Isto É Dinheiro
Por flávia tavares
A Companhia Vale do Rio Doce não esconde de ninguém a sua ambição: “se tornar uma das três maiores companhias de mineração do mundo até o final da década”, como declara em seu website. Um grande passo foi dado nessa direção na semana passada, quando a Vale anunciou a aquisição de 93% das ações da canadense Canico, por R$ 1,7 bilhão. Com a compra, a Vale se
torna a quarta maior produtora mundial de níquel. No pacote, está o ativo da canadense no País, o projeto de Onça Puma, na Serra dos Carajás (PA), que deve funcionar a pleno vapor no primeiro semestre de 2008, depois de receber investimentos de US$ 1,1 bilhão.
Agnelli, presidente: Mais US$ 1,1 bilhão para começar a produzir |
Não é a primeira iniciativa da Vale no mercado de níquel, metal usado para a produção de aço inoxidável. A empresa tem um outro projeto, o Vermelho, na mesma região, que receberá
US$ 1,2 bilhão e deve ficar pronto no fim de 2008. “Esse é um mercado de demanda crescente, especialmente com a expansão da economia chinesa”, afirma Gilberto Calaes, economista especializado em mineração. Segundo a própria Vale, as estimativas de crescimento anual da demanda do metal são de 4,5% até 2010. As duas reservas da companhia juntas têm potencial de produzir 104 mil toneladas de níquel por ano. “A compra coloca a Vale numa condição única, a de oferecer aos clientes um portifólio amplo de produtos para a siderurgia mundial: minério, manganês, níquel, carvão”, disse Roger Agnelli, presidente da Vale, ao anunciar o negócio com a Canico.
A Canico é uma das chamadas “junior companies” canadenses, que são empresas de menor porte criadas para levantar recursos na Bolsa de Toronto, criar projetos de mineração viáveis e, eventualmente, ser vendidas para alguma das gigantes do setor siderúrgico. No caso da Canico, ela foi criada exclusivamente para desenvolver o projeto de Onça Puma, no qual investiu US$ 77 milhões desde 2002. “Agora que a missão foi cumprida e assim que o negócio for concluído, estarei desempregado”, disse à DINHEIRO Michael Kenyon, atual presidente da Canico. A Vale já anunciou que pretende fechar o capital da canadense o mais rápido possível e que trocará o conselho administrativo, encerrando as atividades do escritório de Vancouver e concentrando os negócios no Brasil. “A Canico continua existindo como empresa, mas passa a ser totalmente controlada pela Vale”, diz Kenyon. “Eles assumiram o melhor projeto de níquel do mundo.”
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