estadual. Mesmo assim, esses bancos ainda querem que o serviço público pague pela investigação que deveria ser feita por eles”.

O xerife escreveu o testemunho para explicar porque se recusou a “surpreender os inquilinos com uma ordem de despejo contra os proprietários da casa onde vivem”. Segundo Tom Dart, “não é parte do nosso trabalho agir de acordo com a vontade dos bancos e das milionárias indústrias de hipotecas”.

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