A comissão para Estudos dos Assuntos da Bioética dos Estados Unidos confirmou que médicos do serviço de saúde pública estadunidense a serviço de monopólios farmacêuticos fizeram experimentos com vírus da sífilis e gonorréia em mais de mil pessoas na Guatemala nos anos 1940, provocando a morte de 83 guatemaltecos à época.
O experimento, que contaminou 1,3 mil pessoas na Cidade da Guatemala, de acordo com a comissão, permaneceu em segredo por mais de seis décadas. Os EUA admitiram os testes em outubro de 2010, quando a secretária de Estado, Hillary Clinton, e a secretária da Saúde, Kathleen Sebelius, denunciadas por familiares das vítimas, publicaram uma declaração conjunta desculpando-se pela pesquisa.
O grupo de investigação disse que os médicos americanos infectaram prisioneiros, pacientes psiquiátricos, prostitutas e órfãos em sessões que testavam a abrangência da penicilina. Um relatório deverá ser divulgado no próximo mês com conclusões sobre o caso, recomendações e análise histórica para evitar que a situação se repita.
De acordo com a presidente da comissão, Amy Gut-mann os funcionários “não pediram o consentimento das pessoas e as enganaram, não dando tratamento com penicilina às que estavam infectadas com sífilis e gonorréia”.
No começo deste ano, vários cidadãos guatemaltecos infectados à época e parentes das vítimas anunciaram que estavam abrindo processo contra o governo americano.
No total, um grupo de 5,5 mil pessoas participou dos estudos, sem saber dos riscos que corriam, segundo declarações de um dos investigadores, Stephen Hauser. Na relação dos infectados, apenas 700 receberam tratamento médico. Ao fim, 83 morreram.
A sífilis pode causar cegueira, distúrbios mentais e até a morte, caso os doentes não recebam o devido tratamento.
A história dos experimentos americanos na Guatemala veio à tona no ano passado, fruto de uma pesquisa histórica da professora Susan Reverby, do Wellesley College, de Massachusetts.
O presidente Barack Obama reconheceu o crime na segunda-feira (29), após a conclusão da Comissão, e pediu desculpas às vítimas, em ligação telefônica para o presidente da Guatemala Álvaro Colom.
O presidente Barack Obama reconheceu o crime na segunda-feira (29), após a conclusão da Comissão, e pediu desculpas às vítimas, em ligação telefônica para o presidente da Guatemala Álvaro Colom.
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