terça-feira, setembro 28, 2010

Todos os emails falsos sobre Dilma Rousseff

Todos os emails falsos sobre Dilma Rousseff


Todos os emails falsos sobre Dilma Rousseff

POSTED BY SEJA DITA VERDADE ON SEPTEMBER - 27 - 2010

Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:

A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c

Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p

EUA: Bancos tomam moradias de 95 mil famílias só em agosto

 

Recorde de despejos em agosto é igual à média de um ano, antes do colapso nos EUA. Em 2009, 1 milhão de famílias perderam as casas e a previsão para este ano é de mais 1,2 milhão de despejos

 

    Só em agosto, mais de 95.000 famílias tiveram suas casas
tomadas pelos bancos nos EUA – um número recorde -, revelou a Realty Trac, a principal consultoria sobre mercado imobiliário. Um aumento de 25% em relação a 2009. Outras 147.000 famílias tiveram o leilão de suas casas marcado pelos bancos.

Assim, num único mês, quase 400 mil mulheres, crianças, chefes de família e idosos foram despejados de suas casas e jogados na rua. Alguns, empurrados de volta à casa dos pais ou de parentes; outros, em busca de precária habitação alugada e até albergues. Ou mesmo, nos casos mais dramáticos dos “novos pobres”, dormindo no carro ao relento. E mais 588 mil pessoas foram colocadas na iminência de despejo.

Ainda segundo a Realty, 1 milhão de casas foi tomado pelos bancos em 2009 – isto é, 1 milhão de famílias perderam seu teto. A consultoria previu que esse total irá aumentar este ano para 1,2 milhão. A média, antes do colapso nos EUA, era de 100.000 casas ao ano – um décimo dos números atuais. Agora, além dos já citados 2,2 milhões de casas (1 milhão/2009 + 1,2 milhão/2010 de despejos), há outros 3,2 milhões em algum estágio de cobrança judicial.

DESASTRE

O desastre se repete no país inteiro, mas é mais grave em Nevada, Flórida, Arizona, Califórnia, Idaho, Utah, Georgia, Michigan, Illinois e Hawai. 1 de cada 381 casas na mira dos abutres. As vítimas - mutuários que ficaram desempregados, ou que perderam a maior parte da aposentadoria em ações que viraram fumaça, e seus familiares. E que viram o preço de suas casas despencar, tornando impossível pagar a hipoteca, e sem ter como vender ou refinanciar.

Entre notificações de inadimplência, marcações de leilão e “reintegrações de posse”, os bancos acionaram um total de 338.886 casas em agosto – mais 4% em relação ao mês anterior. Também venderam em liquidação 41.075 casas tomadas. Menos de um-terço das casas retomadas “estão no mercado”, afirmou o vice-presidente da Realty, Rick Sharga.

É que, ao mesmo tempo que os bancos precisam limpar seus balanços dos maus empréstimos, não podem despejar de uma só vez todas as casas tomadas para venda, porque então os preços, já em recorde de baixa, iriam ao chão. 23% das casas estão “submersas”, isto é, seu valor atual é menor que a dívida com o banco, e em vários casos os proprietários devolveram as chaves e foram embora por absoluta impossibilidade de arcar com a hipoteca.

“Menos compradores significa que irá levar mais tempo para liquidar o estoque em excesso; quanto mais durar esse estoque, maior a pressão sobre os preços no conjunto do mercado de imóveis”, assinalou Sharga. “Quanto maior a pressão [para baixo] sobre os preços, mais casas estão em risco de irem a liquidação por terem seu valor derrubado”, acrescentou.

LIQUIDAÇÃO

A Associação Regional de Corretores de Imóveis de Orlando, Flórida, - uma das áreas mais afetadas - exemplificou como isso vem ocorrendo. Uma casa que, há três anos atrás, tinha preço médio de US$ 265.000, agora é oferecida a US$ 165.000. Mas, em liquidação, que cai para US$ 100.000, e mais ainda, para US$ 72.000, se for retomada pelo banco, segundo a corretora Isabel Ward. “A venda das casas tomadas pelos bancos e as liquidações estão definitivamente derrubando os preços. Vendas em liquidação existiam há muito tempo, mas não prevaleciam. Hoje, uma em cada duas vendas é por liquidação”.

Mas, como os noticiários de televisão se cansaram de mostrar, houve casos ainda mais extremos. Casas vendidas por US$ 1, para se livrar da hipoteca; redondezas inteiras, antes altamente valorizadas, e agora esvaziadas. A derrubada do preço das casas e as hipotecas impossíveis de serem pagas interagem com a fraqueza na construção de casas novas e na revenda de casas usadas, em vigor, para ameaçar o setor imobiliário de – como os norte-americanos gostam de chamar – um “duplo mergulho” na construção, que poderá atingir em cheio os bancos.

O aumento recorde no número de casas tomadas pelos bancos foi apontado pelo analista John Burns como sintoma de que “está vindo à luz o estoque de casas oculto pelos bancos”. Já as vendas de novas casas, após melhora em julho, “caíram 12% em agosto”. “Ano-sobre-ano, a queda foi de 32%, o mais baixo nível já registrado desde 1963”. Como indagou outro analista do setor imobiliário, de outra cidade assombrada pelo “foreclosure”, Phoenix: “está vindo uma nova maré de inadimplência?”
ANTONIO PIMENTA

terça-feira, setembro 21, 2010

No mundo da Blackwater

(2)

 

À medida que crescia a confiança da CIA na Blackwater, aumentavam as responsabilidades da empresa, que passaram da proteção estática à segurança móvel – cobertura ao pessoal da Agência, sempre com medo de suicidas-bombas, emboscadas e bombas de fabricação caseira ao longo e às margens das estradas, em suas andanças pelo país. Mas, em 2005, a Blackwater, acostumada a guardar os agentes da CIA, começava a ficar um bocado parecida com a própria CIA

ADAM CIRALSKY

A paisagem afegã, vista a uma velocidade de 200 nós, é uma neblina cáqui. O terreno é ainda mais difícil de descrever porque Erik Prince voa sobre ele a menos de 200 pés. A traseira do avião – um pequeno CASA C-212 de fabricação espanhola – está aberta. A tripulação inicia uma contagem regressiva, Prince ajusta o cinto que o amarra ao avião e fica em posição. Ao ouvir o comando “agora!”, um jovem soldado do exército [G.I.] corta uma tira e Prince empurra um contêiner para fora do avião. Vê-se o paraquedas preto que se abre e o avião salta para a frente, empurrado pela diminuição do peso que carrega. A carga – alimentos e munição – cai dentro do perímetro demarcado de uma base operacional avançada [FOB - forward operating base] de um esquadrão de elite das Forças Especiais dos EUA.
  Cinco vezes por semana, o braço de aviação da Blackwater – uma empresa que leva o espantoso nome de Presidential Airways – voa nessas perigosas e baixas altitudes até os mais remotos postos norte-americanos no Afeganistão. Desde 2006, a empresa de Prince está encarregada de prestar esse “serviço chave” aos soldados norte-americanos, que implica milhares de viagens de entrega. A Blackwater também fornece serviços de segurança ao embaixador dos EUA, Karl Eikenberry, e sua equipe; e dá treinamento a unidades especiais da polícia do Afeganistão.
  De volta a terra firme, Prince, com um BlackBerry na cintura e uma 9 mm do outro lado, faz uma rápida visita de inspeção a uma das bases da Blackwater no nordeste do Afeganistão, mostrando alguns prédios recentemente atingidos por fogo de morteiros. Um avião sob controle remoto [drone] faz círculos no céu, as câmeras vasculhando os arredores. Prince escala uma torre de observação e examina um ponto, abaixo, onde dois de seus empregados quase foram mortos em julho, por uma bomba de fabricação caseira. “Sem contar os postos de controle de passagem de civis, essa é a base mais próxima da fronteira [do Paquistão]”, Sua voz adquire uma melodramática solenidade.  “Quem mais construiu um FOB ao longo da principal rota de infiltração do Talibã e tão perto da última localização conhecida de Osama bin Laden?”. Não chega a ter o apelo do “Para Aqaba!”, bradado por Lawrence da Arábia, mas dá para você ter uma imagem.

ASSASSINATOS

A Blackwater está no Afeganistão desde 2002. Naquele momento, o diretor executivo da CIA, A. B. “Buzzy” Krongard, respondendo às queixas de seus agentes, que estavam “muito preocupados porque os afegãos estão saltando por cima da cerca ou abrindo as portas”, alistou a empresa para dar proteção à base da Agência em Cabul. (Krongard, depois, serviria como conselheiro da direção da Blackwater até 2007. E seu irmão Howard “Cookie” Krongard – inspetor geral do Departamento de Estado – teve que se esforçar muito para comprovar sua absoluta separação relativamente aos negócios com a Blackwater no Afeganistão, depois que se revelou o envolvimento do irmão com aquela empresa. Buzzy, depois, se demitiu).
  À medida que crescia a confiança da CIA na Blackwater, aumentavam as responsabilidades da empresa, que passaram da proteção estática à segurança móvel – cobertura ao pessoal da Agência, sempre com medo de suicidas-bombas, emboscadas e bombas de fabricação caseira ao longo e às margens das estradas, em suas andanças pelo país. Mas, em 2005, a Blackwater, acostumada a guardar os agentes da CIA, começava a ficar um bocado parecida com a própria CIA.
  Enrique “Ric” Prado tornou-se empregado da Blackwater depois de trabalhar como chefe de operações do Centro de Contraterrorismo (CTC) da CIA. Pouco depois, o chefe de Prado, J. Cofer Black, diretor geral do CTC, também se mudou para a Blackwater. Foi seguido, depois, pelo superior dos dois, Rob Richer, segundo em comando de todas as operações clandestinas da CIA. Dos três, Cofer Black sempre foi o mais notório. Como Bob Woodward contou em seu livro “Bush at War”, no dia 13 de setembro de 2001, Black prometeu ao presidente Bush que a CIA deixaria os membros da Al-Qaeda “com moscas passeando nos buracos dos olhos”. Segundo Woodward, “Black ficou conhecido, no círculo íntimo de Bush, como ‘o cara das moscas nos buracos dos olhos’ [flies-on-the-eyeballs guy]”. Richer e Black rapidamente ajudaram a criar uma nova empresa, a Total Intelligence Solutions (que coleta dados para ajudar na avaliação de risco de negócios no exterior). Mas, em 2008, ambos deixaram a Blackwater, assim como, em 2010, o presidente da empresa, Gary Jackson, fez o mesmo.
  Durante todo esse tempo, Black e Richer, parceiros de Ric Prado, primeiro na CIA, depois como empregados da Blackwater, trabalharam em silêncio com Prince como seus vice-presidentes de “programas especiais”, para fornecer à CIA um serviço que todos os serviços de inteligência querem muito: a negativa plausível. Pouco depois do 11/9, o presidente Bush lançou uma ordem de “achar e matar” que deu carta branca à CIA para matar ou capturar membros da Al-Qaeda. (Por efeito de ordem presidencial do presidente Gerald Ford, desde 1976 os agentes da inteligência dos EUA eram proibidos, por lei, de organizar e executar assassinatos). Como experiente funcionário, Prado ajudou a implementar a ordem de Bush, selecionando uma equipe de “blue-badgers” [“faixas azuis”], como são conhecidos os agentes do governo. O serviço tinha três etapas: “achar”, “fixar” e “acabar”. “Achar” o alvo designado, “fixar” a rotina da pessoa e, se necessário, “acabar” com ela. Quando chegou a hora de treinar essa equipe, a CIA, dizem fontes internas, procurou Prince. Preocupados em não atrair excessiva atenção, a equipe não foi adestrada no centro de treinamento da empresa na Carolina do Norte, mas em uma propriedade particular de Prince, a uma hora de Washington, DC. A propriedade é semelhante a outras mansões de grandes proprietários rurais, com pastagens e criação de cavalos, mas com outras instalações menos tradicionais, como um stand coberto de treinamento de tiro. Mais uma vez, Prince inspirava-se no agente “Bill, o Selvagem”: “Os primeiros agentes do Office of Strategic Services (OSS) da II Guerra Mundial também foram treinados numa propriedade rural privada, no interior do país”.
  Entre os alvos das equipes, segundo uma fonte familiarizada com o programa, estava Mamoun Darkazanli, um financiador da Al-Qaeda que vivia em Hamburgo e estava há anos no radar da Agência por suas ligações com três dos sequestradores do 11/9 e com elementos condenados pelos atentados a bomba, em 1998, contra embaixadas dos EUA na África Oriental. A equipe da CIA supostamente trabalhou “no escuro”, no sentido de que a presença da equipe não foi notificada nem à própria estação da Agência [na Alemanha] – muito menos ao governo alemão. Eles, então, seguiram Darkazanli durante semanas, e trabalharam para montar a logística de onde e quando seria abatido. Outro alvo, diz a mesma fonte, foi A. Q. Khan, o cientista paquistanês [acusado de] partilhar know-how nuclear com o Irã, a Líbia e a Coreia do Norte. Supõe-se que a equipe da CIA o tenha rastreado em Dubai. Em ambos os casos, insiste a mesma fonte, as autoridades em Washington escolheram não apertar o gatilho, suspender a caçada e não autorizaram o assassinato. No entanto, a inclusão de Khan na lista de alvos selecionados sugere que o programa de assassinatos era mais amplo do que se suspeitava anteriormente. (Para Gimigliano, porta-voz da Agência, “a CIA não discutiu – ao contrário do que a mídia divulgou – o conteúdo e substância desses projetos, ou de projetos anteriores”).
  A fonte familiarizada com as missões Darkazanli e Khan não aceita o que têm dito agentes atuais e ex-agentes da CIA: “Eles têm dito que o programa de assassinatos não avançou porque os agentes não tinham capacitação ou porque houve falha de cobertura. Não é verdade. A operação esteve ativa por muito tempo, em vários lugares, sem jamais ser descoberta. O programa morreu por falta de vontade política”.
  Quando Prado deixou a CIA, em 2004, depois de um curto hiato, de fato levou o programa com ele [para a Blackwater]. Àquela altura, segundo fontes que conhecem o plano, Prince já estava ligado à Agência e os dois começaram a trabalhar na privatização do programa, mudando a composição da equipe, de faixas azuis para uma combinação de “faixas verdes” (empresas contratadas pela CIA) e empresas de países do Terceiro Mundo (que não sabiam da conexão com a CIA). Funcionários da Blackwater insistem que os recursos da empresa e a força-de-trabalho nunca foram diretamente utilizadas; essas iniciativas seriam de responsabilidade pessoal direta de Prince, por fora da contabilidade da Blackwater; a empresa, depois, reembolsava os gastos que houvesse. E que, apesar dos laços íntimos que os ligavam à CIA, nem Cofer Black nem Rob Richer tomaram parte.  Nas palavras de Prince: “Estávamos construindo uma capacidade unilateral e intransferível. Se desse errado, não esperávamos que o chefe da estação [da CIA], o embaixador ou seja lá quem for nos desse fuga”. Prince insiste que, se essa equipe tivesse realmente funcionado, a CIA teria pleno controle operacional. Mas não funcionou, devido ao que Prince chama de “osteoporose institucional”, e a segunda versão do programa de assassinatos perdeu força.
  Em algum momento, depois de 2006, a CIA tentaria reativar o programa, segundo uma fonte interna que conhece o plano em detalhes. “Cada um achou alguma razão para não participar”, diz a fonte. “Tiraram o corpo fora. As pessoas diziam aos coordenadores ‘tenho família, tenho outros compromissos’. Esta é a fodida [fucking] CIA. Estavam, supostamente, chefiando a luta contra a al-Qaeda, mas não se conseguia achar quem quisesse fazer a tarefa”. Outras fontes com conhecimento do programa são mais caridosas e questionam por que um funcionário direitista assinaria embaixo de um programa de assassinatos, quando seus colegas que pensaram ter cobertura legal para se engajar em outro esforço sensível, o programa de “interrogatórios com uso da força”, nas bases secretas da CIA em países estrangeiros, foram pegos num limbo legal.
  Os EUA e Erik Prince, ao que parece, demoraram demais para sair do negócio de assassinatos. Além dos aviões por controle remoto que voam, com auxílio da Blackwater, por cima da fronteira afegã-paquistanesa (o presidente Obama autorizou mais de três dúzias desses ataques), Prince reivindica que ele e uma equipe de cidadãos estrangeiros ajudaram a achar e fixar um alvo em outubro de 2008 e depois deixaram a etapa de “acabar” para outros. “Na Síria”, ele diz, “emitimos todos os sinais de inteligência para a geolocalização dos bandidos numa área muito impenetrável”. Em seguida, uma equipe das Forças Especiais dos EUA lançou um ataque de helicóptero para abater Abu Ghadiyah, um dirigente intermediário da Al-Qaeda. Ghadiyah, cujo nome real é Badran Turki Hishan Al-Mazidih, foi dado como morto, com seis outras pessoas – embora tenham surgido dúvidas sobre se Ghadiyah estava lá no dia do ataque, como foi detalhado numa recente reportagem de Reese Ehrlich e Peter Coyote, em “Vanity Fair”.
  E, até dois meses atrás [novembro de 2009], quando Prince diz que o governo Obama tirou o fio da tomada, ele continuava profundamente envolvido nas artes das trevas. Segundo fontes internas, Prince continuava a trabalhar em operações para reunir informações de inteligência, de um local secreto, nos EUA, coordenando de longe o movimento de espiões que trabalham infiltrados num dos países do chamado “Eixo do Mal”. Sua missão: confidencial.

RETIRADA

  Voando, ao retornar de Cabul, Prince requenta o assunto de quanto se sente exposto desde que a mídia revelou seu papel no programa de assassinatos. A tempestade, que começou em agosto, continuou a crescer e pode estar levando muitos dos que o manipularam a não saber com certeza se o próprio Prince não seria hoje mais uma debilidade do que um recurso. Ele diz que não pode entender porque encerrariam esforços e programas de alto risco e altos dividendos contra alguns dos mais implacáveis inimigos dos EUA, por medo de que seu envolvimento poderia acarretar um comprometimento, em vista do clima político.
  Ele é incrédulo em que os funcionários do governo dos EUA pareçam desejar, com efeito, tirar o ar daqueles programas. “Tenho, aberta e encobertamente, servido aos EUA desde que me alistei pela primeira vez nas Forças Armadas”, Prince observa. Depois de 12 anos construindo sua empresa, diz que quer entregá-la aos empregados e a um comitê de administração, e deixar de prestar serviços à Defesa. Há quem diga que está em curso uma luta interna pelo poder, entre os que querem definir o rumo do que possa ser uma Blackwater pós-Prince.
  Prince insiste: simplesmente, “estou farto”.
  No passado, Prince divertiu-se com a ideia de construir um navio – completo, com pessoal de segurança, médicos, helicópteros, remédios, alimentos e combustível – e estacioná-lo no litoral da África, para oferecer “ajuda e dentes” nos pontos mais difíceis do continente ou enfrentar os piratas da Somália. Chegou a pensar em criar uma brigada de rápido deslocamento, a ser alugada, sob pagamento, a governos estrangeiros.
  Por hora, contudo, Prince diz que tem planos muito mais modestos. “Vou ser professor de ginásio”, diz, sem piscar. “Posso ensinar história e economia. E sou treinador de luta livre. Por que não? Indiana Jones também foi professor”.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Serra sobre o sigilo em outubro de 2009

Por Renato Machado

Nassif,

Mais inacreditável do que isso é o fato de que existe uma matéria feita pelo SBT BRASIL, tratando do assunto de quebra de sigilos por uma máfia que atua em São Paulo, na qual o próprio José Serra comenta o fato do vasamento de sua declaração e de sua mulher com total calma e naturalidade, sem dizer que foi o PT, ou que é por motivos eleitorais. A reportagem ainda comenta sobre a violação de várias outras autoridades e pessoas comuns incluindo aí a própria Veronica Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Guido Mantega, etc..

aqui está o link do video no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=pIKDfaN5K5A&feature=related

Acho que está mais que na hora de desmascarar essa história toda! Você com sua influência estou seguro que consegue! Esse video é prova cabal de que José Serra está explorando uma mentira para ganhar terreno em uma eleição perdida para ele!

Abs,

Renato Machado


Lula avisa: para votar tem que levar o título e um documento com foto!

Hoax sobre o MST bota Costa Rica no Rio Solimões

Hoax sobre o MST bota Costa Rica no Rio Solimões

quarta-feira, setembro 01, 2010

A erosão da classe média americana

 

Muitos americanos estão começando a perceber que, para eles, o Sonho Americano ultimamente mais parece um pesadelo. Eles enfrentam a realidade amarga de cada vez menos empregos, décadas de salários estagnados e aumentos dramáticos na desigualdade. Apenas nos últimos meses – à medida que a economia crescia, mas sem o retorno dos empregos, à medida que os lucros voltavam, mas os números de pobreza aumentavam semanalmente – o país parece ter reconhecido que está lutando com uma crise estrutural profunda, que se desenvolveu por anos. Como escreve o “Washington Post”, a crise financeira foi apenas o último passo – para pior

    THOMAS SCHULZ GEORGE E KHOURI ANDOLFATO *

Ventura é uma pequena cidade na costa do Pacífico, a cerca de uma hora de carro ao norte de Los Angeles. Casas de luxo com vista para o oceano pontilham as encostas e as praias são populares entre os surfistas. Ventura é a Califórnia da imaginação das pessoas. “É um lugar abastado”, diz o capitão William Finley. “Mas cerca de 20% da cidade corre o risco de virar sem-teto.” Finley comanda uma divisão local do Exército da Salvação.
Em meados do ano passado, Ventura lançou um programa piloto, administrado por Finley, que permite que pessoas durmam em seus carros dentro dos limites da cidade. Isso normalmente é ilegal, tanto em Ventura quanto no restante do país, onde moradores e autoridades locais temem ver vans em estado precário, cheias de trabalhadores migrantes mexicanos, estacionadas em ruas residenciais.
  Mas no início do ano passado, as pessoas em Ventura perceberam que os carros estacionados em frente de suas casas à noite não eram veículos velhos, mas peruas e utilitários esportivos bem cuidados. E as pessoas que dormiam nelas não eram trabalhadores rurais ou moradores de rua comuns, mas seus antigos vizinhos.

DÍVIDA CRESCENTE

  Finley também notou uma mudança. De repente, o dobro de pessoas estava fazendo uso do programa de refeições gratuitas de sua organização de serviços sociais, e algumas até mesmo chegavam dirigindo BMWs – aparentemente relutantes em abrir mão de seus carros caros, que os recordavam de dias melhores.
  O capitão os chama de “os novos pobres”. “Esta é uma categoria diferente de pessoas que estamos vendo”, ele diz. “São pessoas que nunca imaginaram que algum dia seria sem-teto.” Eram pessoas que tinham dinheiro suficiente – em alguns casos muito dinheiro– até recentemente.
  “A imagem do que é uma pessoa pobre atualmente é diferente. Quando eu cresci pobre, e éramos bem pobres, nós andávamos em um carro com 10 anos de idade e com alguns amassados. Era o único carro da família e vivíamos de alimentos distribuídos por caridades”, diz Finley. “No passado, você se esforçava para sair da pobreza e então melhorava de vida.”

DIREÇÃO OPOSTA

  Era o modo de vida americano, um caminho trilhado por milhões. “Hoje, a imagem é a de carros último modelo, que a certa altura custaram 40 mil, 50 mil (dólares), mas essas pessoas agora não sabem mais o que fazer, e estão vivendo de comida doada por organizações de caridade. E para muitas delas, é preciso um esforço imenso para engolir o orgulho”, diz Finley.
  Hoje, o modo de vida americano caminha na direção oposta: para baixo.
  Por algum tempo, os Estados Unidos pareciam ter saído relativamente ilesos da pior crise econômica em décadas – com vigor e energia renovados – como fizeram após crises do passado.
  O governo estava anunciando novos números de crescimento econômico já no início do último trimestre do ano passado, muito mais cedo do que o esperado. Os bancos, moribundos até recentemente, voltaram a ganhar bilhões. Empresas de todo o país estão anunciando forte crescimento e o mercado de ações quase retornou aos níveis pré-crise. Até mesmo o número de bilionários cresceu, em bons 17%, em 2009.
  Há duas semanas, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e 40 outros bilionários prometeram doar pelo menos metade de suas fortunas para filantropia, seja ainda em vida ou após a morte. Os Estados Unidos são um país tão abençoado com riqueza que pode arcar em doar bilhões, assim fácil?

RESSENTIMENTO

  A ação de Gates poderia também ser interpretada como uma campanha de relações públicas, em um país onde os super-ricos sentem que apesar de estarem lucrando com a crise, como seria de se esperar, o número de pessoas afetadas de forma adversa por ela cresceu enormemente. Eles também sentem que há um crescente ressentimento na sociedade americana contra aqueles no topo.
  Para as pessoas nas faixas de renda mais baixas, a recuperação já parece estar falhando. Os especialistas temem que a economia americana possa permanecer fraca por ainda muitos anos. E apesar dos muitos programas assistenciais do governo, a pequena dose de esperança que proporcionam ainda precisa ser sentida pelo público em geral. Na verdade, para muitas pessoas as coisas ainda continuam piorando dramaticamente.
  Segundo uma recente pesquisa de opinião, 70% dos americanos acreditam que a recessão ainda continua plenamente. E desta vez não são apenas os pobres que foram atingidos de forma especialmente dura, como geralmente são durante recessões.
  Desta vez a recessão também está afetando pessoas com alta escolaridade e que ganhavam bem até recentemente. Essas pessoas, que se consideram solidamente como sendo de classe média, agora se sentem mais ameaçadas do que nunca na história do país. Quatro entre 10 americanos que se consideram como parte da classe média acreditam que não conseguirão manter seu status social.

O DESEMPREGO PERSISTE

  Em uma recente história de capa intitulada “Adeus, Classe Média”, o “New York Post” apresentou aos seus leitores “25 estatísticas que provam que a classe média está sendo sistematicamente erradicada da existência na América”. Na semana passada, a importante colunista online Arianna Huffington emitiu um alerta quase apocalíptico de que “a América corre o risco de se transformar em um país de Terceiro Mundo”.
  De fato, os Estados Unidos, após as crises imobiliária, financeira, econômica e agora da dívida, que ainda não foram superadas, corre o risco de uma Era Glacial social mais severa do que qualquer coisa que o país viu desde a Grande Depressão.
  Mais de um ano após o fim oficial da recessão, a taxa de desemprego geral permanece consistentemente acima de 9,5%.  Mas esse é apenas o número oficial. Quando corrigido para incluir as pessoas que já desistiram de procurar emprego ou mal sobrevivem com as poucas centenas de dólares que ganham em empregos de meio expediente e estão usando suas economias, a taxa real de desemprego sobe para mais de 17%.
  Em seu relatório anual atual, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos nota que a “insegurança alimentar” está aumentando, e que 50 milhões de americanos não tiveram condições de comprar comida suficiente para permanecerem com saúde em algum momento do ano passado. Um entre cada oito adultos americanos e uma entre quatro crianças atualmente sobrevive de cupons de alimento do governo. São números inacreditáveis para o país mais rico do mundo.
  Ainda mais perturbador é o fato dos Estados Unidos, que sempre foram caracterizados por sua crença inabalável no Sonho Americano e em sua convicção de que qualquer um, mesmo aquele na mais baixa das condições, pode ascender ao topo, estarem começando a perder seu famoso otimismo. Segundo dados recentes, uma minoria significativa de cidadãos americanos atualmente acredita que seus filhos estarão em situação pior do que eles.
  Muitos americanos estão começando a perceber que, para eles, o Sonho Americano ultimamente mais parece um pesadelo. Eles enfrentam a realidade amarga de cada vez menos empregos, décadas de salários estagnados e aumentos dramáticos na desigualdade. Apenas nos últimos meses – à medida que a economia crescia, mas sem o retorno dos empregos, à medida que os lucros voltavam, mas os números de pobreza aumentavam semanalmente – o país parece ter reconhecido que está lutando com uma crise estrutural profunda, que se desenvolveu por anos.  Como escreve o “Washington Post”, a crise financeira foi apenas o último passo – para pior.

PARA ONDE FOI TODO O DINHEIRO?

  O boom em ações e imóveis, o endividamento louco do país e seu consumo excessivo por muito tempo mascararam o fato de que a grande maioria dos americanos não se beneficiou quase nada com os 30 anos de crescimento econômico. Em 1978, a renda per capita média para os homens nos Estados Unidos era de US$ 45.879. O mesmo número para 2007, corrigido pela inflação, era de US$ 45.113.
  Para onde foi todo o dinheiro? Todos os enormes ganhos de mercado e lucros corporativos, os lucros com o boom dos mercados financeiros e o aumento de 110% no produto interno bruto nos últimos 30 anos? Eles foram para aqueles que sempre tiveram mais do que o suficiente.
  Enquanto 90% dos americanos viram ganhos apenas modestos em suas rendas desde 1973, as rendas quase triplicaram para as pessoas no topo da pirâmide. Em 1979, um terço dos lucros produzidos pelo país foi para o 1% mais rico da sociedade americana. Hoje são quase 60%. Em 1950, um presidente-executivo corporativo ganhava 30 vezes mais que um trabalhador comum. Hoje ele ganha 300 vezes mais. E hoje, 1% dos americanos é dono de 37% do total da riqueza nacional.
  A desigualdade de renda nos Estados Unidos é muito maior hoje do que desde os anos 20, exceto que até agora quase ninguém se importava.

POUCA CHANCE DO SONHO AMERICANO

  Nos Estados Unidos, o livre mercado é rei e as pessoas de baixa renda têm apenas a si mesmas para culpar. Aqueles que ganham muito dinheiro são aplaudidos – e copiados. O único problema é que os americanos há muito ignoram o fato de que o Sonho Americano estava se tornando uma realidade para cada vez menos pessoas.
  Estatisticamente, os americanos mais pobres têm uma chance de 4% de ingressarem na classe média alta – um número menor do que em quase metade dos países industrializados.
  Até o momento, os políticos fracassaram em apresentar soluções para a crescente crise social. Washington ainda está aguardando por empregos que não estão aparecendo. O presidente Barack Obama e seu governo parecem estar depositando suas esperanças na noção de que os americanos no final se reerguerão por meio de iniciativa própria – preferivelmente fazendo o mesmo que sempre fizeram: consumindo. O consumo doméstico é responsável por dois terços do produto econômico americano.
  Mas apesar do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, continuar injetando dinheiro no mercado, e apesar do déficit do governo já ter atingido o nível vertiginoso de US$ 1,4 trilhão, esses esforços permanecem malsucedidos.
  “As luzes estão apagando por toda a América”, escreveu na semana passada o ganhador do Nobel de economia, Paul Krugman, descrevendo comunidades que nem mais conseguem arcar com a despesa de manter suas ruas.
  O problema é que muitos americanos não podem mais gastar dinheiro em produtos de consumo, porque eles não têm economias. Em alguns casos, suas casas perderam metade de seu valor. Eles não mais se qualificam a empréstimos a juros baixos.   Eles estão ganhando menos do que antes ou estão desempregados. Isto, por sua vez, reduz ou elimina sua capacidade de pagar impostos.

APAGANDO AS LUZES

  Como resultado, muitos governos estaduais e prefeituras estão com enormes déficits orçamentários. No Havaí, por exemplo, as escolas estão fechando em algumas sextas-feiras para economizar dinheiro do Estado. Um condado na Geórgia eliminou todos os serviços públicos de ônibus. Colorado Springs, uma cidade de 380 mil habitantes, desligou um terço de seus postes de iluminação para economizar eletricidade.
  Há muitas discrepâncias nos Estados Unidos após a crise financeira. De um lado, o Fed está imprimindo dinheiro constantemente e o governo gastou US$ 182 bilhões para resgatar uma só empresa, a seguradora AIG. Por outro, as luzes estão de fato apagando em algumas áreas, porque Washington, citando a necessidade de reduzir gastos, não está disposto a fornecer ajuda financeira aos governos locais. “A América está atualmente na estrada não pavimentada, sem luz, para lugar nenhum”, alerta o economista Krugman.
  Chanelle Sabedra já está nessa estrada. Ela e seu marido dormiram em seu carro por três semanas. “Nós nunca imaginávamos que isso aconteceria, nunca”, diz Sabedra. Ela começa a chorar. “Eu sou uma adulta, eu posso cuidar de mim mesma de uma forma ou de outra, e meu marido também, mas meus filhos são pequenos demais para passar por essas coisas.” Sem condições de continuar pagando o aluguel, os Sabedra foram despejados de sua casa em agosto.
  Amigos e parentes tinham poucos recursos para ajudá-los. Agora eles vivem em um quarto no abrigo de moradores de rua do Exército da Salvação, no centro de Ventura, que é dirigido pelo capitão Finley.
  A queda repentina para moradores de rua é uma realidade difícil de entender, dada as imagens dos Estados Unidos que estamos acostumados a ver nas séries de televisão e filmes. Elas sempre descrevem lares com jardins bem cuidados e dois carros na garagem, com cestas de basquete penduradas sobre a entrada.   Essa América ainda existe, mas está encolhendo. E frequentemente aqueles que estão conseguindo manter a ilusão viva têm dificuldade para fazê-lo.
  Os americanos estão lutando com um aumento do custo de vida nos últimos 20 anos. No início da década, as famílias já estavam pagando o dobro pelos planos de saúde e hipotecas do que a geração anterior.
  “Para lidar, milhões de famílias colocaram os dois pais na força de trabalho”, diz a professora de Harvard, Elizabeth Warren, que foi nomeada pelo presidente Obama para presidir o painel do Congresso para supervisão do programa do governo de resgate aos bancos. Segundo Warren, a família média gastou toda sua renda e gastou todas suas economias “apenas para se manter mais um pouco à tona”.
  Por carecerem de economias, os americanos começaram a tomar empréstimos para cobrir todas as suas outras despesas, incluindo educação, saúde e consumo. A dívida do consumidor americano atualmente totaliza cerca de US$ 13,5 trilhões.
  Muitas pessoas correm o risco de sufocar sob o peso de sua dívida. Aproximadamente 61% dos americanos não têm reservas financeiras e estão vivendo de contracheque a contracheque.   Basta uma única conta hospitalar para levar à ruína financeira.
  O marido de Chanelle Sabedra encontrou outro emprego, desta vez como funcionário de depósito de uma empresa que produz turbinas para aviões. Mas ele não ganha o suficiente para tirar sua família do abrigo de moradores de rua. “Eu ainda não consegui um novo emprego”, diz Sabedra. O emprego de seu marido não paga o suficiente e o casal agora ingressou nas fileiras de trabalhadores pobres, para quem até dois empregos mal remunerados são insuficientes para alimentar suas famílias. “Nós precisamos de uma segunda renda”, diz Sabedra. “Só a creche do bebê custa US$ 600 por mês por meio dia.”
  Nos Estados Unidos pré-recessão, ela e seu marido tinham dois empregos cada para arcar com as despesas. Eles trabalhavam como caixas no Wal-Mart durante o dia e fritavam hambúrgueres no McDonalds ao anoitecer, além de que às vezes passavam metade da noite trabalhando como vigias noturnos ou realizando a limpeza de prédios. Todos eram empregos mal remunerados, longe de serem carreiras, mas a renda somada bastava para manter a família à tona. Nos Estados Unidos pré-recessão, a vida não era luxuosa para Chanelle Sabedra, mas dava para levar se eles estivessem dispostos a trabalhar arduamente e sacrificar o suficiente para permanecer à tona.
  Que tipo de emprego ela está procurando agora? “Por qualquer coisa. Em geral estou procurando no varejo, qualquer coisa para começar, mas no momento não há nada”, diz Sabedra.
* Publicado na revista Der Spiegel. 24/08/2010

O “Plano Cohen”, a “Carta Brandi” e o dossiê do Serra. A perna da mentira ficou mais curta


Receita Federal afirma que Verônica Serra autorizou abertura de seu sigilo fiscal. E a FOLHA é desmascarada. Mais uma vez.
Rogério Mattos Costa, Madrid, 01.09.2010
A Receita Federal afirmou ontem ter um documento, uma procuração da filha de Serra, com assinatura reconhecida em Cartório, autorizando a abertura de seu sigilo fiscal em 2008.
Mas a FOLHA, transformada em panfleto de campanha tucana, não disse nada sobre isso em sua matéria apócrifa de hoje, que não vem assinada por nenhum jornalista.
Algo que foi noticiado ontem até pelo próprio ESTADÃO no corpo de matéria publicada hoje.
É claro que, na manchete do combalido jornal dos Mesquita aparece apenas a denuncia de que “O sigilo da filha de Serra foi violado”, sem esclarecer que existiu o pedido da própria contribuinte, o que aparecerá apenas para os leitores que acessarem o corpo da matéria.
O Estadão faz uso de uma velha técnica de desinformação, retirada do manual do jornalismo de esgoto, que diz

“Se for impossível mentir, omita a verdade na manchete e mostre-a só no corpo da matéria. O efeito é quase o mesmo, pois grande parte do público, apesar de só ler a manchete, sai contando por você a mentira que você queria contar”.

Basta comparar a matéria da FOLHA aqui que coloca a filha de Serra e o próprio candidato como “vítimas”, com a matéria do ESTADAO, aqui para ver a má-fé de ambos, mas em especial, da FOLHA.
Segundo a Receita, a abertura foi feita a pedido de um homem, portando a autorização assinada, com firma reconhecida.
Falsificação: velha prática da direita e da sua imprensa.
Muito antes de Getúlio Vargas, os partidos de direita e famílias como os Marinho,  os Frias, os Mesquita e outros donos dos maiores meios de comunicação, acostumaram-se a fabricar “cartas” e “dôssies” para justificar golpes militares e enganar a população.

Especialmente, nas vésperas das eleições.
A novidade é apenas o tempo que leva para a mentira ser descoberta.
Foi assim com a célebre “Carta Brandi”, uma montagem de Carlos Lacerda, um jornalista que iniciou a carreira cobrindo crimes sanguinolentos e que no dia das eleições de 3 de outubro de 1955,que elegeram o presidente Juscelino, leu pela televisão uma carta de um deputado provincial argentino que dava detalhes de uma pretensa revolta para implantar a “república sindicalista do Brasil”.
Segundo Lacerda, que mais tarde virou governador da Guanabara, a carta havia sido escrita por um deputado argentino aos seus comparsas no Brasil e provava que a “sangrenta revolução”seria executada através de um levante de operários, realizado com armas contrabandeadas do país vizinho.
Mas tudo fora uma armação da UDN ( como se chamava o DEM naquela época) e do Carlos Lacerda,
A tal Carta do deputado peronista Antonio Brandi era falsa, como ficou comprovado em um Inquérito Policial Militar realizado pelo Ministério do Exército, presidido pelo General Emilio Maurell Filho, como descreve Edmar Morel em“Confissões de Um Repórter”.
Um depoimento do próprio deputado Antonio Brandi, um picareta que confessou ter ganho dois mil pesos para escrever a tal carta, mostrou que foi o próprio Lacerda que foi lá no interior da Argentina, numa cidadezinha chamada Goya, na fronteira do Brasil com a Argentina e  o Paraguai, produzir a tal carta com fotos e tudo.
Já na época, os golpistas e o “experto” Lacerda foram traídos por um pequeno detalhe: a máquina de escrever em que havia sido batida a tal “carta” tinha o “til” em separado, para usar sobre o “a” e sobre o “o”, como ocorre no português e no Brasil.
Ora, na Argentina e nos países de fala castelhana, só existe o “til” sobre o “n”, que é o “ñ” ( “enhe”)…
Lacerda havia levado uma máquina daqui do Brasil para escrever a carta na Argentina…e se deu mal nessa. O golpe não colou e JK foi eleito.
Os golpistas haviam superestimado o alcance da TV naquele tempo e deixado para “divulgar o plano dos sindicalistas” no dia das eleições. E afinal, nem todo mundo é bobo, como a direita sempre pensa.
Além do mais, essa não havia sido a única vez que golpistas tinham recorrido a “cartas secretas” e “dossiês” falsificados. O povo estava acostumado, como agora, com essas maluquices e pirotecnias da direita e seus jornais.
Já em 1921, duas cartas falsificadas, que teriam sido manuscritas, haviam sido publicada poucos dias antes das eleições pelo jornal “Correio da Manhã”, com grande destaque.
Elas continham pretensos insultos de Arthur Bernardes, então candidato, ao ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, presidente e aos militares, e ao candidato do governo, Nilo Peçanha, para prejudicar seu partido e indispô-lo com o Exército.
Mas Bernardes contratou peritos e provou na Justiça, que as cartas haviam sido falsificadas.
Outra vez um detalhe derrubou a tese do jornal e dos golpistas: os peritos mostraram que elas haviam sido escritas não por um, mas por dois falsários, chamados Jacinto Guimarães e Oldemar Lacerda e Bernardes era só um…
Em 1937, em outra empulhação, o Plano Cohen”, um pretenso plano criminoso para os comunistas tomarem o poder, escrito na verdade pelo general Olímpio Mourão Filho, do serviço secreto do Exército, havia sido usada para justificar o golpe que criou a ditadura do Estado Novo.
No dia 30 de setembro, o general Goes Monteiro, chefe do estado maior, leu, na Voz do Brasil, no dia 30 de setembro de 1937, a denuncia sobre o “plano tenebroso” em que estudantes, operários e presos políticos libertados iriam seqüestrar e fuzilar imediatamente os ministros militares e civis, os presidentes da câmara e do senado, para implantar a “republica comunista” no Brasil, justificando uma ;época de repressão, censura, torturas e morte de opositores.
A fraude só foi descoberta oito anos mais tarde, em 1945, o próprio Goes Monteiro, reconheceu a fraude e pôs a culpa em Mourão Filho, que confessou ter escrito o documento a pedido do líder nazista brasileiro Plínio Salgado, apenas como uma simulação de como poderia ser um golpe comunista e ficou tudo por isso mesmo, nada tendo sofrido os falsários e impostores que tanto mal causaram ao Brasil.
O pior é que em 1964, o tal Mourão Filho foi um dos articuladores e executores do golpe militar de abril, que nos levou a 21 anos de ditadura, não só com censura, prisões, torturas e mortes, mas à dependência extrema, para tudo, do governo dos Estados Unidos da América. ,
Afinal, o golpista e falsário, em vez de ser punido e expulso das forças armadas como manda o regulamento, havia sido promovido a general e nomeado pelo próprio Jango  comandante do IV Exército em Minas Gerais…
O fabricante de histórias Frias, José Serra, derrotado pela internet e por você.
Serra é um impostor, a começar pelo próprio diploma de economista, que ele nunca apresentou ao público, mas ostenta em seu currículo no TRE.
Tal como Lacerda e os demais golpistas, Serra acredita firmemente que o povo é burro.
Foi assim também com o “Diploma que Serra recebeu na sede da ONU” de“melhor ministro  da saúde do mundo”, concedido por uma ONG corrupta sediada a poucos passos da sede do DEM em Curitiba.
Foi assim com o caso da Lunus, contra Roseana Sarney quando ela queria ser a anti-Lula em 2002, no lugar de Serra.
Foi assim com “o dossiê contra os gastos do cartão de FHC e da Dona Ruth”, vazado por um funcionário do gabinete do ex-governador tucano Álvaro Dias.
Foi assim no “dossiê dos aloprados”.
A especialidade de Serra agora é a de fabricar dossiês contra ele mesmo, para, com sua divulgação, fazer-se de vítima, como no caso do dossiê do sigilo.
Mas as coisas estão mudando, graças à internet e aos blogs, uma ferramenta ágil e acessível, que acabou com o monopólio dos jornalões.
Se você não sabia nada sobre o Plano Cohen, a Carta Brandi e as Cartas Falsas de Arthur Bernardes, agradeça às famílias Frias, Marinho, Mesquita e Civita, pois “eles” nunca falam nada sobre seus próprios crimes…
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Faça sua parte na divulgação da História do Brasil que os donos da grande mídia comercial, o falso economista Serra e o PSDB não querem que o nosso povo conheça.