sábado, fevereiro 17, 2007

Abin denuncia que Ongs estrangeiras ameaçam soberania da Amazônia

Abin denuncia que Ongs estrangeiras ameaçam soberania da Amazônia

“Tudo indica que os problemas ambientais e indigenistas são apenas pretextos. As principais Ongs são, na realidade, peças do grande jogo em que se empenham os países hegemônicos para manter e ampliar sua dominação”, denuncia o relatório

A meaça à segurança nacional, biopirataria, ações contra obras de infra-estrutura e projetos de desenvolvimento da Amazônia para minar a capacidade do país de gerir a região e justificar o controle internacional, são alguns dos perigos apontados no relatório do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que demonstra como a cobiça internacional, principalmente através das Organizações Não Governamentais (Ongs), age na Amazônia – território que concentra o maior conjunto de riquezas minerais, de fauna e flora do Brasil e uma das maiores do mundo.

O GTAM, que além da Abin é composto também por órgãos de Inteligência das Forças Armadas e da Polícia Federal, elaborou relatórios em 2005 e 2006 demonstrando como as Ongs atuam na Amazônia como fachadas de governos de países como EUA, Inglaterra, Holanda e Alemanha. Trechos do relatório foram publicados no Jornal do Brasil e no Correio Mercantil.

QUESTÃO INDÍGENA

“Foi confirmado o conhecimento de que a questão indígena atinge uma gravidade capaz de pôr em risco a segurança nacional. Considerando a atual reivindicação de autonomia e a possibilidade de futura reivindicação de independência de nações indígenas, o quadro geral está cada vez mais preocupante, especialmente na fronteira norte. As Ongs, algumas controladas por governos estrangeiros, adquiriram enorme influência, na maioria das vezes usada em benefício da política de suas nações de origem, em detrimento do Estado brasileiro. Na prática, substituem, nas áreas indígenas, o governo nacional”, afirma o relatório.

Para o coordenador do GTAM e representante da Abin, coronel Gélio Fregapani, “se nós não ocuparmos a Amazônia, alguém a ocupará. Nós somos brasileiros, então devemos ocupá-la”.

Segundo o relatório, atualmente existem cerca de 115 Ongs atuando na Amazônia Ocidental, algumas inclusive sob investigação. “Tudo indica que os problemas ambientais e indigenistas são apenas pretextos. As principais Ongs são, na realidade, peças do grande jogo em que se empenham os países hegemônicos para manter e ampliar sua dominação. Certamente servem de cobertura para seus serviços secretos”, denuncia o GTAM.

Para o coordenador do GTAM e representante da Abin, coronel Gélio Fregapani, “o interesse dos Estados Unidos é o mais profundo”. O relatório afirma, por exemplo: “a crescente presença de assessores militares estadunidenses (na Amazônia) e a venda de equipamentos sofisticados às Forças Armadas colombianas, pretensamente para apoiar os programas de erradicação das drogas, mas que podem ser utilizados no combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao ELN (Exército de Libertação Nacional). O plano provavelmente faz parte da estratégia dos Estados Unidos para assegurar presença militar direta na região andino-amazônica e no cone sul, em torno do Brasil”.

Através de falso discurso ambientalista, as Ongs vêm contribuindo para a criação de extensas terras indígenas, áreas de proteção ambiental e corredores ecológicos que, atualmente, “sem dúvida alguma, dificultam e inibem a presença do Estado e (aplicação) dos programas de políticas públicas para a região”, como aponta o estudo da Abin.

“Embora seja difícil fazer uma separação nítida, foram ouvidas opiniões balizadas de que as Ongs de origem britânica e norte-americana tendem a procurar criar condições de futura independência das “nações” indígenas, enquanto outras Ongs, inclusive apoiadas pela Alemanha e as de orientação religiosa, tendem a procurar uma autonomia diferenciada”.

LEIDE MAIA

Hora do Povo

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